Chegamos ao terceiro filme de One Piece, ou ao menos eu cheguei, e sim, que bom que aqui estou, pois esse valeu a pena.

O terceiro filme de One Piece é o mais divertido dos três que resenhei até o momento, ele desenvolve e aborda o que One piece tem de melhor, a sua estranheza.

Vamos aos fatos. Temos mais uma aventura, à qual é motivada por Nami, a ladra gananciosa que tem em mãos mais um mapa do tesouro. Guiados por bons ventos, eles chegam à ilha designada, a ilha de Crown.

 

 

Desde o início o filme oferece destaque a Chopper, membro mais recente que adentrou para o bando, utilizando as já familiares características do pequeno médico com competência.

Fenômenos naturais aleatórios são elementos peculiares de One Piece, e já no começo nos deparamos com um. A explosão de um Gêiser aureolar gigantesco arremessa o navio do bando pelos ares. Ao cruzar os céus da ilha de Crown, em um voo turbulento, Chopper é arremessado pelos ares.

O filme começa bem, introduz adequadamente a fantasia típica da obra, e depois disso desvela o cenário fantástico e surreal da ilhota isolada. Temos cenas dignas protagonizadas por Luffy se divertindo com a fauna local, é bem bacana.

 

 

Os habitantes da ilha são animais das mais diversas espécies, tamanhos, formas e peculiaridades, é muito interessante observar a grande diversidade de seres representados como coadjuvantes da cenografia, que mesmo sem função real, para além de serem caçados pelos seus chifres, compõem as cenas oferecendo vida ao cenário.

Após aportarem, Luffy e o bando começam a vagar pela ilha em busca do tesouro, ou apenas para vadiar, já Chopper, ele despenca bem no meio do ritual de posse no novo rei, cuja lenda entre os animais habitantes da ilha revela que cairia do céu.

Chopper, o novo rei toma posse com um urro hilário.

 

 

O humor é muito marcante e bem desenvolvido durante os 55 minutos de animação, seja quando Chopper interage com os animais ou com Momambi, um jovem órfão, e único humano, que habita o local, seja quando Luffy efetiva, com êxito constante, a sua demência de noção ausente.

Os personagens secundários do bando ficam meio apagados, o que é compreensível, mas o filme acerta ao dar destaque e desenvolver o conflito pontual de Chopper. Eleito como rei da ilha, mesmo negando o cargo, mesmo sendo assediado constantemente por Momambi, ele se vê conectado e empatizando com a situação em que os animais se encontram.

Como sempre é necessário que exista um vilão e um antagonista, e alguma violência e pessoas sendo reprimidas, ou no caso, animais, em One Piece, somos apresentados para os eleitos da vez. Um sujeito chamado Butler, um violinista que controla uma manada de bois tatus, um cara que é nada com nada, mas que deseja os poderosos chifres lendários que concedem poder sem igual para quem os possuir.

 

 

Butler captura os animais que possuem chifre na ilha, corta os seus chifres e os come, ele come os chifres, literalmente. Coisas de One Piece. Enfim, esse sujeito estranho e bizarro vaga pela ilha aterrorizando os habitantes da mesma, e Chopper, completamente à deriva na situação, ajuda como pode.

Para além do elemento vilão do dia, temos o segundo elemento obrigatório na história, drama triste da vez. Quem toma essa posição na história não poderia ser outro que Momambi. Bem, talvez até pudesse, mas foi ele mesmo que ganhou essa função.

Momambi é um órfão cujo pai foi assassinado em sua frente por um sujeito misterioso, o qual ele afirma ser um pirata, mas no decorrer da trama descobrimos que o sujeito era uma espécie de biólogo, ou investigador da vida selvagem, assim como o seu pai, que era colega do sujeito. Momambi era muito jovem, e após o evento ficou exilado na ilha de Crown vivendo com os animais locais, criando um vínculo com todos e sendo muito querido por eles.

 

 

É claro que para fechar o mistério do filme o vilão da vez tem que ser o responsável pela tragédia, certo? Sim, Butler matou o pai de Momambi, e ele não é um pirata, mas alguém sem noção acompanhado de outros dois subordinados sem caricatos que só servem para apanharem de Sanji e Zoro.

O pai de Momambi descobriu, através de sua pesquisa, qual era o chifre dentre os chifres que concedia poder para aquele que o possuísse, e se negou a contar para Butler, sabendo das intenções vilanescas do sujeito. O chifre, no caso, era aquele que pertencia ao rei dos animais. Nisso o anime nem se dá ao trabalho de aprofundar o que diabos é esse chifre, de onde ele vem, como ele é herdado pelo próximo rei, mas podemos inferir, segundo o que o próprio Butler faz, que ao comer o chifre, automaticamente a pessoa se torna o seu novo portador.

 

 

O desfecho é simples, temos a batalha final, Luffy derrota Butler, o chifre do chefão é destruído e tudo termina bem. É uma pena que o Chopper, embora seja o destaque do filme, não tenha sido premiado com a batalha final, acredito que seria legal ceder o palanque para os personagens secundários enfrentarem o inimigo principal às vezes.

Momambi se reconcilia com o seu passado ao descobrir a verdade, faz amizade com os piratas de palha e herda a coroa, merecidamente, por defender e compreender o quanto é querido e o quanto é importante para todos os animais da ilha.

Pode ser um enredo simples, pouco ambicioso e previsível, mas a atmosfera e a identidade One Piece estão presentes em todos os momentos desse filme, o qual, apesar de curto e acelerado, consegue entregar um desenvolvimento e um desfecho divertidos e aceitáveis.

 

 

Dessa vez a moral da história era a resolução interna de Momambi de aprender a se jogar dentro do perigo para salvar os seus amigos, o que ele fez, é claro, seguindo o exemplo de Chopper.

E é isso pessoal, nos vemos no próximo filme de One Piece, o qual espero que seja tão mediano quanto esse, mas que traga o que One Piece tem de melhor, a sua singular estranheza surreal.

 

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