Fena é um anime muito gostosinho, né? Pelo título internacional eu esperava uma pegada pirata mais evidente no anime, mas não, agora que a Fena foi se vestir como uma, além disso, tem o navio deles, que na verdade é mais um submarino que navio, e curti isso também, foi bom para dar uma variada.

A Fena não é prota de battle shounen, então roupas novas eram bem-vindas, mas o que moveu mesmo esse episódio foi a pista que ela achou, assim como a pista que o próprio Abel (o antagonista) é. E foi seguindo essas pistas que Fena deu seus primeiros passos rumo a um objetivo ainda desconhecido, mas levemente menos distante.

Se tem uma coisa que eu adorei nesse anime foi a comédia pela maneira como ela flui fácil e até faz o papel grato de mascarar que a trama é ainda um pouco rasa sim. Não posso deixar de elogiar também como ela humaniza os personagens, afinal, como quebrar o gelo com o sério Yukimaru se não fosse tirando uma com a cara do rapaz?

O anime nem está pesado para precisar de alívio cômico, mas isso sempre funciona se vem a facilitar o gosto do público pelos personagens, além de explorar facetas diferentes destes, tudo isso sem abrir mão de seriedade ou mistério, ainda que em um ou outro momento eu tenha achado o segundo meio bobinho.

Outro elogio que trago dos primeiros episódios é a animação, que dessa vez proveu lutas ainda mais bem coreografadas e bem animadas, entregando fluidez e consistência que se não empolgaram como ação pura e simples, me agradaram pela qualidade sem vacilos.

Outro aspecto bacana da ação foi trazer personagens femininas a luta, pois ainda que eu tenha achado bem bobo o comentário de um dos gêmeos, é fato que elas lutaram bem e passaram a ideia de que as mulheres terão voz e vez, mesmo que sejam tratadas como “mercadoria” por alguns, como o vendedor da loja, um velhinho safado…

Sei que isso se deve a cor de pele, o cabelo e as feições mais delicadas (mais europeias) da Fena, mas ainda assim fica muito na cara como ela é objetificada, tratada quase como uma especiaria. Inclusive, essa origem “requintada” dela se liga a outro ponto pertinente nesse episódio, Abel.

O poderoso europeu conhece a Fena de outros carnavais (será que foi ele quem matou o pai dela?) e deve saber algo sobre o cristal misterioso que o pai da garota a deixou. Mas claro, ele não vai dar nada de graça a ela, deve ser é de seu interesse impedir que ela descubra a verdade. Um tesouro, talvez?

Enfim, se ainda não deu para perceber evolução evidente na relação dos enamorados, também não há nada a comentar sobre uma mudança de postura da heroína, que ainda continua sendo a donzela em perigo. Mas sim, entendo que não deu tempo de trabalhar a personagem a fim de oferecer algo mais.

Só espero que ela se espelhe no exemplo das piratas e da própria Karin, que lhe é chegada. Voltando aos dois, o relacionamento deles pelo menos evoluiu naquilo, no reforço a impressão que os primeiros episódios passaram, de que o Yukimaru se devota a Fana e ela também se preocupa e tem olhos somente para ele.

Por fim, o momento em que a Fana foi bem foi no uso de seu “sexto sentido”, que guiou os três a pista (ou suposta pista, mas que deve se confirmar) e ajudou a dar forma a viagem. Ela não foi a responsável pela negociação, mas foi seu feeling que expandiu horizontes. Só espero que a ajuda que ela pode prover a própria jornada não fique só nisso.

Sei que ela não vai lutar como o Yakimaru (pelo menos não tão bem quanto ele) e nem peço isso, mas também não quero que ela só seja salva, até porque ela não é a capitã deles? E como tal pode não só achar pistas, como também proteger aqueles que está aprendendo a amar no convívio, a base de muita zoeira, mas também companheirismo.

Até a próxima!

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