Por que heróis precisam evitar a destruição? Porque meio que são funcionários públicos, né, recebem do governo para proteger a população e se possível evitar o uso de recursos para fazer reparos na cidade. Não foi o que aconteceu no terceiro embate do treinamento em conjunto das turmas do primeiro ano, mas foi o que o Endeavor seguiu a risca no início da segunda parte desse episódio.

Em todo caso, mais relevante é que tivemos mais um embate entre classes, mas dessa vez acho que ele tende a ser ainda melhor não só por contemplar dois personagens um pouco mais relevantes, o Iida e o Todoroki, como também por fugir do básico para esse tipo de situação, que seria um duelo de estratégias bem elaboradas. É hora de Velozes e Heroicos no Anime21!

Eu ia começar o artigo para valer falando da paixão da Uraraka pelo homem sanctum Izuku Midoriya, mas, honestamente, o que agregaria ao artigo? É melhor partir logo para o Bakugou, o aspirante a herói problemático que deu uma melhorada nas últimas temporadas, mas ainda me incomoda por constantemente passar do tom. Não me estranha uma galera passar pano para ele e outra odiá-lo.

Parece ser proibido para o Bakugou demonstrar fragilidade ou simpatia, mesmo considerando que ele fez isso pelo menos umas duas vezes na série. O problema é que BokuAca já está na quinta temporada e agora ele sabe demais. Inclusive, será que o Bakugou será o fio desencapado que revelará ao público o segredo que o All Might e o Midoriya shounen tanto querem esconder? Será?

Enfim, se todo esse papo do Shinso que o All Might levantou também não era novidade, a história do Toya, o irmão mais velho do Todoroki, já é um assunto mais “novo” que não deve estar ganhando espaço nessa temporada à toa. Nem vou dizer mais nada para não entregar o que está meio que na cara, mas sério, esse não seria o momento perfeito para dar uma rasteira no Endeavor?

Seria deliciosamente mais cruel pelo momento excelente que ele tem vivido em sua vida profissional, mas a verdade é que por toda a sacanagem que aprontou com a família no passado juro que não vou achar ruim se ele tomar uns baques, diria até que faz sentido, afinal, não dá para o cara jogar para debaixo do tapete toda a merda que fez com a família. Uma hora a conta chega, ou deveria chegar na ficção.

Outra coisa que é bem a cara da ficção é esse sincronismo entre personagens que a gente pode ver na ideia do herdeiro, da responsabilidade que os herdeiro dos grandes heróis têm. Não que seja incomum eles estarem praticamente todos na U.A., mas na mesma época é um pouco para propósitos narrativos sim. Tirando o Bakugou e incluindo o Tokoyami e o Iida, tem quatro “herdeiros” dos legados de grandes heróis lá.

Um pouco menos com o Engenium, o irmão do Iida, é verdade, mas, ainda assim, é de se notar a pressão extra que essa rapaziada tem por ter essas sombras atrás de si. Quem parece bem mais leve e ousado é o time da 1-B desse terceiro embate, que centralizado na figura desmiolada do Tetsutetsu conseguiu demonstrar características interessantes para competir contra o time mais forte, ao menos na teoria, até o momento.

Mas antes de focar na luta, não nego que achei engraçada e verídica a dificuldade do Endeavor em se comunicar com o filho. O cara é tão overpower que captura um vilão sem muitos prejuízos a máquina pública e de quebra tira tempo para se preocupar com o filho em sua tentativa válida, mesmo que inevitavelmente hipócrita, de se reaproximar dele e até apoiá-lo em sua caminhada. Dá até para “simpatizar” com ele, né?

E se o Endeavor dá indícios de que pode sim ser um pai como qualquer outro (pelo menos como os minimamente atenciosos), a dificuldade que o time da sala B impôs ao da A foi tudo menos comum, até pelas circunstâncias em que o embate começou para eles, com o Tetsutetsu esbanjando testosterona e perdendo neurônios. Apesar de que, honestamente, era justamente o que estava faltando nesse anime.

Muito dessa armadilha que o Tetsuboy e seus bluecaps armaram para o time do Iida e do Todoroki tem a ver com o amolecimento do Juzo, um personagem que surgiu do nada, mas apresentou um dos conceitos mais oportunistas e legais desse arco, a flexibilidade, coisa que tem extremo valor em um grupo com figuras que não dispõem de individualidades tão “estratégicas”, exceto o amolecimento como elemento surpresa.

Pensando que no grupo há uma estudante de intercâmbio que volta a falar em sua língua natal quando fica nervosa (o que eu acho que faz certo sentido) é ainda mais compreensível que o Jozu tente se equilibrar na corda bamba e não coordenar um ataque elaborado, mas entender onde há lacunas que podem ser preenchidas pelas individualidades dos integrantes de seu grupo. e tudo nos confrontos mano a mano.

Além disso, eles também contaram um pouquinho com a sorte, afinal, o Todoroki não partiu tacando fogo neles, apesar de que, pelo exemplo da luta anterior, é compreensível que ele tenha agido assim para minimizar danos. Gelo uma hora vira água, fogo destrói, e como o Tetsutetsu não deu brecha para uma resposta diferente, seu rompante não intencional acabou criando o cenário ideal para seus companheiros surpreenderem.

A questão é, quanto tempo isso vai durar e como os quatro da 1-A lidarão com essas adversidades? Eu imagino que o Todoroki tenha poder bruto o suficiente para virar o jogo, mas confesso que não lembro como acaba, a única coisa da qual não esqueci, e nem poderia, foi a “bela” cena do Iida tirando seus escapamentos para surgirem novos. É sério, a individualidade dele é muito estranha, ainda mais por ser hereditária.

Deixando isso de lado, o Iida é alguém que lida bem com esse lance de carregar o peso do manto de outro herói e até por isso não tem como não achar legal o fôlego que ele ganha no confronto. Se ele não tem muito de interessante além da velocidade e de golpes com as pernas, pelo menos tem a responsabilidade como ponto forte, além da lógica por trás do que fez para se aprimorar ser bem razoável, apesar de estranha.

Por fim, esse foi um episódio interessante por propor um embate que subverte um pouco o que vinha sendo o anime até aqui e se aproveitar das personalidades de rostos conhecidos (como o Iida e o Tetsutetsu) para isso. A luta do Ojiro com o Sen ficou mais de lado, espero que mostrem mais dela próximo episódio, e quero ver como o Shouji vai lidar com a Pony, que tem uma individualidade ainda mais “peculiar” para o ofício.

Até a próxima!

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