Tawawa on Monday (Getsuyoubi no Tawawa) surgiu há alguns anos como artes que o mangaká Kiseki Himura publicava em seu Twitter, coisa que ele faz até hoje, ainda que a obra tenha recebido uma série de mangá na revista Weekly Young Magazine (casa de sucessos como Akira, Back Street Girls, Tejina-senpai, Origin e Nande Koko ni Sensei ga!?).

Himura ganhou popularidade na indústria ao assumir a arte da primeira fase do mangá de Sword Art Online: Progressive (o spin-off focado nos andares de Aincrad) e fazer o character design do anime Just Because! (sério, não tem como não reconhecer o traço dele).

Não à toa a Ai-chan, uma das heroínas de Tawawa, é a cara da Mio, a heroína de Just Because!, anime que adoro e indico se curtir slice of life e romance. A única certeza que tenho é de que você curte animes com fanservice, mas não se iluda, pois vou problematizar haha. Vamo nessa?

Na primeira temporada tinha a Ai-chan, que toda segunda-feira pega o trem enquanto interage com o onii-san que a “protege”, e a Kouhai-chan, que atiça seu senpai mesmo sem se dar conta. Nessa parece que teremos novas dinâmicas, mas a Ai-chan deve seguir sendo a principal.

E nesse episódio ela demonstrou uma evolução típica de protagonista de battle shounen quando o anime volta para sua segunda temporada, agora ela consegue arrancar dois botões da camisa quando incha os seios. Se os bodybuilders fazem isso por que ela não, né?

O problema é entregar esses botões para um assalariado mais velho que ela claramente curte provocar. A gente sabe que não rola nada de exatamente ilegal ou imoral entre eles, mas é aí que mora o perigo, banalizar uma interação no mínimo questionável.

E por que ela é assim? Porque se baseia em fetiche. Aliás, o anime todo é isso, não à toa a melhor amiga da Ai-chan, uma tomboy que faz parte do clube de vôlei, pega nos peitões da heroína como se não houvesse amanhã. Sei que garotas brincam umas com as outras, mas tanto?

E pior, de forma tão deliberada, até obscena mesmo, na frente dos garotos da escola? É o tipo de fetiche que eu com certeza tinha nessa fase da vida, ainda que não me lembre ao certo se vi sendo realizado…

A questão toda é que eu até entendo que esse tipo de anime existe para explorar uma situação e interação bem específicas voltadas a comédia romântica com o acréscimo do fanservice, elemento conectado diretamente ao fetiche masculino.

Mesmo assim, não é por isso que não posso achar os acontecimentos do anime minimamente controversos. Como também posso achá-los não tão problemáticos em certos casos, como ocorria nas interações entre a Kouhai-chan e seu senpai na primeira temporada.

Aliás, ainda havia problema ali, mas um inerente a esse tipo de anime, a sexualização, objetificação, banalização do corpo feminino. Algo com o qual a cultura otaku está plenamente familiarizada e para a qual passa um pano danado quase o tempo todo.

E nem sou dos caretas que acham que história não pode ter sensualidade (ou putaria, para que todo mundo entenda), a diferença é usar isso a fim de explorar diferentes aspectos em uma narrativa, coisa que acontece até em ecchi, mas não nesse tipo de ecchi especificamente.

Porque obras como Tawawa, Miru Tights, Iya na Kao, Ganbare Douki-chan e Dogeza de Tanondemita existem apenas para isso, para explorar uma(s) dinâmica(s) ou piada(s) que têm como foco o fetiche, o corpo feminino, o sexo (de forma indireta). História? Por favor.

Ainda assim, é fato que Tawawa acaba sendo o anime desse estirpe que consegue ter mais história (na verdade, o mínimo do mínimo de uma história), então acabo até gostando mais dele por isso.

Além disso, se não me engano ele foi o pioneiro, saindo antes dos outros animes citados e pavimentando o caminho para que animes curtos inspirados por artes ecchi lançadas no Twitter ganhassem notoriedade suficiente para ter anime.

Então sim, Tawawa é um anime “pioneiro” (se não estiver deixando passar produções similares mais antigas) que merece algum crédito. Inclusive, não duvido que Ganbare Douki-chan também tenha ido parar na Crunchyroll na esteira do sucesso dele.

A primeira temporada é de 2016, mas naquela época não teve simulcast internacional. Aliás, ela foi produzida pelo estúdio Pine Jam, o mesmo de Just Because!, o que deve ter ligação com a participação do autor nesse anime.

Essa segunda temporada ficou a cargo do estúdio Yokohama Animation Lab (Starlight Promises, Magatsu Wahrheit Zuerst, Lapis Re:LiGHTs), que entregou boa animação e designs parecidos com os da primeira temporada, o esperado para um curta programado para 13 episódios.

Por fim, o que posso escrever mais sobre essa continuação? Que a temporada dos animes curtos fetichistas está aberta novamente. Tawawa é construído a base de premissas ruins (não tem muito para onde correr aí, infelizmente), mas acaba sendo divertido vai.

Gostou da homenagem a “Sugoi Dekai”, a celebre frase presente na camisa da heroína peituda de Uzaki-chan wa Asobitai!? Eu achei adequada, afinal, os dois são animes de resPEITO. Nem vou contar a história por trás do “meme” porque é longa e envolve hentai, então…

Nada inesperado para animes ecchi, né? Sei que ao ver um negócio desses você só quer curtir os peitos, bundas e fetiches; mas, é sério, peço que também se toque do que há de questionável por trás desse entretenimento. Crítica só é ruim se não tem razão para ser e olhe lá…

Até a próxima!

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