Keita virou um assassino devido ao verme dragão ter assumido o corpo da Iris, mas não passou por um profundo choque como o Yotsuya, pelo menos não ainda. Talvez em uma terceira temporada? Porque, evidentemente, não há mais tempo para desenvolver personagem assim, além do único que tem esse tipo de desenvolvimento ser mesmo o protagonista. Mas além disso, tem outros fatores.

Diferente do Yotsuya do final da primeira temporada, o Keita já começou sabendo dessa premissa, de que o mundo para o qual viajam não é nenhum jogo, e não só isso, ele tem uma personalidade diferente da do Yotsuya, tendo aceitado muito antes a ideia de matar alguém se fosse em prol de sua família, sendo ele também alguém mais “simples”. Então sim, consigo aceitar a assimilação mais fácil dele.

O que não consigo aceitar é só ter me dado conta do plot twist que gerou o cliffhanger quando o Lanan acordou. Não é que o Bispo Dragão da vez me enganou direitinho? Aliás, foi legal a expansão de mundo e a conexão entre informações reveladas anteriormente feitas, além do feeling do Yotsuya que encaminho bastante o final desse arco. Só falta um episódio, vamos falar de como se processou a chegada até lá.

O Keita matou a Iris, mas ela já estava condenada, então tinha mesmo por que dramatizar muito em cima disso? Me parte o coração ver uma criança ter a cabeça arrancada, mas acho que seria pior se magicamente a garota pudesse ser salva. Além disso, ela perdeu o avô, estava sozinha no mundo, então compreendo terem sacado a personagem, e não só isso, a pista que esse acontecimento dava da grande revelação.

Mas antes de chegar lá, se a Iu e a Kusue foram comidas e ficaram de fora boa parte do episódio, pelo menos a Iu animou um pouco o Keita antes disso, o tipo de coisa que parece insuficiente para varrer para debaixo do tapete um trauma como o que ele sofreu, mas, como pontuei acima, faz sentido dadas as circunstâncias que cercam o personagem e a própria trama. E só o bonitão do Yotsuya é aprofundado a vera, né…

Pelo menos tem outra coisa que fica mais profunda a cada quest e esta é o desenvolvimento do mundo em que predominantemente se passa a história. O Cantil voltou, agora repaginado, revelou sua conexão com a bruxa que ajudou a Yuka e conectou vários fios soltos que haviam sido jogados no arco anterior. Agora o Yotsuya se tocou da importância do dragão para o problema e que existe uma oposição clara aos heróis.

Episódio passado o Cantil apareceu e fiquei em dúvida se ele seria outro Bispo Dragão, o Bispo Dragão do arco anterior só de peruca ou o Cantil mesmo. Não esqueci que ele havia sido salvo, só não liguei os pontos por não esperar que não fosse o vilão a figura a ser revelada ali, faltando apenas dois episódios para o fim do anime. A verdade é que o vilão, ou a vilã, estava debaixo das nossas vistas esse tempo todo.

Antes desse episódio não notei nenhum elemento claro que denunciasse a Jezby, mas nesse as coisas se encavalaram, só que eu diria que desde o começo tudo fazia sentido. Lembra quem foi a primeira pessoa que os heróis encontraram em uma região que mais tarde foi revelada como um dos locais em que havia um dos pedaços do meteorito que fortalecia a magia? Lembra de quem sempre saia ileso de todos os perrengues?

É claro que o garotinho que gosta dela e a família advogavam contra essa teoria, se alguém teorizou isso antes, mas a revelação dos poderes hipnóticos da Jezby meio que vem para respaldar isso, de que ela pode ter manipulado as memórias das pessoas, pôs o verme arame no homem que dizia ser seu pai, assim como na Iris, algo super justificável por dormir no mesmo recinto que ela e ter acesso a ela o tempo todo.

E se não manipulou de todo, por que o Lanan após bater a cabeça, e acordar desse transe, teria acusado não conhecer nenhuma Jezby? Mas se é assim, por que só ele ficou calado o tempo todo em que esteve com ela, e até mesmo antes de (re)encontrá-la, enquanto outras pessoas que a conheciam não? A mãe do paquerinha dela, ele, o líder da vila, a Iris, etc. Vai ser realmente interessante ver a explicação para isso tudo.

Mas o fato é que ela é a vilã, ela é um Bispo Dragão, e talvez a forma de garotinha nem seja a sua original, talvez até exista uma Jezby, mas com certeza aquela coitadinha que acumulou tragédias ao longo desse arco não é ela. Essa Jezby é fake, é a vilã, é alguém que quer reviver o dragão. Um plot twist bacana, ainda que fosse fácil prevê-lo depois do Lanan ter acordado e levando em consideração as mortes recentes no grupo.

O que fica é a curiosidade para entender em detalhes como ela fez tudo que fez, e o elogio a sacada da vilã estar entre os mocinhos o tempo todo, desde o início, dando a entender que a tentativa era mesmo manipular suas ações a um ponto que a interessasse. Inclusive, a pista para o New Eden pode ter sido isso. Apesar de que, se ela sabia mais ou menos onde estava, por que não tentou ela mesma entrar lá?

Talvez pessoas mal-intencionadas não sejam bem-vindas? Não sei. Deve ter uma explicação para isso, pois a pista, ainda que não tenha sido precisa, foi a base para o feeling que o Yotsuya demonstrou e o fez conquistar a condição ideal para a execução da missão, o que, aliás, deu um belo crédito ao herói, que acumula os louros pelo sucesso das missões como nenhum outro, mas nesse arco ainda não tinha feito “aquilo”.

Agora ele fez e me parece bem mais fácil o caminho dos heróis até a vitória do que ocorreu, por exemplo, no arco anterior. Mas isso porque a Glen usou toda a sagacidade que vinha demonstrando desde que foi apresentada para encurralar a vilã e facilitar a vida de todo mundo. Até o Yotsuya chegar quem sabe o que ela poderia aprontar, né? Aliás, ela ainda deve tentar uma última cartada, mas vai perder, é o esperado.

Até a próxima!

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