Kingdom 3 – ep 8 – O engajamento (a)efetivo e nocivo do atrito
A poeira abaixa ao fim de dia sangrento. Kingdom, em seu oitavo episódio, apresenta dois atos, a calmaria da reconstrução e o princípio da aniquilação.
O intenso dia do primeiro combate entre a coalisão e o reino de Chin termina, o saldo é positivo, apesar das muitas baixas sofridas. O acampamento noturno revela a efêmera paz, um momento de camaradagem, e até mesmo um romance roubado, ou melhor, forçado, se apresenta.
Torcemos pelo fim desse conflito, pela felicidade dos protagonistas e dos coadjuvantes que pululam as centenas de milhares. Vidas ao redor de uma fogueira que se apaga. O grande general sorri como sempre, um sorriso alucinado que não pisca frente a situação, sabe que o dia de amanhã será como sempre, carne e corpos ao chão.
Bebam pela vida, pela insanidade e para afastar qualquer pensamento inconveniente. É hora de levantar e seguir de mãos dadas com a morte.
Shin e sua tropa recebem reforços, dobrando a sua força inicial, novos veteranos para empilhar novas conquistas. E vamos ao ato de mais um desfecho, o amadurecimento de todos é regado a sangue, mas não deixa de ser real.
Por outro lado, temos o luto pelos companheiros, e não apenas o reino de Chin, mas também a coalisão, em especial o reino de Sho, choram as suas perdas. Tropas órfãs de seu comandante caído em combate.
Para guiar os cordeiros uma nova general surge das sombras, e nela permanece. Com punho de ferro, ou melhor, bota, chuta a bunda dos enlutados para que conquistem a tristeza através da superação em combate, ou que caiam e acompanhem o seu antigo mestre.
Sua estratégia, e essa é louvável do ponto de vista lógico, é desgastar o oponente para romper as suas defesas. É uma tática óbvia, mas promissora e possivelmente eficaz, uma vez que possuem a vantagem numérica absoluta, e que foi constatado que as forças de ambos os exércitos que se digladiam são equivalentes.
O general mor, Ri Boku, assume a pertinência da jogada, e propaga a tática para todos os demais batalhões. Guerra de atrito, dias de conflitos puramente bruto, sem nenhuma manobra excêntrica, se seguem.
Por fim, para coroar o bom episódio que se seguiu, onde o protagonismo se contentou em permanecer entre beijos e palavras motivadoras, temos o destaque de uma nova ameaça. Na verdade, é uma ameaça poste mesmo, já que estava ali o tempo inteiro sem fazer nada.
Um dos generais da coalisão revela sua peculiaridade, o veneno. Suas tropas, igualmente preparadas, laçam um ataque massivo, infestando o medo e a premência da queda ante a muralha do reino de Chin.
Vale pontuar o soturno dialogo entre os generais seniores de Chin, os quais se vangloriam de uma longevidade cautelosa que alcançaram pela ponderação de seus atos e heroísmos. Sábios sobreviventes aptos a segurar os ímpetos de seus companheiros de armas.
A missão ingrata de um pilar de sustentação, é ser imóvel e inflexível, inadaptável demais, para conseguir se desvencilhar de surpresas e poderes arrebatadores. O que será dessas raposas frente a inovação ardilosa do oponente? Veremos no próximo desfecho semanal.