KILLMAX é um webtoon escrito por Kennycomics (um popular compositor de canções para webtoons) e ilustrado por SilentMaru (autor de Ecstasy Hearts). A série sai no Line Webtoon e como fiz com Omniscient Reader, li os quatro capítulos iniciais para ter uma noção melhor do que se trata.

Na história acompanhamos Max, uma bruxinha que deve esconder seu poder, mas não faz exatamente isso, e Killian, seu namorado. Ela aprende a usar sua magia e então sua vida muda de uma vez por todas.

Os dois primeiros capítulos não têm história propriamente dita, são mais uma apresentação da protagonista em dois aspectos de sua vida, como uma influencer que atrai os olhares das pessoas, e como uma bruxa que precisa lidar com seus perseguidores.

Aliás, uma bruxa influencer é uma construção de personagem moderna que não me desagrada, mas torna quase flagrante a simplicidade do roteiro. Max seria uma jovem completamente normal (tirando a beleza), não fosse os poderes que tenta esconder.

Não que isso seja exatamente um problema, mas torna um pouco difícil levar a situação a sério se em um trecho aparece a vó dela explicando coisas difíceis de entender para qualquer criança de seis anos, até pelo peso de suas palavras, e no outro ela vira uma youtuber por mais que precise ser discreta.

Eu até entendo que virar youtuber seja uma maneira quase corriqueira de dar vazão a qualquer coisa nos dias de hoje, então o problema não é esse, o que me incomoda é a forma “dinâmica” como se desenrola a coisa, apesar de também entender que ela é bem jovem e, portanto, impulsiva, imatura.

Menos mal que faz sentido ela buscar essa “fuga” provocada pelas privações as quais se submete a fim de viver uma vida tranquila, então por mais que a forma como a situação axposta me incomode, não vejo nada exatamente incoerente nas ideias.

Contudo, preciso frisar que a cena da vó esplicando a neta que ela é uma bruxa me incomodou, pois o que a vó diz é denso demais para a garota compreender e, de toda forma, não faz sentido abordar a questão daquela forma. Pelo menos a narrativa passa a ideia de que equilíbrio é necessário para tudo na vida ou…

Ou uma bruxa vira youtuber sem avisar aos parentes e nem saber das consequências que podem ter seus atos. Enfim, quanto ao Killian, o co-protagonista, não tenho muito a comentar, no máximo que ele é galã e parece legal, mas só tem esse nome pelo trocadilho.

KILL vem de Matar, Killian é para encaixar, e Max é a heroína. Em uma história que a bruxa precisa fugir de perseguidores, que literalmente querem matá-la, o título acaba sendo perspicaz, além de ser o próprio shipp dos protagonistas. Viu como KILLMAX é uma fantasia moderninha até demais?

Enfim, a conversa do casalzinho no capitulo quatro é boa, serve como incentivo para ela virar influencer de vez e também deixa clara a cumplicidade dos dois, além da besteira que ela está fazendo. Como o início adianta, ser popular não dá certo para Max e ela sai de cena, mas o interessante é como chegou a isso.

Na verdade, não só isso, mas também o que ocorrerá após seu sumiço, seja sobre seu relacionamento com Killian ou a forma como lida com seus poderes. Max bate em quem quer fazer mal para ela e parece bem forte na introdução um tanto reveladora, então acaba que acompanhar o webtoon é também dar uma chance a uma mulher em construção na ficção.

A magia espontânea impregnada no desejo da bruxa dá o pontapé inicial a trama, enquanto a bela arte certamente é seu maior atrativo (ainda que pequem na renderização final), mas não o único, pois ainda que eu tenha achado a história bem comum não dá para negar que tem potencial.

A arte de Ecstasy Hearts sempre foi um luxo, porque a história era uma bagunça, então fico feliz que não seja o SilentMaru a cargo do roteiro e sim o Kenny, um sensível e talentoso compositor que se for capaz de transportar o talento que tem como músico para os quadrinhos, pode contar uma história interessante mesmo na época dos influencers e youtubers.

Até a próxima!

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