O episódio derradeiro sobre o passado da Emilia e os fatos que levaram ao seu congelamento foi bem legal, mas fico aqui me perguntando se essa tática de sempre alongar o episódio (aliás, esse já seria o padrão do anime, né?) e ter segurado tanto a abertura realmente é a melhor.

Com certeza gera mais hype, mas isso também exige muito de todo episódio, até satura. Não consigo me empolgar com Re: Zero como fazia no primeiro anime e acho que se deve muito a isso, a toda essa megalomania que se tornou.

Ainda assim, o anime continua em ótimo nível e vamos ao texto!

Long shot da sensacional Mayu Maeshima (ex-vocalista do MYTH & ROID) é a abertura mais “escondida” da história dos animes?

Não sei, mas foi a mais escondida que já tive o prazer de ver, pois é ótima em todos os aspectos, só questiono se não teria sido mais legal tê-la soltado antes e usado cenas diferentes para justamente nesse episódio dar o contraste, brincando um pouco com isso.

Sei que estavam usando esse tempo para a história, mas não usaram nesse e não fez falta. Tudo bem, foi um episódio mais tranquilo, o fim de alguma coisa, mas, ainda assim, questiono essa estratégia.

Por outro lado, também entendo o hype que isso iria gerar e, é claro, o que a produção disse sobre a abertura dar spoilers. O detalhe é que haviam maneiras de lidar com isso, inclusive, uma delas comentei acima.

Com esse assunto técnico superado vamos ao episódio e nele destaco a resiliência da Emilia, a “suposta” filha da Bruxa da Inveja que resistiu com convicção as investidas da Bruxa da Vaidade.

Repare que para abrir o selo a Pandora não pôde forçar a Emilia, pois não tentou fazer isso nenhuma vez mesmo quando estava atrás da garota, além da magia só poder ser vista pela Emilia.

A magia que envolve a chave guardada (não era a Emilia em si como eu imaginava) pela heroína deve ser algo feito pela Bruxa da Inveja, a qual se impõe perante as outras bruxas, mas será que não pode sofrer nenhum dano delas?

Levanto essa questão porque não sabemos quais as reais intenções da Pandora, se ela só quer libertar a Satella (se for mesmo ela que está presa ali) ou não. se quer fazer algum mal a ela.

Como ela não apareceu junto as outras bruxas no cour anterior imagino que não tenha tanta ligação com elas assim e, quem sabe, se mostre uma figura de oposição a Bruxa da Inveja na trama.

Voltando a pequena e brava Emilia, foi muito bacana ver a forma como ela protegeu a promessa com a mãe o tempo todo, mesmo diante da tentação da facilidade que significava libertar o que quer que estivesse selado atrás daquele portão em troca da segurança dela e dos seus.

Não sei se a Pandora cumpriria a promessa feita, mas isso pouco importa, pois a Emilia não se mostrou solicita a negociar algo que para ela era inegociável, o laço que tinha com aquela pessoa tão especial que a criou.

A convicção que ela demonstrou foi, por que não, uma prova do seu amor a mãe Fortuna? Mãe essa que foi brutalmente morta em uma peça pregada pela Pandora se aproveitando da instabilidade do Geuse.

Não que a Pandora já não tivesse demonstrado capacidade de iludir (fez isso com a Fortuna mesmo pouco antes), mas em nenhum momento ela fez isso quando as pessoas estavam estáveis, então imagino que a tragédia só tenha ocorrido realmente por conta das circunstâncias.

Mas sim, com certeza o cenário foi construído pensando nesse recurso a fim de pressionar a Emilia para que perdesse aquela que a sustentava e cedesse. O que ela não contava é com o caráter da garota.

Por outro lado, um personagem que se perdeu em sua loucura foi o Geuse. Vimos o exato momento em que ele se perdeu de suas faculdades mentais e abraçou a insanidade devido ao tal “amor” que sentia.

Foi uma maneira bem triste de dar cabo de qualquer ideia de romance que a gente sabia que não iria vingar, mas mesmo assim não precisava acabar em crime passional culposo; coisa que nem sei se existe na vida real, mas com certeza existe na ficção.

Se por um lado vimos uma Emilia resistente como uma rocha, o Geuse cedeu a loucura e a abraçou, dando vido ao bispo que atacou o Subaru ainda lá na primeira temporada.

Enfim, me impressionou positivamente a reação madura, quase que impensável, da Emilia no leito de morte da mãe, mesmo que ela só tenha durado alguns instantes.

A Emilia aguentou muita coisa em pouco tempo ate que explodiu e liberou todo seu poder contido no que pode ter sido um arroubo cruel com quem mais foi envolvido no congelamento, mas acaba sendo bastante compreensível dada a devastação psicológica sofrida pela criança.

Em um dia normal ela estava conversando e brincando com duas pessoas especiais para ela, alguns minutos depois havia perdido a pessoa que lhe era mais preciosa e com ela a razão, o autocontrole.

Pensando bem, as reações maduras da Emilia frente as investidas da Pandora e ao contato com a mãe no leito de morte meio que deram vazão ao que aconteceu com ela e com a floresta.

A Emilia segurou demais algo extremo que explodiu após a mãe morrer, só que ainda assim ela não abriu mão da promessa com sua guardiã, mostrando a personalidade de uma verdadeira heroína, quer também tenha pecados pelos quais possa se envergonhar ou não.

Assumir que é um ser falho, que também deixa marcas negativas por seu caminho, humaniza bem mais a Emilia do que a heroína boazinha e sem graça da primeira temporada.

Nem preciso elogiar a direção nas cenas de maior impacto do episódio, né? Elogiar a grandeza em uma produção que sempre consegue fazer isso é chover no molhado, pois é claro que eles saberiam dar o tom certo as cenas e trabalhar as questões dos personagens até chegar ao clímax.

A única coisa que me incomoda mesmo é que Re: Zero segue em sua própria espiral de megalomania, mas não posso negar que a trama tem se sustentado com episódios de meia hora, “quase” sempre sem abertura e com muito diálogo e história para contar.

Talvez essa formato tenha sido pensado também para adaptar o máximo possível em um menor número de episódios. Os fãs da novel agradecem, os do anime também, mas quem se desgasta um pouco com todo episódio sendo assim (meu caso) nem tanto.

Enfim, quem selou as memórias da Emilia foi a Pandora, mas agora que a heroína as recobrou e foi capaz de se reconciliar com seu passado, assumindo a responsabilidade pelo que de bom ou de ruim já fez em sua vida, tenho certeza de que nem a Pandora a vencerá se reaparecer.

Antes disso há o “duelo” do Subaru contra o Roswaal após a tagarelice que tanto caracteriza não só o protagonista, mas quase todos os personagens dessa obra.

Se livrar da Ram foi uma boa ideia, mas não faço ideia do que vai sair dali. O Roswaal deve ceder, é o esperado, mas como? Eles vão lutar ou algo assim? Além disso, se a Emilia passar no teste já não vai ser o suficiente para que o Roswaal se dê por vencido?

Por fim, foi outro episódio muito bom e, apesar das ressalvas feitas, tenho gostado bastante do anime.

Com o fim desse arco espero que a Beatrice, bem lembrada na abertura, volte a trama principal e seu problema se resolva, assim como entendamos ainda mais os pormenores das bruxas, a relação que têm com a Bruxa da Inveja e como isso influenciará no desenrolar da trama.

Aliás, também seria bom se até o fim da temporada a questão da eleição voltasse, para que haja algo mais estável com o qual o público possa se conectar após tantos revezes. Re: Zero cresce no caos, mas também precisa de um contraponto até para vermos o crescimento dos personagens.

Até a próxima!

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