A matéria-prima da ficção científica é a suposição, significando que o ponto de partida desse tipo de história é o “e se…”. E se o homem pudesse conquistasse o espaço…? A consagrada franquia Star Wars e o clássico Legend of the Galact Heroes são um dos vários exemplos que exploram essa hipótese. E se robôs gigantes existissem? Gundam e os demais mechas estão aí para demonstrar como seria isso de fato. E se revivêssemos os dinossauros? Jurassic Park tenta resolver essa questão.

Existem milhares de hipóteses para serem questionadas e exploradas pelos mais diversos pontos de vista. Esse anime escolheu um dos milhares “e se…” para explorar e desenvolver. Seu questionamento é: “E se o entretenimento fosse proibido? Seria um mundo triste, não é? De fato, os planetas onde o entretenimento foi proibido são lugares sombrios e sem vida.

O anime em questão aborda a proibição de uma forma muito específica de entretenimento, que são as idols. Por algum motivo desconhecido, elas foram banidas de se apresentarem. Todo esse ar distópico serve como pano de fundo para uma história sobre idols que foge um pouco do lugar comum.

Inspirado no famoso grupo idol japonês AKB48, essa distopia musical começa apresentando o grupo idol fictício  AKB0048 que está na sua septuagésima sexta geração e que está recrutando aprendizes para fazerem parte desse grupo que se tornou uma lenda por espalhar alegria e esperança pelo universo.

Uma oportunidade de ouro se abre para jovens garotas de todo canto do universo que podem ter a chance de brilharem como idols. Mas o inocente sonho de cantar e dançar dá lugar a uma realidade mais sombria, pois as aspirantes à idols têm que aprender a lutar contra forças militares anti-entretenimento.

É claro que o roteiro está a favor de nossas heroínas, pois por mais que elas fiquem cara a cara com o perigo, elas nunca se machucam. No máximo possuem conflitos emocionais internos devido aos mais diversos fatores, quer seja relacionado à vida de idol ou ao próprio contexto político-cultural que proibiu o entretenimento.

O anime é recheado de dramas interessantes que colaboram para movimentar a trama. Cada personagem possui seus próprios desafios e objetivos dentro da história, e isso é importante para termos empatia para com as personagens.

O elenco é vasto e variado, entretanto, trabalhar com um elenco numeroso não é fácil, pois algumas personagens têm mais tempo de tela do que outras, e nesse caso aqui ocorre exatamente isso. Se algumas personagens aparecem em mais cenas do que outras, é natural que nos importemos com quem aparece mais, não é?

Um detalhe curioso é que as idols desse grupo fictício herdam os nomes se suas antecessoras, e têm que se comportar de forma semelhante à elas. O que é algo, digamos, bizarro, mas acho que isso realmente existe na indústria idol.

E por falar nisso, infelizmente esse anime acaba romantizando comportamentos nocivos dessa indústria como esse citado. Tem um episódio, por exemplo, em que uma das personagens recebe uma ameaça de um hater lunático, mas a “culpa” é sempre das idols que não se esforçam o suficiente para atenderem os desejos do fãs.

Por fim, há coisas misteriosas na trama que envolvem as pessoas que gerenciam o grupo AKB0048, o que acaba gerando um certo suspense e uma impressão de que alguma coisa não está certa.

Obrigado a todos que leram este artigo, e até a próxima!

Comentários