Kingdom 3 – ep 19 – As muralhas que separam o destino do império na fronteira da obliteração
O clamor popular é a fuga, a sobrevivência, a salvação, mas para certas situações, o salvador, a fuga e a sobrevivência, atende pelo nome de luta. Cabe aos camponeses, artesãos e civis em geral, lutar pelo seu futuro e abraçar o destino comum.
Um rei nada mais é do que um homem, um mortal, um igual, e assim como o povo que lhe sustenta e sob o qual se submete, deve ao lado deste prosperar, ou no caso, guiar para o desfecho em defesa do reino.
Todos nasceram sobre o mesmo solo, herdeiros dos mesmos antepassados e responsáveis pelo mesmo futuro. Sei, que revela a sua voz e discursa ante a pessoas amedrontadas, reconstrói o espírito e o orgulho que o pânico esfacelou. O momento estadista que apenas ele pode implementar, a vitória moral que sacrifica o medo em prol da irmandade e do laço de sangue, o sangue é o que nutre uma nação, que lhe oferece a vida e a pulsação de um ente vivo.
Os demais, mesmo soldados, generais, estrategistas, só podem se curvar perante a esperança, eis o momento onde o brilho do esforço deve luzir, mas não apenas de empenho se faz a lâmina, é preciso forjar o amanhã nos calos das mãos. Erguer a espada e a lança, abraçar os temores pela rédea do sacrifício.
Dentre as muralhas, as quatro paredes de pouca altivez e fraqueza inerente, cada pilar é um monumento indestrutível, e caso dobre em queda, a derrota é inevitável. Nenhum dos designados é o ideal, são pequenos em dimensão, mas insubstituíveis em importância.
Os recrutas se propagam como piões de pouca amplitude, são combatentes do improviso, vítimas e heróis do acaso. Quando o massivo exército os cerca, o que podem fazer é segurar o desespero enquanto os oponentes cruzam, por vezes atropelam, os incautos voluntários.
Li Boku, uma vez sereno e misericordioso, não deseja o sangue de crianças e civis em suas mãos, mas não pode recuar, sua única escolha é cruzar a linha e arremessar o assassinato contra aqueles que tremem em improviso.
Xin, consciente da carnificina, cobra sua própria habilidade ao devastar tudo o que ameaça a vida de seus conterrâneos. É um belo exemplo de força, de fibra, de dever a flor da pele que avança em defesa da vitória que atende pelo nome de tragédia.
As estratégias são esparsas, os recursos, limitados, o treinamento, inexistente, a situação, desoladora, o desfecho, angustiante, mas cabe ao sol, ao rei, a Sei, carregar o futuro nas costas, o representante, a pessoa comum que está no pilar do poder, o eleito a garantir a integridade do reino.
Pela perspectiva do inimigo, dentre os quais assomam novos e velhos rostos, a vantagem é absoluta, e é questão de tempo, não apenas para a conclusão do embate, como para a chegada de reforços atrasados, a elite organizada em segmentos que pertencem cada qual a um dos reinos da coalizão.
Uma fortaleza, uma garganta exposta às presas mais afiadas da besta guerra, quem estará de pé e em posse de Sui até o sol se pôr? Vamos descobrir nos próximos episódios.