A verdadeira natureza da maldição da barreira foi bem explicada pela Fushiguro e gostei bastante de ser similar a algo que aconteceu nos primeiros episódios envolvendo o Sukuna, mas no fim recuperar ou não um dedo dele nem foi o que importou muito, o desenvolvimento de personagem do co-protagonista que foi relevante. Sem mais delongas, vamos a ele!

O Fushiguro esteve se segurando esse tempo todo? Segundo o olhar afiado do Gojou esse era o caso, o que fez o manipulador de shikigamis ficar muito atrás do Yuuji em comparação aos esforços de ambos frente a Hanami. Na verdade, não só nessa oportunidade, nas pequenas coisas o co-herói vinha se minando em prol do todo quando isso não era exatamente necessário.

Gosto muito do Gojou porque ele nunca abandona seu jeito canastrão mesmo quando fala sério e sempre instiga seus “alunos” a darem mais de si, sem se prender a coisas que no fim pouco ou nada importam. Diria até que ele subverteria o sistema dos feiticeiros se tivesse mais apoio, pois não adianta de nada ter ideias progressistas se o poder é dividido em facções e é complexo demais convencer todas elas.

Enfim, após o excelente conselho do Gojou e antes de comentar o passado do Fushiguro e as coisas pelas quais se arrepende, não tem com não elogiar a excelente luta dele contra o nível especial, um embate no qual ele mostrou todo seu potencial, afinal, foi capaz de exorcizar a maldição sem nem mesmo manifestar um domínio completo. Lembrando que em seu domínio o feiticeiro, ou a maldição, é quem dá as cartas.

A animação e trilha sonora do combate foram excelente e escrever isso pode ser chover no molhado, mas acho importante frisar que lembrou os melhores momentos do arco anterior, o qual teve um leve queda na animação em seus últimos momentos, mas na média foi bem superior a qualquer coisa feita no primeiro cour. Jujutsu vai deixar saudades, menos mal que deve ter filme e a segunda temporada é só questão de tempo.

E o que será adaptado no filme? Há três opções: o conteúdo do volume 0 (spin-off protagonizado por um personagem citado nessa primeira temporada, mas que só deve dar as caras na segunda), um arco de flashback do Gojou (talvez não seja tão comercial um filme sem o Yuuji, mas esse arco é daora, queria que fosse ele a virar longa) ou uma história original (essa eu diria que é menos provável, mas vai saber, né).

Enfim, deixando as especulações sobre o futuro da série de lado, a segunda metade do episódio ter esmiuçado as circunstâncias familiares do Fushiguro, assim como o que ele pensa sobre seus atos, era o esperado e apesar da relativa simplicidade da história contada, vale frisar a família disfuncional dele (o pai tentou vendê-lo, que fdp). Isso pelos laços de sangue, pois se tem alguém que o apoiou foi sua irmã de criação, Tsumiki.

Também é muito bom ver como ele chega a conclusões sobre seu modo de pensar de antes em comparação a experiência que adquiriu nesse meio tempo sem a irmã, o que o fez ver que estava errado e o fez lamentar. A maneira como a situação da irmã foi explicada foi bastante ponderada e me passou a impressão de que isso não necessariamente vai ter uma grande repercussão para o personagem no futuro.

E, na verdade, mesmo se tiver, o potencial que o Fushiguro demonstrou nesse episódio dá a entender que ele deve lidar bem com o problema. Até o Sukuna comemorou ao ver ele se soltando, algo que devemos ver bem mais depois da superação dessa barreira psicológica que o restringia. Com isso resolvido, sobrou uma luta em duplas que deve agitar o último episódio do anime e encerrá-lo com um saldo para lá de positivo.

Pelo que foi revelado até aqui as duas maldições especiais são irmãs e um deles, o com cara e corpo humanoide, é complexado com as suas asas, as quais tendem a ser armas de seu arsenal. Não podemos esquecer do terceiro irmão, que ainda não deu as caras, mas alguma hora deve ter espaço. Não nego que gostaria de ver a Nobara lutando sozinha, mas dada a “privacidade” que o Fushiguro precisava entendo a combinação.

Ela não deve ter um episódio tão centrado em si como o companheiro teve, mas acredito que em algum momento no futuro a Nobara terá um destaque maior. Infelizmente, por mais que Jujutsu tenha uma boa game de personagens femininas fortes e interessantes, ainda assim, o trabalho de personagem delas é aquém em comparação as figuras masculinas que sempre dominam esse desenvolvimento no battle shounen.

Acho isso uma pena, mas objetivamente não é motivo para abaixar a nota do episódio, afinal, é um ponto estrutural questionável da trama como um todo. Já algo que era questionável no primeiro cour do anime e mudou drasticamente no segundo foram os passeios juju, que em quase todos os episódios têm entregue um humor inteligente e perspicaz se aproveitando melhor da trama para tal. O desse episódio foi sensacional.

Jujutsu tem uma pegada cômica muito forte que flui quase que naturalmente durante e entre os momentos de maior seriedade da trama. Os passeios juju são um caso a parte, mas mesmo com eles a produção tem conseguido brincar com algo sério (o que nem era exatamente o caso dessa vez, mas vale o elogio ainda assim) e quando não o faz, ainda assim, tem entregue uma comicidade afiadíssima.

Por fim, o mal-entendido da paquera e toda a marmota da patota para zoar o Fushiguro foi impagável. Foi uma zoeira muito real, do tipo que eu aposto que você já fez com um amigo ou já sofreu. Além disso, o Gojou sensualizando para zoar o Fushiguro me fez rir ainda mais, foi o tipo de coisa que a gente pode esperar desse tutor tão simpático e sem noção. Jujutsu segue muito divertido e fazendo jus a todo o seu sucesso.

Até a próxima!

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