Vi muita gente falando que quem apareceu no final desse episódio é o vilão do terceiro filme (confesso que nem dou muita bola para eles) e que isso era ruim e blábláblá, mas, honestamente, o público quer o que, que adaptem religiosamente o mangá e percam dinheiro? Aliás, nem acho o caso de terem feito besteira ao inverter os arcos, ao menos se o arco seguinte não for massacrado pelo número de episódios que deve ter.

Sem mais delongas, vamos falar do episódio de praia que não morreu nela!

Eu poderia falar aqui da droga trigger e das repercussões que ela ainda deve ter na trama, mas, na boa, por ora achei bem mais interessante o novo uniforme de heroína da Uraraka, que ela fez depois do incidente com o Deku, mas não deixou exatamente claro o porquê. Imagino que ela pensou nesse novo modelo para ter mais segurança em uma situação na qual precise se “jogar” em cima de alguém e arriscar a própria pele.

Além disso, o traje 2.0 da Uravity veio com novos equipamentos de suporte que a ajudaram muito na missão da vez, um team-up entre o escritório do Selke e da Ryukyu. Não vai dar tempo de mostrar todos os personagens no estágio, então aproveitar o destaque que a Uraraka teve no arco anterior para investir mais tempo na heroína foi uma ótima ideia, o tipo de realce que eu imagino ser coisa (filler) do anime.

No mangá o autor não faz tanto esforço para privilegiar essas personagens, mas como não sei se esse episódio foi filler mesmo (apesar de ter toda a cara de ter sido) nem vou insistir. Vale mais o comentário de que o episódio de praia “ensaiado” nem foi exatamente isso, né, só um pouquinho, e que o argumento que o Selkie traz para justificar os momentos de concentração é super válido, válido até por outros motivos.

Lembra de como as temporadas de Boku no Hero acostumavam acabar com episódios filler ou sem graça? Seria um pouco assim se os arcos seguissem a ordem do mangá, acabar com um arco mais sério que dará mais espaço aos vilões tem tudo para fechar a temporada com chave de ouro, além disso, há toda a contextualização da catástrofe à vista, que torna o arco seguinte menos “jogado” do que ele é no mangá.

Uma coisa bem bolada foi o plano dos heróis, assim como a fuga dos vilões, pois mesmo um dragão não é mais rápido que um avião, além de ter sido um desenrolar bem razoável dada a natureza da carga. A situação foi construída de maneira minimamente condizente com o contexto do mundo do anime naquele momento, então apesar da pouca ou nenhuma ação ou tensão consegui gostar da missão.

Digo, houve a tensão da Uraraka conseguir ou não evitar a queda do avião, mas, afinal, por que ele estava caindo para começo de conversa? Tudo bem que ela não sabia pilotar, mas foi orientada e executou movimentos simples, mas eficientes. Acabou que a situação me pareceu um pouquinho forçada sim para gerar tensão, uma tensão da qual a gente sabia que a Uraraka daria conta, faltava só um empurrãozinho.

Ela se meteu em uma roubada, mas acabou saindo como a MVP do episódio, só que, é sério, o desenrolar da operação foi tão simplório que só ela e o Selkie tiveram algum destaque, a Froppy flopou lindamente, até as outras ajudaram mais. Nisso acho que o episódio foi mal, faltou criatividade para aproveitar melhor as personagens, para não ficar só na Uraraka e também dar espaço a Tsuyu, que merecia, convenhamos.

Sim, eu sei que não foi um grande episódio, mas sou parcial mesmo, sempre que as garotas tiverem mais espaço eu vou curtir porque isso falta nos episódios “normais” do anime. E não só isso, teve momento de praia, mas o foco claramente não era o fanservice, acho até que era dialogar com a ideia de que esse arco é o último (ou um dos últimos) dos arcos leves de Boku no Hero. O que vem depois deve trazer um certo contraste.

Por fim, esse episódio não morreu na praia, foi um pouco além, adentrou o mar aberto e acabou todo felizinho, da forma que deveria ter sido mesmo. Poderia ter sido melhor? Poderia. Inclusive, não duvido que no próximo tenhamos mais cenas de ação e cenas de ação melhores mesmo com a prévia tendo avisado que ele terá uma pegada mais familiar, uma bola que vinha sendo cantada desde o início dessa temporada…

Até a próxima!

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