Olha aí, World Trigger mais uma vez fazendo a sua mágica de gerar empatia pelos personagens secundários, justamente quando já sabemos que eles nem tem chance de vencer. De qualquer forma, gostei da conclusão e acredito que mesmo cientes do essencial, as surpresas lançadas fizeram muita diferença para que as coisas não ficassem tão previsíveis. Vamos a luta?

Continuando com o duelo do Kakizaki, o moço perdeu, mas já era algo esperado dados os danos sofridos, o que consequentemente deu a Teruya o papel de honrar a equipe – e ela abraçou com gosto essa oportunidade.

O Kuga sobreviver usando suas manhas foi brilhante, como sempre, porque isso que é o baixinho, ele não deixa passar nenhuma possibilidade desde que ela exista, mas lembro que ele também não foi o destaque, mesmo porque ele ser ótimo é uma constante que gostamos de assistir, contudo é uma fórmula batida.

Complementando o que citei acima, acredito que esse episódio foi importante por vários motivos – com a vitória do Tamakoma sendo o principal -, mas dentre eles um dos maiores é a construção da Yoko. Ela continua sendo chata, um tanto rude e arrogante? Bom, no geral sim, porém o que conta para mim é que ficou bem claro o quanto a personagem é humana e que há sim um caminho para mudança caso assim ela o deseje.

A Yoko embora tenha esse jeito desagradável, não é o monstro que gosta de exibir, na verdade eu diria até que ela é muito sentimental, apenas escondendo isso como uma forma de não desfazer a sua fachada de menina incrível e absoluta.

Durante a batalha era visível que a capitã estava irritada com a sua posição de vulnerabilidade e eminente derrota, mas até então ela pouco se importava com o Osamu, até o momento em que ele começou a brilhar com seu esforço absurdo, atrapalhando seus planos e criando um “ranço” real nela.

É engraçado ver como esse sentimento da Yoko é confuso, justamente por conta da sua história de vida junto a Hana – o que me deu a ideia do título. As duas são amigas de infância e tem personalidades e criações muito distintas, o que certamente contribuiu para o que as duas são hoje.

A ruiva sempre teve talento para enes coisas, porém muita má vontade e preguiça acompanhando essa sua qualidade, o que de certa forma os pais alimentaram já que nunca impuseram um limite nela. Do outro lado, a Hana sempre foi muito responsável e consciente, sendo ainda mais pressionada por um pai excessivamente rígido e uma mãe omissa.

Ao meu ver, embora lenientes demais, a família da Yoko a cercou de amor e penso que por isso o seu lado humano existe, não sendo totalmente prejudicado pelos seus defeitos. Foi essa Yoko “do bem” que abraçou a Hana e a fez ver que tinha uma amiga de verdade, com quem poderia contar para o resto da vida.

O ser talentosa a tornava difícil, mas será que em um certo ponto, a experiência com os pais da Hana não distorceram ainda mais o conceito de “esforço demais é ruim”, que a menina tinha? Digo isso porque naquela situação de pressão psicológica e quase separação, era esse o fator que trazia tristeza ao coração da amiga e respingava no seu.

Não isento a Yoko de culpa quanto a sua soberba e chatice natural, afinal cada um é o que quer ser e ela fez suas escolhas, porém uma criança é o que os adultos moldam, logo, se ela visse exemplos nos adultos com os quais conviveu, talvez ela fosse menos problemática. Penso que toda essa situação mostrada em ambos os lados, acaba evidenciando o que costumo sempre dizer a cerca de tudo na vida, que precisamos de um equilíbrio, não dá para ser 8 ou 80, ache um 44 e está tudo certo.

O episódio ainda jogou com meu sentimental na cena em que a capitã é salva da destruição causada pelos Neighbors, porque ali pude ver a extensão da amizade entre as duas garotas, bem como a enorme força interna da Hana. Imagina ter que pensar em salvar os pais – que já deviam estar mortos – e uma amiga morrendo?

Me espantei bastante com a maturidade da moça, ainda mais pela forma como ela se resignou com sua condição de órfã e como clareou sua mente para seguir em frente e buscar novos objetivos. Se a Yoko tivesse um pouquinho da mentalidade dela, teria aprendido bastante nesse processo, mas vamos lá, as coisas ainda podem mudar – e espero que mudem, se não todo o pano de fundo jogado aqui será desperdiçado.

Voltando para a conclusão do embate entre as três equipes, a Teruya em poucos instantes mostrou ao Kakizaki que trabalhando juntos, mas não “colados”, esse grupo tem muito a crescer, limando a Chika com um plano simples e bem bolado – pena que eles não podiam vencer. O esquadrão Katori foi derrotado pela Tamakoma-2, mas destaco aqui as tentativas bem sucedidas do Osamu, que limou os dois inimigos com muita inteligência, e da Yoko, usando as armadilhas do capitão adversário contra ele mesmo – caindo nela depois, mais uma vez.

Apesar do Kuga ter sido quem ficou com a glória, os outros merecem uma menção honrosa pelo trabalho que fizeram, tornando uma simples luta em algo importante para o crescimento geral. Ali ninguém saiu sem entender um pouco mais sobre si mesmo, seus parceiros e como levar o grupo adiante.

Embora o episódio tenha se encerrado com a vitória, quero ver como os times reagirão a esse resultado, especialmente o Kakizaki que precisava deixar seu medo de lado, e a Yoko, que precisava cair do cavalo para enxergar algo além de si mesma e seu comodismo. Como a própria Hana colocou, é difícil mudar alguém que não busque por isso, será que agora ela buscará esse novo rumo, assim como o outro capitão quer fazer?

Outro ponto é a diferença isso fará no julgamento do Hyuse, afinal ele pretende se tornar parte da equipe, mas daquele jeito dele e com um julgamento equivocado sobre seus futuros colegas. Enfim, o quê e quem mudará com esse processo?

TRIGGER ON!

 

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