Os protagonistas não hesitaram em adentrar o Éden, e eu que pensei que eles fossem conversar sobre ou ser impedidos. Nisso o anime não foi assim tão clichê, e em outro detalhe também, na reutilização das piratas, afinal, o Abel morreu nesse episódio e seus subordinados não fizeram frente de verdade aos Goblins, então elas não devem voltar, até porque tem coisa mais importante a tratar, como a segunda metade escancarou.

Não tem jeito, todo mundo se deslumbra com tesouros, quer eles sejam para si ou para sua causa, como a espada, a Kusanagi, né, era para o Shitan. Os outros focaram na grana e o Abel até matou o ganancioso que viu a sua frente, mas o legal é que sim, obviamente ele não queria a grana, não tinha como depois do último episódio, o que ele queria era a Helena, mas para alcança-la só com o anime virando fantasia de vez.

Um local místico que parece ser uma outra dimensão, olhos que ficam vermelhos frente a um objetivo, sobreposição de situações envolvendo os personagens que carregaram os “legados” de outros, etc. Fena adentrou o território do sobrenatural, eu só queria entender o porque, o como, a tal da decisão que a sacerdotisa, que deve ser a Fena, vai ter que tomar. Isso vai ficar para o episódio final, cujo artigo logo mais sai aqui.

Mas antes, precisamos falar do Abel, ao menos eu preciso, afinal, se esse episódio não redimiu o personagem eu não sei o que mais seria preciso para isso. Ele alcançou seu objetivo, se reencontrou com “sua” Helena, e pareceu que seus crimes não mudaram nada. Não que a Helena não pudesse amá-lo mesmo com tudo que ele fez, é a mensagem que isso passa, de que ser um escroto após uma decepção amorosa é justificável.

Não acho que seja, digo e repito, o Abel não tem desculpas. Sabe o que me parece? Que ele ama a ideia de amá-la e não exatamente a Helena, pois se amasse tentaria salvá-la, mesmo que sabendo que daria errado ou não poderia deter a posse de sua beleza, de sua companhia que ele tanto cultuava. Essa passada de pano do anime para o Abel não me desce, acho bem pior que o misticismo aflorado dessa reta final, mesmo.

Enfim, o fantasma da Helena apareceu, o próprio Abel virou um fantasma e, é sério, ascendeu aos céus. O céu é um cabaré, né. Em todo caso, nem quero mais falar do Abel e sim do personagem que se revela no final, o Franz, o Cody, ou melhor, o Observador, o narrador da história da Fena que se apresenta na forma de sinais, de acompanhantes da história da Helena, da Fena, da linhagem de sangue da sacerdotisa?

Penso que seja isso. Penso também que essa linhagem seja a responsável por preservar o santuário que guarda os tesouros do mundo, assim como a porta de entrada para o Éden, que em si é também um tesouro, mas reservado para poucos. Por quê? Porque é um outro mundo similar ao paraíso? Ou é o próprio paraíso? Qual a grande quintessência dessa história? Por que os fantasmas do passado ainda se fazem tão presentes?

Por fim, o episódio derradeiro já saiu, logo mais devo assisti-lo e trago o artigo aqui. Teria feito um artigo duplo se tivesse tido mais tempo, além disso, gosto do contraste de opiniões que dois artigos evocam, sendo um uma expectativa pela explicação e o outro a resposta a ela. Já imagino a resposta e mesmo se for muito diferente não devo achar ruim se não for algo muito sem pé nem cabeça, como foi a carta de perdão ao Abel.

Aliás, sacar o vilão no penúltimo episódio e não usá-lo como uma adversidade final em todo seu potencial não dá a entender que o personagem é apenas um artifício de roteiro meio safado? Digo, uma tentativa de acinzentar a trama sem tanta reflexão, uma tentativa de vender uma tensão que na verdade era só balela. É isso aí, tudo no caminho da Fena agora parece “barriga”, não era sobre o vilão, nem sobre a jornada se duvidar.

Até a próxima!

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