Eden é um dos mais novos animes da Netflix. Lançada em maio deste ano (2021), a obra se passa num futuro distópico onde a humanidade não existe, na teoria. Com um roteiro bem interessante e uma premissa com belo potencial, a obra de 4 episódios segue a jornada de Sara, uma humana que em meio aos robôs, tenta descobrir mais sobre sua origem e claro, sobre o que aconteceu.

Mas o que é Eden? Bom, o mangá começou a ser publicado em janeiro deste ano e ainda está em lançamento. Já a adaptação deveria ter sido lançada em 2020, mas infelizmente foi adiada para esse ano.

Sobre a sinopse, temos: Milhares de anos no futuro, uma cidade reluzente conhecida como “Eden 3” é habitada apenas por robôs artificialmente inteligentes cujos antigos mestres desapareceram há muito tempo, embora continuem a cultivar produtos agrícolas. Em uma tarefa de rotina nas fazendas vizinhas, dois robôs de manutenção acidentalmente acordam uma menina humana da estase, questionando sua crença de que os humanos eram um mito antigo proibido. Juntos, os dois robôs secretamente criam a criança em um porto seguro fora do Eden 3.

Logo de cara, Eden é um anime um tanto quanto curioso. Conforme você vai assistindo, fica nítido que 4 episódios não foram o suficiente para desenvolver tudo o que a história poderia ter explorado. Claro, não temos pontas soltas que sejam realmente importantes, mas ainda assim, ficam dúvidas e questionamentos sobre detalhes da história e principalmente sobre o que viria depois das cenas finais (além do gostinho de quero mais).

O ritmo da obra é outro detalhe interessante, uma vez que ele vai melhorando constantemente e com isso, você não se incomoda com a mudança de “clima” que o anime acaba tendo de uma hora para outra. É como se você estivesse vendo um filme, literalmente. Pensando bem, Eden deveria ser um filme ao invés de um anime de 4 episódios, afinal, combinaria muito mais com a maneira que conduziram tudo.

Com um diretor experiente e uma roteirista de mesmo patamar (ainda que seus trabalhos sejam menos conhecidos), Eden nos apresenta uma proposta que poderia ser amplamente explorada em mais episódios. Porém, fica nítido que eles decidiram focar em apenas um “problema” ao invés de explorar todos os outros que sinceramente teriam uma utilidade muito maior. Aqui, humanos são proibidos e as causas disso são exploradas de forma bem rasa…

Como a sinopse expõe, temos apenas robôs habitando da Terra. A obra intercala entre passado e presente, fazendo uma ponte de ações e consequências que trouxeram o resultado atual: um planeta Terra sem humanos. Sara, a única humana até então, acaba sendo a grande esperança daqueles que por algum motivo, anseiam pela volta daqueles que, séculos atrás, criaram os robôs.

Aliás, ela não é só a esperança, pois sua existência proporciona uma quebra de tudo aquilo que os robôs acreditavam: humanos representam coisas ruins e nunca existiram.

E isso é muito interessante porque os robôs acabam sendo desenvolvidos também. Claro, ainda cai no clichê de robôs vs emoções, mas por outro lado, a obra consegue fazer isso de uma forma muito bacana ao usar uma estrutura de família entre Sara e os robôs que estão ao seu redor. Seus “pais” acabam sendo o grande destaque entre os robôs junto de um outro, o S566, que faz o papel de grande “descobridor” da existência dos humanos e o líder da resistência.

Mas nem tudo são flores (maçãs, nesse caso). Eden expõe os problemas climáticos que os humanos causam. Isso é apresentado com grande foco quando a história mostra o passado e tudo o que aconteceu antes da “extinção” dos humanos. Porém, em momento algum isso é abordado ou questionado. Não é apresentada uma solução para o “problema” que existiu no passado e pode voltar a acontecer no futuro.

A própria Sara questiona ou se interessa em saber sobre. Aliás, sequer é explicado para ela de maneira decente, pois ela acaba tendo conhecimento de que humanos podem ser violentos, apenas. Com isso, fica a insatisfação de ter visto uma história que gira em torno do descuido que temos com o planeta em que habitamos, mas não faz absolutamente nada além de mostrar um possível resultado futuro.

No final das contas, Eden é uma boa história apesar de incompleta e rasa. A animação, feita em CG é bem agradável e passa longe de incomodar (a menos que você seja muito chato com animação em 3D e só gosta de animação em 2D). Os cenários que a obra apresenta são belos e as músicas são bem bacanas. No saldo final, vale a pena por ser uma obra curta que apesar da história mediana, consegue ser legal de acompanhar.

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