Em um karaokê sempre que uma música em específica é tocada algo de estranho acontece. Alguém (ou algo) aparece, e esse alguém quer apenas uma coisa: cantar. Mas não uma canção qualquer, não, é uma canção horrenda. E seja quem for, quer ser ouvida, ainda que sua voz cause sofrimento e angústia para aqueles que ouvem. Esse é o inimigo a ser confrontado pelo Hiro, pela Ruri e como não podia faltar, pelo Kiyoshirou também.

E falando nele, eu já estava achando que ele não fosse mais aparecer justo quando ele apareceu. O que me surpreendeu bastante, nem pelo fato dele aparecer, mas por onde apareceu. Pois um medroso crônico estava no lugar menos esperado de se encontrar um, justo onde diziam aparecer uma assombração.

E estava lá justamente por saber desse fato. Certo, deve ter sido a Jellymon quem o levou até lá, muito provavelmente o enganando para conseguir fazer isso. Mas o anime não explicou, o que deixou o encontro bem estranho e conveniente.

De todo modo, o que importa é que ele foi muito importante para o grupo. Suas habilidades de hacker foram essenciais para os planos dos jovens na tentativa de atrair a Sirenmon. Aliás, é necessário destacar o fato de que esse plano foi criado pelo Hiro.

De fato, ele está se apresentando como o estrategista do grupo, coisa que não imaginava ver quando o anime começou. Ainda mais por de fato ele ter ideias muito interessantes e que funcionam na prática, ainda que nesse caso ela tenha saído pela culatra. Mas ele colaborou, é o que importa.

Quem também colaborou – outra vez só para variar – foi o Angoramon. Ele tanto ajudou o grupo com informações, como também com ideias. Inclusive no final sugerindo que a Ruri usasse o seu “campo”. Que para a minha surpresa parece ser diferente daquele do Hiro, ainda que não tenha ficado claro o quão distinto é de fato.

E fiquei surpreso porque pensei que ele seria apenas uma desculpa para que os digimons pudessem causar danos e destruições (ou seja, lutar à vontade) sem causar maiores problemas. Mas não, parece que esses campos terão características diferentes, o que é bem interessante.

Ainda que na batalha desse episódio não tenha sentido tanta diferença na mudança de local. De toda forma essa batalha foi na verdade muito boa e criativa. Destaco essa última palavra: criativa. A luta foi criativa; simples, mas criativa. A coreografia e a animação da batalha também ajudaram bastante.

E o final ainda me surpreendeu… ou nem tanto assim na verdade. Novamente o inimigo foi convencido pelas crianças, o que não é surpresa de modo algum. Surpreendente será quando um inimigo for derrotado. Contudo, o que me surpreendeu de fato foi outra coisa, foi o fato dele convence-la após cantar. E cantar muito mal.

A Sirenmon se convence e decide mudar o seu jeito de cantar após ouvi-lo e se emocionar com a sua música. Isso é estranho, pois fazia muito mais sentido se ela tivesse visto uma outra forma de cantar, isto é, uma forma bela e que realmente desse a ela outra perspectiva musical.

E aqui é que eu esperava ver a Ruri aparecendo, já que ela não apenas está relacionada com a música, como nesse mesmo episódio ela se propôs a cantar para atrair a Sirenmon. Então achei bem estranho e até uma grande oportunidade perdida o anime não usar desse episódio para desenvolver a personagem da Ruri. Essa temática musical cairia como uma luva para a personagem.

Outra coisa bastante curiosa foi a frase do Angoramon no final do episódio em que ele diz “A verdade devia ser descoberta ou continuar desconhecida?”. Uma frase um tanto quanto curiosa. Além do mais, a quem esse questionamento se dirige?

A primeira resposta seria ao Gammamon e ao fato dele estar retornando a sua forma original mesmo após evoluir. Nesse caso poderíamos supor que o Angoramon sabe mais do que deixa transparecer, o que não seria uma coisa tão absurda.

Mas ao mesmo tempo isso parece se referir mais ao próprio episódio que passou. O drama da Sirenmon nesse caso poderia refletir essa questão, já que ela queria forçar as pessoas a ouvirem a sua música. Mas ao confrontar a verdade sobre o que a música deveria ser ela se sente na obrigação de sair numa viagem em busca de se aprimorar enquanto cantora. A verdade pode ser cruel, mas também pode ser necessária.

De todo modo, eu gostei bastante desse episódio. De certo modo esse é o primeiro episódio em que vemos o grupo todo reunido agindo em conjunto. Foi um bom episódio, bastante divertido e que trouxe vários pontos interessantes além de estabelecer muito bem as características dos personagens e suas funções no grupo. Espero que os próximos saibam repetir esta mesma receita de bolo, até mais.

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