Nessa história diversos corvos começam a agir de forma estranha, como que obedecendo ordens de alguém, ou quem sabe até de algo. Seus objetivos são muito claros, invadir casas onde pássaros se encontram presos e libertá-los um a um.

Causando assim caos pela cidade e até mesmo ameaçando a segurança de diversas pessoas. Ainda mais estranho é o fato de que um humano os ajuda nessa empreitada. Sim, pela primeira vez nesse anime temos um humano como inimigo.

As crianças ao se depararem com essa situação logo percebem que o grande culpado por estes incidentes é um digimon, o que os leva a tentarem resolver o problema antes que ele se agrave. Nada novo, só o que já vimos em episódios anteriores.

Tivemos um clima de terror que funciona muito bem como ambientação e que permite uma variedade muito grande de abordagens para o terror. Isto é, sobre o que é assustador, como esse algo é assustador e o porquê de esse algo ser assustador.

Tudo isso está se mostrando de formas diferentes nesses últimos episódios, impedindo que o anime se torne repetitivo. Esse episódio não foi diferente, e espero que assim continue.

Outra característica que merece ser salientada, é que mesmo que o anime utilize de elementos de terror ele ainda é uma história bastante leve que busca ser divertida de se ver. Aqui já nem estou falando sobre esse episódio, ou melhor dizendo, pelo menos não só sobre esse episódio.

Não, o anime inteiro até agora está conseguindo se equilibrar entre esses dois polos de maneira harmônica. Assim como as interações entre os personagens e as suas funções dentro do grupo que já estão muito bem estabelecidas.

Claro que isso não significa que o anime seja incrível, nada disso. Acho que tem as suas qualidades, mas nem por isso a obra deixa de ser bastante limitada. Inclusive, limitada nos pontos que citei acima.

Um exemplo vimos aqui com o Kiyoshirou, no momento em que o anime explica como ele chegou na conclusão de qual local seria atacado pelos corvos. Ou melhor, na não explicação que o anime deu, porque ele não explicou nada.

Ele mostra um personagem sendo “inteligente”, porém não por mostrar ele fazendo uma cadeia de pensamentos lógicos, mas somente e tão somente pelo anime dar a impressão de estar explicando algo de verdade.

Então nós temos personagens cumprindo várias funções, só que até nisso o anime faz com uma qualidade mediana ou somente funcional. O Angoramon não passa de uma enciclopédia ambulante que sabe tudo sobre o digimundo, e por assim vai.

Então não vamos cair em exageros, o anime de fato já conseguiu se estabelecer muito bem, porém aquilo que estabeleceu não é de forma alguma espetacular. Não só não é, como não será. Isso é o que temos e isso é o que continuaremos a ter.

Se o anime for bom não será apesar de sua simplicidade, mas justamente por ela. Basta que o anime tenha consciência de suas limitações que poderá fazer o seu melhor, assim como fez nesse episódio.

Dito isso, não destaco apenas esse episódio por aquilo que aqui se repetiu, mas também por aquilo que ele teve de novo. Um humano estar ajudando os inimigos foi uma coisa bastante diferente e até inesperada.

E aquilo que o motivou parece ser um interesse genuíno no Yatagaramon, pois ele o tratava com uma devoção tão grande como se o digimon fosse a sua própria divindade.

É como se o sentido de sua vida fosse servir aquele digimon, como se ele fosse o seu próprio libertador. Também foi interessante ver esse cara no campo de batalha, ainda que ele não tenha feito muita coisa.

Agora, sobre a batalha, a desse episódio não foi nada incrível, ainda mais por ser bastante rápida e não ter muitas variedades de golpes e praticamente não ter tenção alguma. Tirando a cena daquele golpe que deixava tudo escuro, lá eu fiquei curioso para saber o que iria acontecer.

Mas o que destaco aqui é a animação, que por sinal estava boa, nada incrível, mas boa. Destaco isso porque estou achando essa temporada de Digimon muito regular em sua qualidade técnica. O anime anterior teve muitos altos e baixos nesse quesito, mas este está bem equilibrado.

Contudo, o que tenho para destacar não é aquilo que o episódio teve de igual, mas de diferente. Ou seja, a nova evolução do Gammamon. Gostei bastante dessa nova forma, ainda que não esteja bastante claro qual a diferença prática dessas várias formas do Gammamon.

Nem mesmo o que faz ele ter formas alternativas, ainda que pareça estar mais relacionado com a necessidade do momento do que com qualquer outra coisa.

Sendo assim podemos supor que dependendo do inimigo vejamos uma forma diferente sendo usada, numa espécie de pedra-papel-tesoura onde cada forma pode ser superior ou inferior dependendo do inimigo.

Outra coisa que essa batalha teve e que precisa ser destacado é sobre o seu desfecho. No caso, me refiro ao fato do inimigo simplesmente desistir do seu objetivo, aparentemente sem motivo algum, no lugar de ser convencido pelo Hiro a mudar o seu comportamento.

Aqui isso não aconteceu, o que mostra que o anime não está totalmente preso a uma forma de proceder nas conclusões de suas histórias.

Enfim, esse foi um episódio bem interessante que foi capaz tanto de fazer bem o de costumeiro quanto fazer coisas novas e diferentes. Foi bastante simples, mas isso é justamente aquilo que o anime deve ser. Até mais.

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