Nami yo Kiitekure – ep 11 – Nas ondas da rádio, morte e renascimento: Koda Neo Minare
Me dói saber que o anime está acabando, mas, em compensação, fico feliz por ter sido uma experiência tão divertida ver a história da radialista mais pirada que esse mundo já teve. É hora de morrer e renascer no Anime21!
O quão divertido é o “absurdo” nesse anime? É sério, eu não consegui parar de rir nesse episódio e não foi só nesse não, sempre me diverti a beça com os devaneios e improvisações da Minare, as ideias malucas do Matou e as peculiaridades de alguns outros personagens. Parece até que foi o autor quem morreu e renasceu com essa obra. Ele era tão bom assim para comédia? Sei que é muito bom quando fala sério…
Enfim, as sutilezas e dificuldades da gravação em boa parte analógica do programa foi um ponto interessante que deu novas cores ao trabalho na radio. Digo, expôr esse contraste entre modernidade e arcaísmo sem priorizar um ou o outro, mas promovendo a coexistência, é o tipo de abordagem realista que esperava do anime. Não que Wave seja exatamente realista, mas a forma como abordam a profissão tem a dose necessária de seriedade.
Seriedade esta que também pudemos conferir no clamor por redenção cheio de improviso da Minare. Aliás, ela se vira bem quando é requisitada a isso, pode reclamar depois, mas não foge do desafio. É por isso que gosto tanto da personagem, porque na Minare há sempre um certo equilíbrio entre pontos fracos e fortes, atitudes e personalidade. A personagem é complexa e passa longe de ser perfeita, se tornando assim até mais palpável.
O Matou pode comparar a Minare a sua falecida musa inspiradora, com a qual a protagonista compartilhou mas uma semelhança, mas a verdade é que ela é muito autêntica, não à toa mantém auto nível de adaptabilidade a cada apresentação e está buscando encontrar sua identidade como radialista profissional. Chega até a ser engraçado como seu jeito pouco ou nada sério acaba sendo justamente aquilo que a diferencia e a torna única.
Pelo menos é o que espero presenciar no final do anime, que o Matou a reconheça como uma “herdeira espiritual” de sua amiga, mas jamais uma cópia dela. Não que o anime vá dar tudo que gostaria de ver nele assim de mão beijada, aposto que qualquer reflexão mais séria vai vir acompanhada de muita zoeira antes, durante ou depois; o que não é um problema, na verdade, costuma ser uma qualidade já que o roteiro e a direção arrasam.
A ideia da Koda Neo Minare, por exemplo, me divertiu horrores, mas o mais legal mesmo foi ver ela se gabando e, ainda assim, deixando escapar sua fraqueza. A Minare não precisa mudar drasticamente em nenhum aspecto, basta que siga em frente conhecendo mais seus defeitos e reconhecendo mais suas qualidades. O arco de personagem dela diz respeito a criação de seu personagem na rádio e como suas experiências são cruciais para isso.
E nem só para fornecer ideias de programas, como também para melhorar sua base de apoio, afinal, a ideia da Makie pode ter sido óbvia, mas a Minare não a teve e como o Matou indicou, promover uma “troca” com o público é a melhor forma de solidificar a sua figura como a de uma radialista respeitável pelos risos que proporciona e a atenção que agaria. E eu esperava que a Minare desse um fora de vez no Nakahara, mas não foi o que rolou…
E nem deve rolar, duvida? Mais importante foi conhecer o sonho da Mizuho (não lembro se isso já tinha sido citado no anime) e a preocupação com o formato do programa. Passado o arco introdutório a Minare vai ter que definir o que e como vai ser exatamente seu show, não deve mais contar com os roteiros meio vazios e desafiantes do Kureko, mas recebera os conselhos dos amigos e o suporte daqueles que trabalham ao seu lado.
Entretanto, decidir que caminho seguir, a que tipo de abordagem apelar, vai depender dela, de como ela quiser e conseguir transmitir seus sentimentos para o público. No fim, Wave foi muito bem em divertir e fazer rir nos pequenos detalhes e nas grandes situações “únicas”, mas uma de suas grandes qualidades também foi a seriedade com a qual o trabalho da protagonista é encarado, uma nova Minare que não deve nada a ninguém, nem a si mesma.
Até a próxima!