E não é que a Destino (vamos deixar o nome dela assim) tem personalidade? Eu já vinha percebendo isso por sua obsessão com doces, mas dessa vez ela desembestou a falar e esclareceu algumas coisas sobre si, que podem sim ter influencia da Cosette, como também não.

Mas antes de falar mais da heroína, por que Nova Orleans está as moscas, praticamente só sendo habitada por idosos? Deduzo eu que isso se deva as ações dos D2s, que inviabilizaram o sustento de muitos moradores, afinal, Nova Orleans é o berço do blues e do jazz.

Mesmo que esses gêneros tenham perdido força com as décadas, grande parte da cultura e economia da cidade ainda gira em torno da música e de sua pluralidade cultural. Como o mundo de takt é o nosso só que anos a frente e após a chegada dos D2s, então é isso aí mesmo.

Com a impossibilidade de sobreviver da música, como essas pessoas seguiriam na cidade? Só não entendi bem porque praticamente todos os jovens foram embora, mas entendo que falte gente e que ainda ouçam música escondidos, tendo a sorte de não atrair D2 mesmo assim.

E faz sentido que não tenham atraído, não dá para comparar um cassino com música ambiente e um barzinho no subterrâneo. Quanto ao sonho do Takt, não tenho muito o que comentar, nem sobre os afazeres das garotas, pois é quando o Takt encontra o bar que o episódio se encontra.

E aí volto a Destino, que sente apreço pelo talento do Takt e talvez até por isso reconheça valor nele, apesar das reclamações sobre sua pessoa, tanto em personalidade, quanto em utilidade. Ter essa sensibilidade de apreciar música e entender as pessoas constrói bem a personagem.

E, pensando bem, não parece abrupto, apesar de ter sido descarregado quase que tudo de uma vez. A Destino vem aos poucos demonstrando mais e mais “traquejo” e não é à toa que sua performance tem melhorado, ela tem conseguido ler melhor o entorno.

Só a falta parar de destruir as coisas (não abrir portas ou janelas) quando sente um D2 se aproximando. Dessa vez não teve monstro e ela não quebrou nada, uma escolha acertada, afinal, pudemos ver um pouco mais de música em um anime de música, ainda que nem tanto.

A título de curiosidade, “When the Saints Go Marching In”, também conhecida só como “The Saints”, é uma música tradicional de jazz eternizada na voz de Louis Armstrong. Uma referência a uma lenda do gênero, fácil de assimilar e até se conectar com a identidade da cidade.

Quanto ao Takt, a gente já sabia que o pai dele era maestro e que ele, assim como o pai, é fã de Richard Wagner. Isso foi legal para trazer uma ideia de legado positivo do pai antes da exposição de seu legado negativo, afinal, a tragédia de Boston meio que cai na conta dele, né?

Além disso, foi bacana ver o filho ser retratado com semelhanças e diferenças com relação ao pai, pois, apesar de ainda não sabermos quase nada do velho, duvido que o Takt possa ser chamado de “Ousado”. Não ainda. E não só isso, ele sabe da treta, não deve querer ser igual ao seu velho.

Mas certamente se orgulha do maestro que o pai foi, e nisso o episodio acertou, pois trouxe música aos nossos ouvidos, piano sendo divinamente bem tocado. Porém, também errou, afinal, intercalou os momentos de piano com outras cenas e trilha sonora comum do anime.

Uma das melhores coisas de takt op.Destiny é o piano do Takt, então dar uma palinha disso, mas cortar não me pareceu uma boa escolha. O mesmo não posso dizer do encontro da Anne e da Destino com a mãe caduca, uma forma de expressar o sentimento de abandono da cidade.

Por fim, aparecem um novo Conductor e uma nova Musicart, sendo esta a que estava do lado da Inferno no sonho do Takt, e as duas são parceiras de mandachuvas da Sinfônica. Esses caras são figuras-chave para a trama, talvez com um se opondo aos planos do outro? Veremos.

O importante é que o anime tentou ter história além das lutas. Não foi algo maravilhoso nem nada assim, mas deu para simpatizar um pouco mais com o Takt e as garotas, sentir uma reconexão temática com a música e esperar pela expansão da trama; o que está mais do que na hora de acontecer.

Até a próxima!

P.S.: Não tenho o que acrescentar sobre as palavras do barman, mas dentro da proposta da narrativa, que é exaltar a importância da música, as coisas que ele fala, como a celebre frase “Música é a luz que ilumina o coração das pessoas”, foram apreciáveis para quem concorda. Eu, por exemplo.

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