Diria que embora muito simplório em sua execução, esse episódio tem uma carga muito importante por concluir esse arco da Mesa Redonda x Governo de Akiba, mas em especial, por mostrar o quanto a Rayneshia e o Eins cresceram, frente a uma situação que podia determinar problemas e divisões em Akiba e entre velhos companheiros de guerra.

Apesar da eleição ter um objetivo claro de manter a cidade com a sua autonomia – através da figura da nova Mesa Redonda -, no fim nunca importou quem de fato a venceria e sim, quem estava disposto a continuar lutando e empregando o seu melhor pelo bem de um povo que estava gradualmente se fortalecendo e crescendo unido.

Admito que esse episódio solidificou algumas coisas em mim, como por exemplo a simpatia pelo Eins. De um possível antagonista a um homem com suas falhas, porém muito humano e solidário, passei a gostar da sua transparência e sua dedicação cega a ajudar o próximo.

Muito disso se deve a forma como o anime trabalhou esse personagem, lhe dando nuances que apenas favoreceram a sua mudança positiva – embora ele nunca tivesse nada de ruim em si. O duque sempre enxergou Akiba de uma forma muito limitada e o seu desespero em fazer algo, restringia suas ações e nunca trouxe resultados, fato que apenas o afundava ainda mais numa obstinação sem futuro.

Depois de toda essa experiência com a família Saiguu e sua ascendência, ele pode aos poucos enxegar os erros que cometia, se dando a oportunidade de ver além do que se permitiu todo esse tempo. O seu discurso como candidato e a resolução final, apenas reforçaram essa minha linha de pensamento, onde ele mostra um Eins mais centrado e consciente do que pode tentar como líder.

Não muito diferente, mas com outra “vibe”, a Rayneshia já demonstra uma garota mais segura, disposta a encarar a realidade como é, no que também observei as diferenças do seu discurso em relação ao adversário de forma mais satisfatória e coerente com o que o povo precisa.

A princesa teve e tem muito apoio do Shiroe, isso é fato e contribui muito para o que ela faz, contudo é evidente que a menina trilha um bom caminho, a partir do momento em que ela vê Akiba – e até Yamato em si -, de um modo mais amplo, não se prendendo somente ao seu povo, mas também a aqueles com quem se avizinha, pode criar laços e dividir a prosperidade.

Mesmo não sendo uma melhor planejadora que o Eins, a moça tem a sua vantagem e acredito que conforme o tempo passe, a sua personalidade forte e o seu desejo constante de aprender e fazer, só a desenvolvam ainda mais enquanto uma líder capacitada – assim como a mãe dela o é, dentro da sua posição.

Aproveitando que citei o Shiroe, convenhamos que a estratégia dele para exibir ao povo a solidez da organização entre Rayneshia e a Mesa Redonda foi maravilhosa. Ainda tenho minhas dúvidas quanto a conveniência dele ter ativado esse portal com tanta facilidade, mas dada as suas rápidas explicações e os aliados que o apoiam, não vi isso como um “ex machina” absurdo.

Ao contrário do que parecia apenas uma estratégia de campanha malandra, para obter mais votos e mostrar que eles tem poder para fazer o que precisam – e não deixa de ser isso também -, o portal interurbano serviu como um elemento para ratificar toda a proposta e visão da princesa, unindo os vários pontos desse vasto território e provando que Akiba é muito mais do que aquele mísero núcleo de aventureiros e NPCs.

Falando no Povo da Terra, também achei bem interessante como a história abarcou a questão que falei, sobre abarcar de verdade os NPCs no sistema político para além da moça e a eleição. Essas mudanças no sistema trouxeram outras figuras “comuns” a luz, para auxiliar no trabalho braçal da Mesa Redonda e mostrar que esse povo tem sua importância sim.

O que eu não esperava ver, era que o próprio Eins e o Saiguu desistissem antes dos resultados, mesmo que esses apenas confirmassem a vitória do outro lado. Por um lado tudo se resume a uma questão estratégica de defesa, já que ambos tinham consciência do que a abertura do portal representava, tanto como possível reação de Akiba, como de problemas advindos do Senado em Westelande, no entanto eu enxergo um pouco mais de conteúdo nessa justificativa.

Assim como eu disse mais acima, o duque evoluiu e essa resposta é uma prova. Ele soube entender sua própria situação e o momento, compreendendo o que sua cidade precisava, então achei digno como ele soube competir e aceitar tudo com nobreza e decência, também fazendo a sua retirada, já que ele oficialmente pertence a um outro núcleo e se levantou “contra” seu povo – mesmo que para tentar fazer o bem.

Inclusive como um destaque, penso que a cena entre ele e o Isaac é muito bonita, as coisas que lhe foram ditas e os presentes enviados pelo Shiroe foram merecidos, por ele ser alguém que lutou muito por todos e que continuará fazendo isso mesmo em outras frentes – certamente com uma mente muito mais tranquila, focada e principalmente liberta.

Encerrado esse primeiro momento, Log Horizon parece que vai focar no lado B da história, envolvendo o Krusty imigrante e a Kaname doida. Já estou curiosíssimo para ver o que acontece lá no outro servidor, até porque ele promete algo diferente do cenário político de Akiba e o que muitos ansiavam: a ação.

Agradeço a quem leu, até a próxima e que a adaptação nos surpreenda!

 

Comentários