Talvez esse tenha sido meu episódio favorito da temporada, porque realmente gostei do drama da RIna, assim como da resposta que ela encontrou para seu problema, afinal, não dá para resolver certas coisas do dia para a noite. É hora de Idol High-Tech no Anime21!

A dificuldade em se expressar da Rina surpreendeu um total de 0 pessoas, mas o legal foi a forma como ela lidou com o problema, desejando mudar e se esforçando para tanto, ainda que não conseguindo, até pela sua incapacidade de variar expressões, de transmitir alegria através de um sorriso ou chateação com uma cara fechada, o que a faz temer não ser compreendida.

Para se entender com ela alguém gente fina como a Ai caiu como uma luva, tanto é que mesmo não se enturmando com as garotas da sala logo a Ai a carrega em uma amizade que a ajuda a evoluir gradativamente, tanto que entrar no clube é prova inequívoca dessa evolução, desse desejo de desafiar seu eu comedido. Outra prova de que ela não quer se acomodar foi o show que decidiu fazer.

Só dela querer fazer coisas nas quais têm dificuldade já se torna quase impossível não gostar da Rina, que teve até um trecho simbólico de treinamento divertido e útil para evidenciar o quanto ela não se priva de fazer o necessário para ser uma idol de fato e de direito. Sua timidez e dificuldade de se comunicar certamente atrapalham, mas ela tenta lutar contra isso constantemente.

Não à toa é bem bacana ver ela fazendo coisas de idol, ou ao menos tentando, já que teve uma óbvia dificuldade em fazer as encenações tão costumeiras no palco, os momentos em que as idols conversam com seus fãs e encarnam suas personagens. Nesse caso, seriam elas mesmas, né. De toda forma, também é importante que tenha coisas que ela não consegue fazer, que pode melhorar.

Porque, repito, resolver tudo rápido demais não é nada realista e nada foi resolvido tão bem assim, tanto é que ela teve uma recaída em sua insegurança e se recolheu a solidão na sua cabana high-tech. Outra coisa bacana desse desenrolar foi a forma simples, mas não menos racional, com a qual as amigas de clube a ajudaram a lidar com os problemas que a atormentavam.

Elas fazem um mutirão para tirar a Rina da toca e, apesar de usarem um discurso relativamente clichê para convencê-la, é quando a Kasumeme fala sério e solta uma frase poética, além das outras apoiarem exaltando as qualidades da garota, que a Rina tem o insight e percebe o que pode fazer. Não é uma obrigação que ela supere seus anseios em pouco tempo, de um dia para o outro praticamente.

É como a Kasumi diz, “as melhores idols conseguem transformar seus pontos fracos em pontos fortes”, mas mesmo isso denota tempo, dedicação e experiência. Não basta apenas a Rina querer, é um processo até que ela seja capaz de se expressar de maneira mais confiante. Não acredito que ela vá mudar drasticamente, basta que confie no que pode entregar as outras pessoas.

Tanto acho isso que por ora a ideia da tela na cara me parece boa, até pelo que agrega visualmente, é bem distinto mesmo no meio descolado das idols escolares, além de dialogar com a tecnologia a qual muitos japoneses estão acostumados. Ela é a produtora técnica do grupo, então super consigo comprar a ideia de usar esse ponto forte para cobrir um ponto fraco seu.

É claro, espero que com o tempo isso mude, ela mude, vá ganhando mais confiança e alguma hora consiga se apresentar sem a telinha na cara ou ao menos seja capaz de expressar seus sentimentos um pouco melhor. Não espero que ela faça isso sempre, mas pontualmente, como forma de adornar um processo de amadurecimento da personagem. Acho que seria uma ótima ideia dar isso ao público.

Quanto a apresentação high-tech, talvez seja a música que mais gostei entre todas que apareceram até aqui, porque ela não é só um som legal, mas a letra também se conecta com o problema da Rina, um problema palpável que quase a impediu de se apresentar, ganhando um significado até mais profundo. Além disso, é claro, ela dançou e animou a plateia com muita desenvoltura.

Se fez isso é porque se dedicou muito e mostrou que mesmo sendo a envergonhada da turma é capaz de se soltar em um palco, claro, com a devida ajuda da tela que traduz o que ela sente. Aliás, a ideia de fazê-la se apresentar foi ótima, era a última pessoa em quem eu pensava se você me falasse que uma das garotas teria um concerto solo propriamente dito como ela teve.

Aí a Rina vai e surpreende de novo, haja disposição para desenhar emoji no papel a toda hora haha. E ela desenha bem, aumentando seu leque de talentos. Acho incrível que mesmo com uma única expressão o tempo todo a Rina foi capaz de se expressar demais em outros aspectos; seja no falatório, na preparação, na apresentação ou no constante desejo de mudar, de expandir seus horizontes.

Por fim, as garotas irem atrás da Rina é sinal de que o grupo está unido, está fechado. Sendo assim, confesso que recuperei um pouco da minha fé nessa temporada. Não que ela esteja ruim, repito, não acho que está, mas eu sentia falta de algo a mais, de mais sintonia entre forma e conteúdo, algo que esse episódio acessou satisfatoriamente. A Rina é uma personagem admirável e dormirei mais que a Kanata esperando seu episódio rs.

Até a próxima!

P.S.: Nem falei do mascote que ela criou, outra baita amostra de seus talentos. A Rina é uma fotura só, não tem como não gostar dela e querer proteger.

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