Edens Zero é um anime do estúdio J.C.Staff que adapta o mangá de Hiro Mashima (sim, o autor de Fairy Tail) lançado na revista Weekly Shounen Magazine.

 

“Na história acompanhamos Rebecca, uma espécie de youtuber espacial, e seu mascote, Happy. Eles param em um planeta habitado por robôs e o humano Shiki. O garoto nunca havia visto outro humano, esconde um poder misterioso e embarca com a dupla em uma jornada pelo universo.”

 

Já vi alguns episódios de Fairy Tail e veria mais, pois, apesar de ser um battle shounen dos mais clichês, achei o anime divertido e gosto de suas lutas, só o que me falta é tempo mesmo. Edens Zero é muito parecido com a obra mais popular desse odiado e amada autor? Sim, um pouco.

A base de fantasia se mantém aqui, mas o pano de fundo espacial dá um certo charme a história, o que pega mesmo é o clichezão da amizade, que mais uma vez dá a entender que será amplamente explorado em uma obra do autor.

Então sim, se a sua intenção não é assistir a um battle shounen que não acrescenta nada de novo a indústria e nem segue uma linha um pouco diferente, Edens Zero certamente não será uma boa escolha.

Contudo, se for menos exigente talvez se divirta com o anime. Por exemplo, eu consegui gostar da heroína e do herói, apesar de me incomodado um problema nas atitudes dele, mas que interpreto como uma escolha infeliz do autor, afinal, é razoável o Shiki não ter bom-senso.

Precisava mesmo a primeira interação dos dois ser marcada por uma apalpada e uma olhada na calcinha da garota? Até entendo o avô robô do protagonista não ter se tocado de ensiná-lo os limites ao conhecer outro humano, mas o autor sabe muito bem quais são.

Não tinha porque começar com isso, aliás, é preferível evitar esse tipo de cena em qualquer momento de uma história. Além disso, os shorts minúsculos da heroína em outro momento também podem ter justificativa, ela ter sido raptada ao acordar, mas foram mais uma bola fora.

Já entendi que o anime vai ter sua dose de ecchi, mas não precisava apelar dessa maneira idiota. Se a primeira impressão é a que fica, então a de Edens Zero é de que não dá para esperar nada de tão novo assim no anime, ainda mais na maneira como explora o corpo e a figura feminina.

Além de, repito, ter uma base de fantasia clichê. Existem planetas, cada um com sua característica, e o protagonista sai de um deles para ganhar o mundo fazendo amigos enquanto guarda um poder misterioso dentro de si e até sabe usá-lo. Isso o avô parece ter lembrado de ensinar, né…

Então, ocorre a “reviravolta” na segunda metade e era meio óbvio que ela rolaria, assim como não surpreendeu ninguém que fosse tudo encenação para fazer o garoto ganhar o mundo e se tornar independente, afinal, esse é o pontapé inicial de quase toda história de fantasia.

Para entrar em outro estágio da vida a pessoa tem que deixar algo para trás, e nesse caso era o planeta em que Shiki foi criado. Não são dadas maiores explicações pelo Rei Demônio que assumiu o papel de avô do pequeno Shiki, então aquele era todo o seu mundo.

É triste que ele parta achando que seus amigos robôs se tornaram “vilões”, mas na boa, isso não muda os sentimentos do rapaz e nem acho que deveria. Quanto a essa questão não tenho muito o que reclamar do anime, só que foi conveniente demais terem apagado ao mesmo tempo.

Além disso, por que a Rebecca achou que os robôs tinham sido infectados com um vírus? Ela achou que poderia ter trazido o tal vírus? Achei isso meio jogado, mas irrelevante, nada me incomodou mais na segunda metade que as pernas dela expostas por aquele shortinho minúsculo.

E não é porque eu não gosto de pernas, é porque não acho que a heroína deveria ser usada para fanservice, ainda mais tão de cara. Já não bastavam as orelinhas de gato na cabeça dela? Aliás, o público dela que demanda essas coisas também é um problema, apesar de que…

Não é muito diferente do que acontece no mundo real, né, infelizmente… Ainda assim, repito, o autor tinha uma grande oportunidade de investir na história (talvez se inspirar no espaço sideral para tentar ser mais criativo?), mas é uma pena que dê margem a essa construções questionáveis.

O pano de fundo espacial foi uma puta ideia que tenho medo de não ser bem aproveitada, além de que, convenhamos, os designs dos personagens do Mashima nunca mudam, e isso nem é necessariamente um problema, mas no caso dele pode significar pobreza criativa mesmo.

Até o tema amizade parece que vai ser usado a esmo, como fora em Fairy Tail. Enfim, o episódio acaba com o protagonista perdendo a inocência, conhecendo outro ser humano e partindo em sua aventura para ter muitos seguidores no facebook. Já deu até um tapa no visu para ajudar nisso.

O tal do ether gear citado traz a pegada de battle shounen que faltava para dar vazão ao clímax esperado, e se não posso dizer que achei a luta contra o Lord do planeta de empolgar, pelo menos sei que o estúdio e as obras do autor têm muito potencial para entregar boas cenas de ação.

isso é um mínimo em qualquer battle shounen, mas acaba sendo pouco se apegar só a isso. Ademais, achei a composição visual com as pétalas viajando pelo espaço super estranha, assim como a nave em literal formato de dragão, mas esperar o que quando há uma deusa interplanetária?

Estava na cara que o espaço (a própria nave em seu formatinho engraçado já denunciava isso) não seria abordado com discrição, e isso me desanimou um pouco também. Custava dar uma roupagem menos fantasiosa à viagem espacial? Não era para ser um pouquinho sci-fi?

Por fim, ainda espero algo do basicão com um pano de fundo que gosto (a aventura espacial) que é Edens Zero, mas pensando bem, sei que é melhor não esperar muito. Os primeiros indícios é de que vai ser um battle shounen clichê com vários dos defeitos que atingem a maioria.

Até a próxima!

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