A conclusão desse arco do Krusty é uma coisa difícil de explicar, porque ao passo em que os vilões pouco tem a dizer ou mostrar – levantando vários enigmas -, o enredo compensa essa parte mais confusa com um desenvolvimento de personagem legal para o aventureiro e o herói Elias, que agora também encontrou um novo rumo a seguir.

Log Horizon sempre mostrou o necessário acerca de seus protagonistas, no que acredito ser uma forma de nos situar e ao mesmo tempo manter o mistério sobre as suas reais identidades – o visual é o elemento mais notório dessa tática narrativa do anime.

É sempre ótimo entender as circunstâncias de cada um e com o Krusty não foi diferente, afinal agora podemos entender a importância que ele dá aos seus companheiros e ao próprio Elder Tale.

Engraçado que eu tinha quase certeza que o Krusty, tinha uma vida bem tranquila e comum, similar a da Kanami, então foi surpreendente ver que o herói magnata teve uma infância tão impossível. Mesmo a Akatsuki, a perturbada Indicus e outros que apareceram brevemente, tinham algumas tribulações pessoais, mas nenhuma delas tão séria e decorrente de um nascimento difícil e uma exposição indevida dentro da própria família.

O Elder Tale deu ao rapaz a chance de encontrar uma nova família, um lugar onde ele podia finalmente ser ele mesmo, sem medos, sem precisar se esconder ou disfarçar sua presença. Gostei de entender isso até para ficar mais claro a forte ligação entre ele, Rieze e Takayama, com um destaque maior para essa última, que lhe acompanha desde os primórdios e é um dos motivos de sua força – a Rayneshia que vigie, porque a concorrência é pesada.

Do lado do Elias, eu confesso que entendi parcialmente as questões do herói, muito embora eu fique confuso com o porque de sua “programação” ser tão estranha. Normalmente os NPCs do jogo tem muita clareza de sua própria história, desejos e por aí vai. Levando isso em conta, como ele não sabia que a suposta maldição tinha a ver com sua resolução de não matar?

Na verdade, se formos prestar atenção, é um tanto estranho que alguém convicto desse desejo esteja tão desesperado para matar agora, indo contra tudo que estabeleceu. Até tentei me justificar isso com a presença da Youren, mas o anime mostrou que essa dúvida já era corrente antes mesmo dela interferir em seu psicológico, então realmente não sei onde que o jogo pecou na construção desse moço, para criar essa confusão toda.

Felizmente o Keronardo – ou Saponardo, não sei qual usar – conseguiu fazer frente a ele e colocou algum juízo na mente do Elias, o que só não ficou melhor, porque dado o destaque trazido a ele, eu esperava um maior apelo das cenas, mais tempo de tela para os dois lutadores e seu momento de resolução, pois ainda que não tenha ficado ruim, poderia ter sido ainda melhor.

Se no lado do loiro faltou um pouco mais de brilho, com o Krusty o roteiro foi mais gentil, onde destaco as coisas que ele foi descobrindo pelo Shiroe. O jogo tem uma mecânica interessante e que eu acredito ser bem utilizado pelo enredo, que são as brechas que ele abre em todos os lados – tanto nos aventureiros, como nos NPCs.

Essa era para ser uma ferramenta inconveniente, justamente pelas conveniências que traz a quem lhe utilizar, porém todas essas aberturas e a forma como cada coisa se aplica, tem uma formulação específica e segue uma coerência que me agrada ver explorada nos momentos chave.

Já entrando no assunto dos gênios e antigos, tenho algumas ressalvas, porque eu acredito que as informações dadas, mais confundem que explicam. Os antagonistas tem muitas classificações, mistérios, poderes que estão fora da compreensão e isso apesar de instigante fica muito vago.

Espero que com o tempo que resta tragam mais algumas respostas sobre esse pessoal, porque se a intenção é trilhar rumo a eles, é preciso entender melhor quem são esses inimigos, porque as únicas coisas que entendi é que eles são tiranos, a Youren era um gênio – sob o comando de uma Rainha Mãe – e já foi a primeira a pagar a conta de seus associados.

As lutas do episódio foram um dos pontos positivos, com uma animação decente, consistente e que mesmo fazendo uso de alguns quadros estáticos pontuais, soube ser dinâmica e atender a necessidade dos embates – uma melhora notável se comparada a anterior.

Agora cientes de quem precisam enfrentar caso queiram se reencontrar, os aventureiros de Yamato e de Zhongyuan almejam a lua e seus gênios, entretanto será que essa ponte vai ser tão fácil como eles querem fazer parecer? Uma das incógnitas largadas foi exatamente a interferência dos gênios nos servidores e as manipulações que cada um executa, indo contra os aventureiros e o povo da terra em benefício próprio.

Não existe qualquer confirmação, mas a julgar pelos eventos, penso que muito provavelmente a migração do Krusty foi uma dessas ações arbitrárias, logo, a jornada vai se complicar para os protagonistas, e se assim for, ao menos agora o “Dark Shiroe” já se animou para entrar em ação.

Agradeço a quem leu e nos vemos no próximo artigo!

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