Depois que o mistério em torno dos Kambe começou a se desenhar, tive certeza que a história iria engrossar de forma interessante, mas preciso confessar que algumas revelações e ações me surpreenderam muito nesse sétimo episódio, afinal quem diria que o lobo estava se disfarçando tão bem entre as ovelhas da polícia?

Já começo falando o quão legal foi a composição do episódio, se dividindo entre o passado e o presente, para ir justificando as questões que estavam pendentes desde que o Cho retomou a investigação sobre os mistérios que cercam os parentes do protagonista – além de claro, jogar pistas para nós espectadores irmos catando o desfecho dessa primeira fase.

A Sayuri Kambe nada mais era que a falecida mãe do Daisuke, o seu assassinato misterioso dividiu a polícia de modo que ficou clara a intenção de achar rapidamente um culpado qualquer – no caso o pai dele – e deixar que o assunto morresse sem maiores explicações.

Não sei se era por uma pressão pessoal da família que tinha um nome a zelar no cenário mundial, ou se por um motivo extra que envolviam os próprios defensores da lei, mas fica a pergunta no ar para o fim dessa busca.

Como o bom profissional que é, o Cho decidiu fazer as coisas andarem, independente de como seus superiores estavam lidando com o fato. Ele era um agente do alto escalão, assim como o Kiyomizu – chefe do Crimes Modernos – e o Takei, que agora leva o manto de chefe desse grupo principal.

Assim como eu pontuei antes, o veterano sempre foi alguém que segue cegamente a justiça em que acredita – se assemelhando ao Katou de agora -, apostando todos os seus talentos e recursos nisso. O Kiyomizu apesar de honesto, era covarde e submisso desde sempre, justificando para mim a sua estadia no grupo B, mas ao menos ele era leal ao amigo e a si mesmo, dentro do que podia ser.

Takei por sua vez era o parceiro dedicado e ambicioso que aprendia o que podia com seu companheiro mais experiente e juntos eles estavam caminhando para a porta que desvendaria tudo isso.

Curiosamente eu tomei o líder do alto escalão como um homem bom e um provável inocente, mas me enganei bonito. Apesar de acreditar que era importante fazer o certo, nele havia uma vontade maior de também crescer na carreira e esse é o ponto que marca a quebra do seu caráter.

Conforme a história dos dois se desenrolava, eu de fato comprei o esforço dele em ajudar o Cho, mesmo sabendo da ligação que ele tinha com o chefe da polícia e o seu desejo pessoal. Vale salientar que a direção inclusive, é bem competente em humanizar o personagem ao ponto em que você entende que ele agora só estava querendo a ajuda do Katou, para pagar o seu débito de amizade com o antigo parceiro.

Algo me diz que no fundo, o policial veterano sabia que não podia confiar 100% no colega em função dele ser genro do diretor, mas quis apostar nele e ver no que daria – a cena com o envelope foi um dos motivos que me levou a pensar nessa hipótese. Falando no envelope, tenho uma curiosidade enorme para saber o que havia nele, já que não era a chave roubada como pista.

Depois de ouvir tanta história, o Katou faz o seu movimento e decide encarar seu colega, acreditando na sua inocência. Fiquei satisfeito de ver que a confiança entre os dois cresceu bastante e principalmente, por ver que o Kambe não é mau, ele apenas quer que a justiça seja feita a seus pais, vítimas de toda essa conspiração bizarra.

Outro no lugar dele, certamente optaria pela vingança cega, atrapalhando até mesmo os seus aliados, mas o rapaz está seguindo com a mente clara – um elemento relativamente raro nesse tipo de situação.

Uma sequência que me chamou bastante atenção foi a do rapto do chefe Takei, pois depois de tudo que tinha visto, algo parecia apontar para que ele fosse uma outra vítima como a Imura e no fim não era.

Não sei se mais alguém teve essa impressão, mas toda a vibe tensa e o modo como investigaram a mente do policial, me lembrou bastante a dinâmica de ID:Invaded, com o Mizuhanome e a criação de um mundo virtual que permitia manipular sensações e a mente do indivíduo – um artifício interessante e usado no momento certo.

O modo como o chefe parecia querer encriminar o Kambe, de início parecia um gesto de alguém que estava apenas seguindo as pistas, mas com o desenrolar da história, apenas denunciou quem queria prejudicar aquele que poderia desvendar todo o esquema por trás desse caso.

Lembremos que além dele, o seu sogro e superior era quem mais estava mergulhado nessa lama, – embora agora já nem esteja mais vivo – contudo ainda tem o outro chefe na parada, então há uma chance dele também estar envolvido nisso.

Infelizmente a Imura foi morta como queima de arquivo, antes que o Takei e outros fossem desmascarados, mas com ele sendo descoberto e assumindo sua culpa, não duvido que logo seja o próximo. Ambos eram apenas as pontas de uma corrente enorme, porém se cada um puxar um elo seguinte, logo as coisas se clareiam.

Achei o episódio incrível do começo ao fim e espero que os próximos sejam tão bons quanto. Como extra eu menciono como venho gostando do aproveitamento que o anime faz dos seus demais personagens, sem que ninguém fique sem um momento explorável – o Cho que o diga.

Eu realmente não esperava me apegar tanto a esse senhor extremamente inteligente e carismático, então tem sido um presente o desenvolvimento que ele tem recebido em torno da história do Kambe e do Katou.

Enfim, com essas novas descobertas os protagonistas dão mais um passo para desvendar o assassinato da Sayuri e quem sabe até do Shigemaru Kambe, pois apesar dos indícios apontados, não acho que ele se suicidou e sim, que foi outra vítima infeliz. Os mistérios estão apertando e a verdade aparecendo, quem será o grande cérebro desses crimes?

Agradeço a quem leu e nos vemos no próximo artigo!

Comentários