Em um episódio mais focado na ação que nos mistérios, Shadows House consegue nos confundir menos e essa quebra momentânea foi maravilhosa para nosso pobre cérebro. No entanto, se para nós isso representa uma descanso, para os personagens tudo se torna mais difícil, exigindo muito mais de seu bom senso e inteligência, para que assim sobrevivam a esse perigoso e fatal desafio.

Sendo bem sinceros, acreditamos que ter um episódio menos informativo foi realmente bom, até porque o anime constantemente nos apresenta elementos aos quais não dá respostas imediatas, e muitas vezes sequer deixa pistas – para o desespero das nossas teorias malucas. Como um resultado dessa objetividade, o episódio passou bem rápido se comparado aos demais, justamente pelo seu ritmo mais simples e ágil.

Nessa etapa do debute o labirinto jardim criado pelo próprio Edward, acaba servindo para nos revelar mais sobre as personalidades das bonecas e de algumas sombras. No caso do vilão adulto, nada muda no status dele, uma vez que o próprio sempre deixou clara a sua intenção de prejudicar todos no teste apenas para agradar o Grande Avô, mostrando que ele é implacável e apenas os melhores sobrevivem ao seu julgamento – tipo aqueles professores que gostam de pagar de bons, as custas da reprovação de seus alunos.

Utilizando a tática básica de semear o medo e a discórdia, os planos dele pareciam ir na rota certa, porém o Edward não contava que no seu caminho fosse aparecer uma pedra, uma pedra preciosa e otimista chamada Emilico.

É engraçado ver como cada simples ação da boneca desarma alguma “bomba”, tornando notório que nele cresce uma raiva em relação em ela e sua alegria desnecessária – que acaba ajudando aos demais.

A protagonista por sinal é alguém bem interessante de se assistir no debute, porque diferente de seus colegas que agem de forma mais previsível, ela segue sendo uma “Caixa de Pandora” nesse meio, justamente por pensar fora da caixinha.

Enquanto a Lou é prática demais – e boa de improviso, vale salientar essa qualidade -, Ricky e Shaun fazem uso de sua inteligência comum, ao passo em que a Rum parece funcionar conforme as suas inseguranças e a escolha da lanterna soa como um reflexo disso.

A Emilico já é alguém mais “intuitiva”, a sua natureza curiosa lhe confere uma maior atenção aos detalhes e as inúmeras possibilidades. Uma vez que não limita a sua imaginação, a boneca vai mais longe em suas soluções e assim se resolve.

É digno de nota que enquanto o Edward crê plenamente na incapacidade dela e de sua parceira, as duas se mostrem de longe as mais capazes tanto em habilidade como em raciocínio. Quem ali iria imaginar que a boba Emilico seria a responsável por desvendar o mistério das “féves”? – nós imaginamos, mas tudo bem.

O labirinto também reforça isso na cena em que todos escolhem os seus aparatos, pois a direção praticamente anula a presença daquela carroça ali, com a mesma aparecendo de forma muito discreta nos frames, e é aqui que a personagem entra.

Ela não só a percebeu dentre as opções, como entendeu a versatilidade do objeto, afinal ele serve pra transportar, carregar, proteger e sabe se lá o que mais a menina pode inventar de fazer com aquilo. Obviamente que nem sempre esse feeling a salva, mas convenhamos que até aqui, ela tem sido competente em dar a volta nos próprios erros – o que parece estar ajudando a Rum aos poucos.

Outro fato que nos surpreende aqui, é o sentimento negativo do vilão em relação a Kate – o que também deve contribuir para sua oposição a Emilico -, tendo em vista que ninguém se conhece muito bem, pela própria divisão interna da família e as personalidades difíceis de cada sombra.

Por alguma razão bizarra ele deixa expressa a sua vontade em desclassificar a menina o mais rápido possível, e analisando que os Shadows adultos tem olhos em toda parte, será que lá no fundo o Edward pressente que a Kate tem potencial para ser maior ali dentro? Pode ser que tudo não passe de algo aleatório apenas porque sim, contudo fica a dúvida.

Viajando um pouco e vendo por um lado do prisma, essa possibilidade é válida, especialmente se considerarmos como a sombra é firme, bem resolvida com suas ideias – mesmo tendo a sua inconstância a trabalhar – e principalmente, ela questiona o sistema ao seu redor, ou seja, não é alguém que pode ser manipulada facilmente como os outros membros da família.

Não sabemos se o boneco especial tem qualquer conhecimento das habilidades dos debutantes, mas até a forma como ele prendeu cada um concorrentes indica uma coincidência bem certeira. Assim como as outras sombras que observavam o debute pareciam surpresas com o feito do John, é muito provável que ele também não soubesse, porém como o debute é algo recorrente e outros já devam ter mostrado suas capacidades, duvidamos muito que os adultos estivessem as cegas.

Se falamos em fissura pela Kate, o que dizer do John? O garoto de fato é alguém bem tonto, afinal quem iria pedir a concorrente – que sequer conhece – em casamento, no auge de uma competição que pode te eliminar e sem chance de retorno?

O nível de absurdo é tamanho que a própria se espanta com a falta de sentido para aquilo acontecer. Pode ser que fora do debute – caso ambos se saiam bem -, isso mude e se desenvolva uma amizade crescente, mas já dá para afirmar que ele não começou muito bem.

Com a negativa da moça os dois seguem seu caminho tentando sobreviver, mas o ponto é que devido aos ocorridos até aqui, a Kate agora enxerga o real propósito por trás do debute – diferente de seu admirador -, então será que ela vai ceder a pressão e revelar seu potencial, ou vai aguardar pela Emilico para que juntas encontrem uma solução que fuja do espetáculo e não obedeça a vontade dos Shadow?

Agradecemos a quem leu e até a próxima!

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