Em um episódio repleto de emoções e ação esportiva, o anime joga com elementos que me fazem acreditar num final promissor para nosso Jotaro e o improvável Tomoki, num campeonato onde pouco se esperava deles ou de qualquer outro que não fosse o Minamino.

Por outro lado não posso dizer o mesmo do Leo, que apenas parece afundar em sua própria incerteza, abrindo mão de tudo o que tem e deseja. Ao fim dessa jornada quem de fato sairá vencedor no desafio da vida?

Gente, se o último episódio for tão intenso quanto esse foi, posso esperar boas coisas dessa conclusão, então estou na fé de que eles entreguem o que eu imagino ver. Não sei se é uma exclusividade minha, mas nesse episódio eu ri, me espantei, empolguei, torci e me agoniei. Enfim, acho que ele foi muito completo em sua execução, do minuto inicial ao final.

Acredito que muito desse bom resultado, se deve ao trabalho feito em cima dos protagonistas e dos demais ao longo desse tempo, junto a alguns acréscimos interessantes quanto ao progresso pessoal de cada um deles.

Primeiro eu gostaria de destacar como foi bacana o espaço que deram ao Tomoki e a Ayu, mas em especial ao rapaz, que em doses homeopáticas se fazia presente e nunca mostrou de fato quem era, tendo a chance de mostrar sua evolução justamente nessa fase crucial do jogo.

Bem verdade que ele pouco foi explorado, mas para os olhos mais atenciosos, o anime sempre mostrava pequenos trechos – bem rápidos – nos quais era possível ver que ele treinava assim como o próprio Jotaro, ou seja, além de meio rapper, o moço é tão ginasta quanto o amigo.

O que ninguém esperava é que ele de fato se levava a sério e estava se guardando para o momento correto, para que assim viesse a tona o seu real talento e a prova de seus esforços.

A relação dele com a gal em si é engraçada porque tudo estava me soando muito unilateral, até eu perceber que ele é daquele tipo de cara gente boa que acaba conquistando os outros pela beleza de seu interior – e um pouquinho de insistência.

Não sei se nos darão a oportunidade de ver ele ganhar o coração da loira, mas acredito que boas chances ele tem e isso vale não só para o amor, como também para a ginástica, onde ele se mostrou de longe a minha maior surpresa do dia – e torço para que se mantenha assim.

Gostei muito de como exploraram todos detalhes do rapaz, desde a motivação sentimental dele, até o fato dele ser um atleta experiente e bem treinado, afinal 13 anos não são 13 dias e a performance “apaixonada” deixa isso bem claro.

Essa mesma competência também se aplica ao Jotaro, que simplesmente deu um show em todas as modalidades possíveis, me fazendo acreditar que o samurai e o doido podem sim chegar lá, não pelo protagonismo ou por sorte, mas sim pela sua dedicação, paixão, foco e principalmente a experiência.

Experiência por sinal é algo que está em falta no favorito Minamino, que se viu “rodado” pela sua instabilidade emocional e consequentemente se prejudicou bonito. Admito que dei umas risadas de deboche, claro e curti ainda mais esse episódio, só por ver aquele entojo se esmerdeando na imaturidade e soberba, até porque já estava na hora de descerem esse cidadão do pedestal em que o puseram.

O Jotaro estava seguro de si, pleno em sua convicção para com a ginástica e as pessoas pelas quais ele luta – notem que em alguns momentos ele até sorri na performance. Já o outro apenas se consume ao ver o rival ser excelente, esse que curiosamente estava “cagando” para ele na competição, focando todo seu interesse no Leo.

Na verdade se formos olhar de um modo mais amplo, o Minamino é praticamente um antagonista inexistente, porque se tem algo que o anime deixa óbvio, é que o samurai rivaliza apenas consigo mesmo, seu passado e os problemas decorrentes dele, anulando completamente qualquer influência externa – o que eu gosto porque foge da fórmula de um precisar girar em torno do outro para se desenvolver.

Ok, eu pego um pouco pesado com o cidadão, mas vamos combinar que ele não ajuda, justamente porque não cresce com as situações que passa. A cena dele com o técnico, levanta a possibilidade de que ele se recupere com facilidade e acabe com a concorrência apenas por ser “o Minamino”, porém ainda confio que darão um fechamento melhor ao rapaz, pois no quesito evolução muita gente está melhor do que ele, incluindo os derrotados da Copa NHK.

Voltando ao Jotaro, fiquei animado com o avanço do personagem e satisfeito com a forma como exploraram sua campanha nessas primeiras performances. Como falei, tudo se calçou na dedicação e na vivência do samurai, fato esse que os apresentadores da competição apontam, para esclarecer a diferença da ginástica precisa e emotiva dele, em comparação aos demais.

Por estar tão preocupado com o amigo, cheguei a imaginar que a falta do Leo talvez o prejudicasse por deixá-lo ansioso, mas nosso protagonista está muito acima desse tipo de deslize – muito embora o machucado e o pombo discordem -, se firmando no seu propósito de ir além e recuperar o que o acidente de Lausanne tomou.

Minha única angústia ficou para o momento em que ele sobrecarregou o pé ao finalizar o movimento, porque ali a direção já quis mandar a mensagem de que pode – e infelizmente deve – dar ruim e vamos ter que engolir a seco as consequências desse problema.

Falando em angústia, o Leo foi o responsável pela minha cota de agonia da semana, por estar afogado na sua escuridão inferior e tomar o caminho errado. Entendo as razões dele e acho que existe uma coerência quanto ao lado prático da coisa, mas o que me irrita é o caminho para isso se resolver.

Penso que ignorar tudo o que viveu e aprendeu, afastando as pessoas que o ajudaram e gostam dele, até desconsiderando o sentimento delas – junto ao seu -, não vai resolver a aflição que ele sente ou aliviar a dor que sentirá ao ir embora de vez. Dito isso, ele foi infeliz no que disse a Rei, porém espero que de algum modo ele perceba que sua auto piedade ou a falta dela, só vai destruir de vez o que ele tentou reconstruir ao lado dos Aragaki.

Como compensação a essa parte mais dramática, algo bom foi saber que ao menos alguém da sua equipe se importa de verdade com o seu bem estar e achei até interessante as colocações feitas pela moça.

Para quem se atentou, elas retratam exatamente o que acontece ao Leo e até ao Minamino, já que ambos sofrem com o “overrate” e o excesso de expectativas em cima deles, sem saber como processar essas questões problemáticas de forma saudável, assim como nosso samurai sabe fazer.

Enfim, o terreno para um final ótimo já está preparado e estou muito curioso para ver como amarrarão essas pontas, de preferência com um final feliz para os protagonistas, até porque a alegria é um dos motes do anime desde o começo – e eu quero um Jotaro vitorioso sim, podem me julgar.

Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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