O anime me surpreendeu nesses últimos episódios com os personagens históricos que fez uso e com os personagens literários que fez referências. Até pensei que nada mais me surpreenderia nesse anime. Agora ele me vem com “Jack, o Estripador” também. E o pior é que esse último combinou bastante com o anime.

Mas vamos ao episódio. Moriarty: O Patriota ganhou um novo personagem e seu nome é James Bond. Na verdade, ganhou dois, mas logo falaremos do segundo. Primeiro vamos focar na Irene Adler. E já digo que eu não desgostei do que vi dela no episódio. Ainda que sim, a personagem foi de fato “descaracterizada”.

Já que a sua principal característica era justamente a sua feminilidade. E pior, agora ela se tornou mais um rostinho masculino todo bonitinho feito para agradar o público feminino. Chegou tarde, já temos uma multidão de personagens assim.

Mas como disse, eu não desgostei do que vi dela nesse episódio. Aliás, nem do próprio episódio. A primeira parte não tem nada de incrível mas tão pouco é ruim. Embora claro, tenha alguns elementos criticáveis. Como o Moran no meio de um assalto parando para dar uma aulinha para a Irene.

Além de ser algo incoerente faz uso de um recurso narrativo que mata a fluidez da cena. Outra parte problemática é aquela em que a Irene derrota todos os bandidos sozinha. Onde ela aprendeu a lutar? Não sei, o que sei é que essa nunca foi uma característica da personagem.

Ainda assim não tenho muitos problemas com essa primeira parte do anime. Nem o que fizeram com a Irene, com o seu papel futuro e nem com a relação dela com os outros membros de sua organização criminosa. Até acho interessante estarem aproveitando uma personagem tão importante como ela.

E como esse anime tem como perspectiva principal a do Moriarty e de sua organização, quanto mais membros ela tiver e forem aprofundados melhor. E falando nisso, um novo personagem apareceu. Jack Renfield é o seu nome, embora possamos chama-lo de “Jack, o Estripador”.

Mas ele não é o famoso assassino, embora esse também tenha sido citado pelo anime. E falando nele, aqui as suas vítimas são prostitutas assim como foi com sua pessoa histórica. Porque sim, ele existiu de verdade. E digo isso pois tanto Jack quanto Sherlock são duas figuras cuja própria existência, seja real ou seja fictícia, é facilmente confundida.

Isso porque Holmes tem um nome tão célebre e icônico que lhe dá o caráter de pessoa histórica. Da mesma forma que “Jack, o Estripador” é uma figura tão infame e caricaturada que mais parece um antagonista da literatura universal. Mas é justamente o contrário.

Holmes pertence a literatura e Jack aos livros de história. Porém, se você for pesquisar sobre “o estripador” verá que nem mesmo sabemos a sua identidade. E que seu número de assassinatos é bem pequeno. E que ainda que o seu modus operandi seja cruel, estamos falando da raça humana com a sua coleção de assassinos e genocidas. Sendo assim a sua fama está em outros fatos, que não cabe se aprofundar aqui.

O ponto é que nesse episódio nós o temos como um personagem e eu realmente achei isso bem interessante. E não parece que ele seja apenas um assassino qualquer, mas sim um assassino metódico com um objetivo claro em mente. Um objetivo provavelmente de caráter social, justamente a área que o Moriarty tanto quer mudar. É Jack, você mexeu com a pessoa errada.

Agora sobre essa segunda parte, novamente eu não desgostei dela como um todo. Até porque isso tudo foi apenas uma construção de cenário para algo que ainda será narrado. E algo que pode ter consequências das mais diversas. Pode ser algo grande, ou pode ser diminuto. Seja um ou seja outro, faz todo sentido que o Holmes investigue esses assassinatos. Porém não sei se esse será o caso.

Enfim, aqui vimos até coisas do passado, como a explicação de que os três garotos de nome “James Moriarty” receberam treinamento marcial logo na juventude. Essa é uma informação muito interessante. Assim como é interessante o novo personagem, o verdadeiro Jack.

Que por sinal, como alguém consegue o epiteto de “o estripador” no meio da guerra? No meio da chuva de balas o cara saía estripando os inimigos? É, eu sei que é só “por ser legal” e eu mesmo não vejo grandes problemas nisso. Mas que é idiota não há dúvidas.

Mas repito: não foi um episódio ruim. Metade dele foi dedicado a inserção da Irene no grupo e o resto foi uma construção de algo que só veremos no próximo episódio. Até mais.

E aqui fica uma curiosidade. De fato o Domingo Sangrento citado no episódio aconteceu, ocorrendo no ano de 1887. Talvez você já tenha ouvido falar desse acontecimento, mas provavelmente foi do Domingo Sangrento russo de 1905. É, domingo não é uma dia muito seguro pelo visto. Mas o ponto é que “Jack, o Estripador” realizou os seus ataques em 1888, apenas um ano depois do acontecimento aqui citado. O que evidencia a precisão histórica do anime.

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