Peach Boy Riverside é um anime do estúdio Asahi Production que adapta o mangá de Cool-kyou Shinja, autor de Kobayashi-san Chi no Maid Dragon. Esse é um dos três animes dele que serão exibidos durante essa temporada de verão, os outros são a segunda temporada de Maid Dragon e Heion Sedai no Idaten-tachi.

Na história acompanhamos Sally, uma ex-princesa que parte em uma aventura para reencontrar Mikoto, o aventureiro que salvou sua cidade dos ogros, monstros perigosos que matam humanos brincando. Andando na floresta ela encontra a semi-humana Frau, uma coelhana, e segue viagem com ela, enfrentando ogros e muito preconceito ao longo de um caminho no qual vai precisar sacar sua carta na manga para sobreviver.

A primeira coisa que me chamou atenção no anime foram os peitões da heroína e o uniforme colegial da coelhana. Não acho que a história vá explicar, principalmente o segundo item, o deslocado com o resto, mas são detalhes dignos de nota. Esse tipo de roupagem me leva a não pensar no anime como algo tão sério, mas a questão é que ele não deu a entender que terá seu foco na comédia em nenhum momento.

Outra coisa que não gostei foi a desnecessária cena dos tentáculos, foi o tipo de trecho que forçou esses elementos que não deveriam ser comuns a mundos de fantasia exceto em circunstâncias bem peculiares. Talvez o Mikoto, quem a protagonista admira também, é alguém que reencarnou no mundo dela vindo do mundo humano e por isso ela sabe dos tentáculos, porque ele contou para ela?

Não sei, mas me parece mais marmota do autor, o qual, alias, tem três animes que adaptam obras suas na mesma temporada. Será um recorde? É possível, assim como é possível ignorar esse anime, pois a história é bem simples e não entrega nada de tão interessante. Ainda assim, posso dizer que gostei do que vi, muito porque o tom, apesar de não cômico, também não pareceu exatamente absurdo em nenhum momento.

Há um contexto interessante de preconceito contra semi-humanos, a protagonista para e reflete sobre as coisas, agindo com sensatez na maioria das situações, e quando não age é porque há algo de diferente a mostrar. Por revelar ser uma ex-princesa dá para sacar que ela viveu a vida presa em um castelo, distante da sociedade, só não sei se o suficiente para não replicar o preconceito que os adultos ao seu redor deveriam ter.

Exceto se ela não cresceu com adultos preconceituosos. Talvez ela tenha se deixado influenciar por seu herói, Mikoto? Ou melhor, talvez ela só seja boazinha por natureza ou o autor sequer pensou nisso. Em todo caso, o importante é que a heroína não é preconceituosa e toma o partido do oprimido, o esperado. O mesmo vale para o comandante que se aproxima delas, Hawthorn, que deixou claro querer usar a força da Frau.

Nenhum problema com isso, assim como não tenho problema com os tais ogros, só pontuo que um ogro que diminui (vira uma loli) quando usa seus poderes é bem a cara de um anime que enfia cena de tentáculos do nada. A Frau lutar para proteger a Sally em troca de cenouras foi o de menos, nesse contexto meio absurdo, que poderia ser mais zoeiro do que é, o que me surpreendeu um pouco foi a violência gráfica.

Não esperava tanto sangue e corpos destroçados, o anime não parecia que seria mais violento. Aliás, até agora juro que não entendi tão bem qual é o tom dele. Tem alguns elementos que me levam a não levar muito a sério, mas ao mesmo tempo o anime se leva bastante a sério. Em todo caso, se a revelação do poder da heroína foi até legal, mas não arrasadora, pelo menos sua inserção na trama foi bem contextualizada.

Ela vai parar no olho do furação e busca o conflito a fim de retribuir a proteção que já havia recebido de sua companheira. Parece que ela entra em transe (também havia acontecido no vilarejo da primeira parte) nesses momentos de perigo, passando a ideia de que o poder a pertence, mas ela não o controla livremente. Na verdade, a sinopse do Mayanimelist meio que entrega que o olho é algo que ela arranjou com o Mikoto.

Essa paixonite dela deve aparecer mais, ele tem muito espaço na abertura, assim como o ogro ciclope vai entrar para o grupo, nenhum spoiler. Então, o que dá para esperar? Uma aventura com um objetivo simples, duas garotas poderosas, alguns detalhes nada a ver com o cenário de fantasia em que se passa a trama e um contexto de preconceito pesado contra os semi-humanos, mas que deve ser menor frente aos ogros.

Além disso, lutar contra os monstros e, por tabela, proteger humanos deve ir mudando esse preconceito com a Frau, que deve ter fortalecido os laços com a Sally após a situação de risco de vida que passaram. Eu gostei do anime, ele me divertiu, e melhor, não me incomodei tanto mesmo com o que ressaltei. Indico que não leve tão a sério, até por achar que os peitões da protagonista podem tirar a concentração de qualquer um.

Até a próxima!

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