My Hero Academia 5 – ep 15 – Número 1, hoje eu vou lhe usar
Adorei esse episódio, tanto é que não vou perder tempo com introdução. Sigam-me os bons, é hora de BokuAca no Anime21!
Antes de mais nada, a Burnin’ é muito divertida e fofa, né? Ela tem um design daora e uma individualidade para lá de específica que me faz achar sua não participação em campo a única mancha desse excelente episódio. Achei ainda mais legal porque a personalidade dela não tem nada a ver com o Endeavor, mesmo os dois tendo individualidades de fogo, um contraste que imagino ser favorável as atividades realizadas no escritório dele.
Agora falando de coisas mais relevantes a trama, também gostei bastante do background dado as atividades de espionagem do Hawks, que podem soar excessivamente dramáticas, mas, honestamente, essa é uma das coisas que BokuAca faz mais e faz de melhor, a contextualização do universo. O evento catastrófico de proporções inimagináveis vai ocorrer em quatro meses, mas os preparativos para lidar com ele já estão sendo feitos, né?
E eles envolvem os heróis da nova gerações, mesmo os mais novos, uma resposta arriscada a qual o Hawks chegou, mas que denota o quão promissora e confiável essa turminha é. Além disso, se pensarmos em um cenário no qual a sociedade percebeu seu grande símbolo, que também inibia ações maiores de organizações criminosas, é compreensível que um herói ousado, talvez até visionário, como o Hawks tenha essa percepção e busque aplicá-la.
A questão é, como em tão pouco tempo esses estudantes se sofisticarão o suficiente para um hipotético cenário em que eles precisarão botar suas licenças para valer? Para isso ele não depende só de si e nem só do Endeavor, então imagino que seu trabalho de espalhar a palavra do exército de liberação tenha calhado de ajudá-lo com isso. Para os vilões pareceu que ele trabalhava para eles, mas a verdade é que ele estava alertando os heróis sobre essa ideologia.
E não só a ideologia, mas a hora em que ela seria posta em prática, e tudo isso com grande suporte da União dos Vilões, que não tem propósitos tão críticos, mas usará de qualquer figura e opiniões a fim de espalhar sua influência. A construção de mundo desse anime é uma de suas coisas mais legais e acho que a primeira parte desse episódio foi muito eficiente nesse aspecto, afinal, solidificou a construção do caminho que esses novos heróis irão seguir.
Por outro lado a segunda parte do episódio foi bem objetiva e até me surpreendeu por como explorou as diferenças nos pontos de vista dos personagens. O primeiro a expor seu objetivo foi o Deku, com direito a muita verborragia e um pouco de hesitação, mas muita clareza sobre o problema que o protagonista tem em mãos. O Deku sempre sabe o que precisa fazer, dessa vez ele só não sabe como, mas o Endeavor o mostrou um caminho a trilhar.
Enquanto o Bakugou foi um pouco mais ousado, aliás, bem mais, só que isso enquanto deixou claro suas deficiências. Trabalhar com o Endeavor para o Bakugou é entender como um verdadeiro herói do mais alto nível opera, elevando o nível de exigência que ele já pede de si mesmo. Isso o dá a oportunidade de não atenuar suas deficiências, mas combatê-las não só através da exploração de seus pontos fortes, mas da correção de seus pontos fracos.
O Bakugou precisa de um exemplo prático do que é ser um grande herói até como forma de tentar superar esse exemplo. Não que o Best Jeanist não fosse um, mas o Endeavor opera de uma forma bem mais agressiva, assim como o próprio Bakugou, além das individualidades de ambos comportarem semelhanças inegáveis que os aproximam. O terceiro, Todoroki, já é uma “cópia” do pai com um plus, mas será que é uma cópia mesmo? Não foi bem isso que ele mostrou.
O momento em que o Shoto revelou seu objetivo com esse estágio foi o ponto alto desse episódio porque não só proveu uma nova perspectiva sobre as ações do personagem, como retornou a um tópico que claramente não foi completamente resolvido, ainda que a coisa tenha evoluído em algum passo. Todoroki não perdoou ou se entendeu com o pai, mas calhou do pai dele ser o herói número 1 e se ele pode aprender com ele, por que recusaria?
E isso não é o mesmo que ir até o Endeavor como ele planejava, afinal, a mentalidade do Shoto agora é outra e só dele questionar os motivos que o levaram a estagiar novamente com o herói das chamas demonstra que ele não quer seguir o caminho determinado pelos outros para ele, ao menos não se não for esse também o caminho que ele quer seguir. E que se segui-lo, será consciente de que ele pode e deve separar as coisas, a paternidade do trabalho de herói.
Se ele encarar essa experiência com o Endeavor como um aprendizado construtivo para o caminho que quer trilhar, uma trajetória autêntica, dá sim para deixar as questões familiares de lado pelo menos enquanto trabalham juntos, ou melhor, enquanto ele aprende. Porque é como o Endeavor mesmo escancara para eles, há uma clara diferença entre o esforço e a experiência, e é com um estagio desses que eles tentam adquirir o que de melhor vem com o segundo.
Por fim, o que vimos na segunda metade foi uma baita exposição legal dos pontos em que nossos heróis precisam melhor, providos por alguém dotado de um ponto de vista privilegiado, afinal, repito o que escrevi episódio passado, o Endeavor não chegou ao topo por acaso (mesmo esse “título” tendo caído em seu colo sem querer querendo), então se tem alguém que pode ensiná-los algo com certeza é ele. De quebra o próximo episódio vai ser focado nas garotas, então não tinha como eu ter terminado esse se não fosse feliz.
Até a próxima!