É irônico como se tem algum lugar nesse mundo com multidões querendo sair então esse lugar são as prisões. Elas estão lotadas de pessoas com essa intenção. Mas o que vemos nesse episódio é justamente o oposto, um personagem querendo adentra-la. Mas por pouco tempo, só até conseguir aquilo que lá foi buscar.

O anime continua com os problemas relacionados ao “falso Jack”. Agora escalado a um nível ainda maior, já que temos um “falso-falso Jack”. Uma falsificação de alguém que nem mesmo existe. A primeira cena do episódio é o Albert Moriarty discutindo com o Mycroft justamente esse problema. O que já é algo bem discutível.

Quer dizer, estamos falando da coroa britânica e de todo o seu poder político. Realmente era necessário a intervenção do Moriarty? Ainda mais com uma operação cheia de possíveis complicações.

Na verdade, talvez não seja esse o ponto desse episódio. Quem sabe o Moriarty quisesse fazer isso sozinho. Não por princípios, mas sim por algum outro motivo. E de fato, a sua abordarem deu vantagens para ele que não conseguiria se deixasse esse problema para um terceiro.

Um exemplo é o Paterson e sua posição na polícia além da presença do Sherlock Holmes naquela operação. Ainda que o motivo não pareça claro é evidente que o Moriarty o queria ali por algum propósito.

Mas enfim, esse foi um episódio bem atípico. A começar por um personagem presente nele que foi o Lestrade. Sua participação foi bem interessante, tanto que a construção aqui feita ao personagem bem poderia ser uma construção de longo prazo.

Digo isso pois não sei se ele será melhor aproveitado no futuro, mas se for então esse foi um belo primeiro passo. E se sua participação foi atípica temos algo bastante típico dos últimos episódios, e algo que está me surpreendendo nessa segunda temporada, que é a quantidade de novos membros que o grupo do Moriarty vem recebendo.

O personagem da vez foi o Paterson, que por aqui demonstrou ser um membro muito útil. E que justifica o sucesso do plano do Moriarty desse episódio. Plano esse protagonizado pelo Bond, um personagem que está sendo muito mais importante e participativo do que eu imaginava.

E se não bastasse esses dois ainda temos um terceiro personagem para citar, o Herder. De menor participação aqui, mas que também é bastante interessante.

Gostaria de falar sobre esses personagens. A Irene já é conhecida, a origem do seu codinome “Bond” idem, portanto focaremos nos outros dois. Ambos são personagens citados nos livros originais, porém no caso do Patterson sua citação é tímida e ainda que relacionada ao professor Moriarty não é no sentido de um aliado.

Porém, o Herder já é citado por Holmes no conto A Casa Vazia. Eis o trecho “– Uma arma única e admirável – disse ele –, silenciosa e com um poder tremendo: eu sabia de Von Herder, o mecânico cego alemão, que a fabricara por ordem do falecido professor Moriarty. Há anos eu sabia de sua existência, embora nunca tenha tido a oportunidade de segurá-la”.

Além desses três o Holmes novamente deu as caras, mas aqui fazendo uma participação inexpressiva. Ainda que a semente de algo muito importante pode ter sido plantada nesse episódio. Que é a reflexão do próprio Holmes quando ao lorde do crime e aos seus feitos de justiça.

Já perdi a conta de quantas vezes o detetive ajudou o criminoso, e pode ter certeza que o próprio Holmes não está nem um pouco feliz com esse fato. Então sim, ainda que com uma participação pequena esse episódio deu início a uma decisão muito grande e importante.

Agora sobre o episódio de um modo geral, ele não foi ruim, mas também não foi incrível. O plano e todo o seu desenvolvimento não teve nada de realmente interessante. Quero dizer, em nenhum momento ele conseguiu surpreender ou ser criativo, mais pareceu forçado e conveniente.

Mas essas impressões estão mais na facilidade com que tudo aconteceu do que pelas coisas em si. Embora de fato o anime continua nos fazendo acreditar que a Irene é uma super agente treinada sendo que nós sabemos bem que ela nunca foi isso.

E que carrão heim…

Enfim, foi um episódio ao menos importante para a construção dessa organização criminosa e de tramas futuras. Já sabíamos que o Moriarty tinha um infiltrado na polícia, mas agora sabemos até o seu nome. Então, bem interessante nesse sentido. Até mais.

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