É o dia da despedida e assim como é pra nós, aos personagens cabe a tristeza por ver partir um lugar, uma pessoa importante e também o sentimento de dever cumprido. Mas dentro disso, nem tudo é o fim, afinal as meninas finalmente conseguiram enxergar que ainda há uma luz no fundo do túnel para elas.

Flávio: A Fuuka se despediu de sua nova amiga, mas o JG e eu continuaremos comentando esse anime até o final. O episódio teve cara de final, apesar de estar só na metade. O que parecia o fim, na verdade é um recomeço.

JG: Quero continuar porque já começamos, mas vontade de repensar essa decisão não falta, até pelo que nos foi mostrado nos trailers do segundo cour – mas nesse assunto entraremos depois.

Como você disse, o episódio tem essa vibe de fim da jornada, tem os sentimentos flutuando por toda parte e confesso que me senti um tantinho triste ao ver as despedidas de todos, porém como ainda temos mais 12 episódios, essa sensação nem pode perdurar.

Flávio: Em doze episódios passei a gostar de um pequeno e simpático aquário que não existirá mais.

JG: Pois é e mesmo sabendo que isso podia acontecer, não deixa de ser algo que vamos sentir. De qualquer forma, ao menos posso dizer que saio alegre dessa primeira fase, justamente porque pude ver como as protagonistas evoluíram, a ponto de conseguir superar a dor de terem seus sonhos destruídos.

A Kukuru especialmente me surpreendeu porque era a mais relutante e no fim, conseguiu se superar rapidamente. É bem verdade que a Fuuka tem uma parcela de responsabilidade grande nesse feito, mas admiro a coragem da menina de se refazer e incentivar a amiga para que ela consiga seguir em frente sem angústias.

Flávio: A Kukuru e a Fuuka vão seguir em frente, cada um a sua maneira. O apoio mútuo foi fundamental para que elas não ficassem presas ao passado.

JG: Outra coisa que me chamou atenção é que finalmente os avós da Kukuru chegaram com a verdade, a menina de fato teve uma irmã, porém essa não teve a mesma sorte que ela. De alguma forma penso que ter descoberto esse fato a ajudou a consolidar seu desejo de não permanecer presa no tempo.

Flávio: A grande revelação acabou não tendo tanto impacto porque várias pistas tinham sido dadas.

JG: Realmente acabou ficando sem muito peso. Acho que depois das pistas, era mais uma questão de saber o que exatamente eles iam revelar em termos de detalhes, mas especialmente, como a menina reagiria ao saber do que tinha acontecido lá atrás.

De qualquer forma, ao menos serviu para mover a Kukuru de forma positiva e não gerar um outro drama, por mais simples que fosse.

Flávio: E a Fuuka? Ela não voltará mais?

JG: Bom, agora toquemos num ponto crucial, os trailers e as notícias sobre a continuação do anime. Ali eu fiquei um tanto surpreso, porque a despedida do episódio não abre margem para que as coisas acabem agora, apenas da uma deixa para que a história se desdobre em dois pontos, porém ao ver as novidades, qual não foi o meu espanto ao ver a Fuuka removida de qualquer imagem.

Pelo que pude interpretar, embora tenha desistido do seu sonho original, ela não desistiu de trilhar um novo caminho, e fico feliz que a moça tenha chegado a essa conclusão sem perder a vontade de ser feliz. No entanto me incomoda que ela simplesmente suma por não fazer mais parte do novo sonho da amiga.

Ainda não tem nada certo nesse sentido, até porque a incerteza é algo comum de um trabalho original, e aqui isso também tem sido uma constante em vários pontos, por mais calma que seja a história. Mas enfim, vejamos para onde a direção quer ir com os personagens.

Flávio: Tudo indicava que fosse a história de duas garotas resolvendo seus problemas juntas. Nessa primeira parte foi isso, mas esperava que fosse assim até o final.

JG: Era o mesmo que eu esperava, mas dados os novos contornos, sinceramente não sei mais o que pensar.

O que é bem curioso é que todos os personagens que apareceram até aqui irão continuar, inclusive alguns entrando no mundo dos aquários “a vera” como o Kai e a Karin – talvez a Udon – que vão cada um poder realizar seus sonhos ali. A única de fato não presente é a Fuuka e é justamente a que sempre teve maior peso.

Também virão alguns novos e por mais que entenda como as coisas andam, ainda acho que daria pra conservar a Fuuka, especialmente porque ela já tinha desistido do sonho de ser idol e estava correndo atrás de outro. Não podia achar ele no Tingaara com o pessoal?

Flávio: A Kukuru ainda tem muito a amadurecer, mas até aqui houve alguma evolução.

JG: Talvez eu esteja fazendo tempestade em copo d’água com a continuação, mas só queria reforçar o que acho dessas possíveis mudanças.

Quanto a Kukuru, ela ainda não perdeu por completo a imaturidade que carrega desde o começo, até porque a garota apenas soltou a mão do seu passado agora, então creio que provavelmente não tinha como essa evolução chegar sem que se desprendesse da sua memória afetiva.

O esforço é algo bom, mas não constitui crescimento pois os seus equívocos estavam vindo desse apego. Acho que o que podemos chamar de evolução é justamente ela ter dado os passos para entender que precisava seguir adiante – além claro de algumas coisinhas profissionais que ela aprendeu como diretora interina -, o resto virá agora nessa fase mais “adulta”.

Flávio: O suposto “sumiço” da Fuuka me fez ficar com o pé atrás com a segunda parte, mas creio que pode ser bom.

JG: Que assim seja, porque um dos fatores que mais pesou para mim, depois de finalmente ter me conformado com o que poderia acontecer, foi justamente a despedida entre as duas personagens.

A Fuuka é uma pessoa tão maravilhosa e verdadeiramente altruísta, que é impossível não se apaixonar pela sua natureza gentil. A forma como ela não queria abandonar a amiga foi de apertar o coração, mesmo que ela estivesse feliz com suas escolhas.

Também gostei que a Kukuru insistiu para que ela desse conta da sua vida, buscasse o que lhe faria bem, porque outros se aproveitariam dessa bondade e prenderiam a moça, já a menina preferiu apoiar a liberdade dela – uma irmandade notável das duas.

Flávio: Apesar da Fuuka ter rejeitado o convite para fazer um filme, não volta para casa de mãos vazias. Ela agora tem condições de seguir em frente não importando o que ela for escolher.

JG: Falei desse até logo dado pelas meninas, mas uma pessoa pela qual eu gostaria de torcer nessa nova etapa é o Kai. Agora que está decidido a continuar perto da Kukuru, não consigo deixar de sentir pena do coitado, por não ser notado.

Espero que o crescimento da sua amiga envolva mais do que só amar a vida marinha como sempre, porque eu acho que o pobre merece uma oportunidade. Amigos de infância também merecem ser vencedores, voto por isso.

Flávio: Para o azar do Kai, a Kukuru só pensa em peixes e outros seres marinhos.

JG: Sendo honesto, os trabalhos desse diretor e especialmente os feitos na PA Works, sempre seguem uma métrica de arrastar mais a primeira metade e explanar um pouco, para depois jogar um romancinho na segunda metade, considerando isso, estou colocando minhas fichas nos dois agora – cruzemos os dedos.

Para além disso embora os novos personagens sejam um mistério, ao menos o diretor do novo aquário é uma pessoa animada, então com os novos dramas que podem se estabelecer, ele pode ser a figura que vai agir como o avô da Kukuru – principalmente porque os dois também já se conhecem de longa data.

Por fim, também tem a questão do sobrenatural da obra. Será que não irão aprofundar um pouco mais? O Kijimuna continuará sendo um figurante de luxo? Temos várias perguntas esperando respostas, então, que venha a segunda parte dessa história aquática.

Agradecemos a quem leu e até a próxima!

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