Só digo uma coisa, foi uma pena não termos visto Alba morrer, os desgraçados merecem, mas claro, não vale para todos. Dessa vez vimos como a Legion está com a faca e o queijo na mão para vencer a guerra, enquanto o Shin e os outros têm a faca apontada para seus pescoços.

E o queijo? Bem, rato gosta, né? O que são os manda-chuvas da Federação que agem sob uma máscara de justificativa conveniente que não convence ninguém? Além disso, temos o Shin, a Lena, e o processo lento de cura de cicatrizes do passado. I hail from the dark side.

Não Frederica, o Shin não vai virar o Kiri, ele é o protagonista, por favor. Brincadeiras a parte, para um mundo que evolui demais na questão das IAs e conta com paranormais, ainda que raros, eu super entendo existir uma railgun, que, claro, nunca será nossa biribiri. Misaka só existe uma.

Digo, olhando de fora, não conto com as irmãs, obviamente. Mas uma irmã com a qual a gente pode contar para trazer discussões interessantes a trama é a Frederica, uma irmã mais nova que é mais madura do que a aparência e sempre parece disposta a compensar o que “começou”.

Começou entre aspas, afinal, mesmo sendo a Imperatriz que deu o start, sabemos que a humanidade não deixaria um exército automatizado sem trabalho por muito tempo. Inclusive, a reunião estratégica para calcular danos, fazer previsões e tomar contramedidas foi isso.

Uma demonstração de que na guerra vale tudo, até se aproveitar da posição de crianças que os adultos diziam proteger. Sim, eu sei que entrar no exército e ir para o campo de batalha foi escolha dos Eighty-Six, mas mandá-los para a morte “certa” não, foi um arranjo conveniente.

Não deixa de ser verdade que eles são qualificados para a missão, mas espanta que sejam os mais qualificados e que sejam atribuídos a ela sem maiores resistências ou, por exemplo, a tentativa de quebrar a cabeça para pensar em outra solução. Não, o custo-benefício é bom demais.

Apenas pouco mais de uma dúzia de vidas por uma arma inimiga tão poderosa que pode decidir a guerra, que general não assinaria embaixo? Diante de um cenário desses não estranha a pena da Frederica ou da comandante Wenzel, uma tentativa de compensação por toda essa m*rda.

Enfim, a carta da Nina e os sentimentos confusos que ela reacende no Shin trazem de volta a outra ponta quase esquecida do plot, Lena em sua tentativa aparentemente frustrada de salvar seu país. Ela é a chave para as questões dele pela outra via que apresentou ao seu coração.

Mas antes de falar mais deles, vi gente implicando com a Nina pela reação dela a morte do irmão e comecei a rir, é sério que tem marmanjo achando que uma garotinha de 6 anos deveria lidar com a experiência traumática de perder o irmão com maturidade? Não é sério, né?

A gente vê o Shin, que é um poço de maturidade, se digladiando com um conflito interno pesado, mas de certa forma infantil, afinal, por que ele não teria direito de seguir em frente, de sobreviver, mesmo se lembrarmos que seus companheiros morreram? E é a Lena quem traz isso a trama.

Então, sério, não dá para pegar raiva da Nina por isso, diria até que a reação dela foi a mais bem escrita possível visto o quão compreensível ela é, além do quão bem encaixou nessa construção complexa e sofisticada da psique atormentada do protagonista, um herói trágico?

Aliás, se tem uma coisa que foi exemplar nesse episódio foi a composição do trecho em que os companheiros caídos do Shin aparecem e se comunicam com ele como se fossem a voz de sua própria consciência. A transição entre as cenas, os detalhes, o roteiro; tudo foi magistral.

Mas não ficou ali, pois a cena do carro finalmente deu voz a alma atormentada do Shin, que não foi duro por nada além da própria dignidade. É fato que eles são os mais qualificados para a missão, mas, como seu subconsciente mesmo apontou, ele sabe o que as pessoas pensam deles.

E que, como Eighty-Six, como sobrevivente, ele não tem lugar no mundo, um lugar para chamar de seu, para o qual poderia retornar sem se sentir culpado por apenas existir. Seja por aqueles que foram antes dele, seja por aqueles que contam mentiras convenientes.

Por fim, o episódio termina sem graça, como não deve ser o anime daqui para frente. O arco de destruição do Morphos promete, mas eu estou mais interessado mesmo é no reencontro dos dois, Lena e Shin, e de que como ele trará libertação ao lado negro de nosso atormentado herói.

Até a próxima!

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