The Aquatope on White Sand – ep 17 a 19 – Um tempo para descansar e um tempo para avançar
Esses três episódios dão seguimento ao que se resolveu nos anteriores, mostrando como a equipe do Tingaara conseguiu vencer suas barreiras internas e chegar a paz conjunta, o que já resolveu muito dos problemas atuais dali.
Ao mesmo tempo eles também desenvolvem um pouco mais o lado da Akari, que permanecia um tanto alheia ao aquário, enquanto pincelam as resoluções da Fuuka e preparam terreno para algumas mudanças na vida da Kukuru – que mais do que nunca terá um grande desafio em mãos.
Flávio: O décimo sétimo episódio foi um alívio para o pessoal do aquário. Apesar da folga, Fuuka e Kukuru se esforçaram para dar um dia de tranquilidade para os colegas de trabalho.
JG: Ele foi o episódio de praia que não se passou na praia, porque o anime basicamente se ambienta numa região praiana, então, vamos de mudança no cenário, com o SPA em equipe na casa conjugada de Kukuru e Fuuka. Achei bem legal das meninas terem feito isso, porque serviu como um instrumento de selamento absoluto da paz e da concórdia dentro dos setores principais do Tingaara.
Não houve nenhum acontecimento importante em particular, mas acho que dá para dizer que descansar também é vital, especialmente quando isso te torna mais próximo dos companheiros de trabalho – que até então só se viam como um estorvo.
Flávio: Seria mais legal se todos estivessem reunidos, mas entendo que o apartamento é pequeno, então não ficaria confortável se todos estarem lá ao mesmo tempo.
JG: Admito que fiquei mais satisfeito com esse descanso, porque o episódio acabou vindo em um momento muito propício já que eu estava tão cansado quanto os personagens e acabei me sentindo relaxado como eles, só de assistir aquela sessão de terapia e embelezamento natural.
Acredito que de todos quem melhor saiu dali foi a Chiyu, pois ela além de estar mais desgastada fisicamente, ainda desfrutou de um momento feliz com sua antiga “inimiga” e de brinde, esse momento serviu para que seu filho também curtisse algo novo e aproveitasse para ganhar amigos com os colegas de sua mãe.
Flávio: Curiosamente esse episódio não foi a tão famosa calmaria antes da tempestade. Apenas foi um divertido e relaxante dia de folga. Outro ponto positivo foi a reunião de pessoas de setores diferentes como a Akari (marketing) e a Marina (cuidadora).
JG: Eu acho que ele funciona bem como uma transição, especialmente porque o seguinte pega exatamente na questão pessoal da Akari com o aquário. Primeiro vemos ela ali interagindo e aproveitando o momento de folga, para depois vermos a outra face da menina, encarando o trabalho apenas com a força da obrigação – embora não necessariamente desgoste de estar ali.
Flávio: Para a Akari, trabalhar no aquário é um trabalho qualquer. Não que ela não goste de estar ali, mas não é a realização de um sonho.
JG: Engraçado que quando anunciaram, eu achei que não ia simpatizar de cara com essa personagem, mas me enganei e esse episódio apenas reforçou como eu gosto da visão prática que ela tem com relação ao trabalho em si. Diferente de pessoas como Kukuru, Kaoru e Chiyu, que tem uma visão mais romantizada de trabalhar no aquário – particularmente porque elas amam a vida marinha -, a Akari trabalha porque precisa e só.
O episódio desenvolve a garota de forma que ela vai entendendo o que os outros sentem em relação a esse desejo de se dedicar tanto, para descobrir o lado bom de se empenhar em algo. Ainda assim, ela parece ter em mente que o trabalho não é seu foco de vida e com isso acaba fugindo do estereótipo da pessoa que aprende algo e muda porque sim – o que torna esse foco nela mais legal.
Flávio: A Akari nunca se destacou em nada e não se importa com isso. A ideia dos funcionários usarem fantasias para um evento foi dela, mas mesmo assim ela não fez questão de liderar o projeto. A Kukuru com seu forte senso de justiça até tentou fazer que a Akari fosse a responsável pela execução da ideia.
JG: Além do fator justiça pela ideia proposta, a Kukuru deve ter sentido que para a amiga seria importante dar esse passo, até para que ela pudesse abrir os horizontes, e se assim foi, não errou porque ajudou ela a ver que também vale a pena se doar por algo as vezes.
Flávio: Achei legal que o pessoal do aquário abraçou a ideia e se divertiu.
JG: Se divertiram até demais, o Umiyan que o diga com aquela fantasia de princesa que dispensa comentários. A Kaoru também me surpreendeu ao mostrar seu lado mais doce e infantil, sugerindo a história, incentivando os colegas e embarcando no personagem. Foi realmente um evento único para o Tingaara, seus funcionários e visitantes.
Flávio: A Kaoru mostrou o lado fofo. No episódio da folga ela teve um momento engraçado na hora da massagem.
JG: Bom, mas se as coisas seguiam na paz e sem muita agitação, para a Kukuru as coisas mudam e quem parecia estar numa zona confortável, agora está reflexiva sobre seu futuro. No geral eu diria que a menina chegou em um estágio que evoluiu o suficiente para manejar bem seus sentimentos, suprimindo mais os defeitos que lhe tornavam imatura em alguns aspectos, de modo que ela está bem menos verde.
A proposta de assumir um novo setor é uma responsabilidade imensa e ela sabe disso, não a toa já está tensa e aparentemente com medo do que pode vir pela frente. É algo que ela caçou com suas mãos? Não, mas é fruto da dedicação que tem empregado em tudo que lhe confiam. Ademais, tanto o diretor geral como o chefe dela, dão a entender que esperam bastante dela por conta da capacidade que demonstra e do amor que tem pelos animais.
Flávio: Se a Kukuru continua progredindo com o passar dos episódios, a sua fiel amiga está satisfeita com a nova vida e com decisão, que se revelou acertada, porém difícil, de desistir da carreira de idol.
JG: Olha, eu acho que o episódio 19 serviu para dar um norte a quem ainda tinha dúvidas de como a Fuuka se sentia depois de abrir mão do seu sonho de ser idol. Ela acabou descobrindo outro caminho para sua vocação e ainda que não seja mais a idol que vai inspirar a todos que lhe acompanharem, certamente será a cuidadora que sempre dará um empurrãozinho quando alguém precisar.
Flávio: A Fuuka consegue encarar o passado muito melhor que antes, mas a possibilidade de aparecer na mídia via documentário mesmo que seja só para mostrar o seu trabalho, ainda trás desconforto para ela.
JG: A aparição da sua antiga equipe de produção foi importante para vermos como ela entrou em concílio com seu passado. Acho que talvez a moça ainda tivesse alguns receios, porque querendo ou não, além de ser um sonho que deixou por fatores externos, ela devia ter alguns receios pela forma como reencontraria seus antigos parceiros.
Quanto a Ruka, ela ao menos conseguiu limpar sua imagem comigo, já que fica claro que ela não é nenhuma monstra, no entanto acho que toda a problemática que lhe envolvia, era apenas um resultado de sua inexperiência e pressa. A grande sorte dela, é a Fuuka ser um ser superior, capaz de ajudar a alma mais perdida e inspirar a pessoa mais complicada, então se algo ela aprendeu para levar adiante, isso ela deve a ex-veterana.
Flávio: A Ruka se sentia responsável pela desistência da Fuuka, e por isso carregava um peso enorme. O dela própria e o da antiga colega de trabalho.
JG: Bom, em parte ela foi, mas o ponto não é esse. Ela me lembrou uma modelo de um programa que eu assisti chamado Australia’s Next Top Model – um reality para escolher uma modelo que entraria numa agência de prestígio -, onde essa abençoada era mais nova que as demais participantes e sempre enchia o saco dizendo que aquele era o momento dela, essa era a última chance e ela estava pronta, porque era o grande sonho dela e logo merecia essa oportunidade.
Os profissionais sempre insistiam que ela ainda estava um pouco verde, despreparada para lidar com a pressão, diferente das outras que se desenrolavam melhor, pareciam saber para onde ir, como se portar naturalmente, como fazer a fotogenia acontecer e afins – mesmo com todas sendo iniciantes. Mas com esse discurso ela levou uma das juradas na conversa e de alguma forma conseguiu tomar o segundo lugar, não ganhando porque felizmente tinham profissionais sérios na bancada e a maioria fez o correto.
Engraçado que após esse programa, a vencedora até hoje é relevante no cenário da moda, já a bonita apareceu bastante por um tempinho e ninguém nunca mais ouviu falar faz uns anos. Ao ver a Ruka só me lembrei dela, pois as duas se utilizaram do mesmo argumento para justificar o merecimento lá atrás, mas até que ponto ela não deveria ter respeitado o seu “tempo de floração” para despontar como idol?
Os próprios agentes viram como ela é forçada – até me espantei com a falta da jeito da garota -, e tentaram dar uns toques, mas acho que não é só questão de dedicação e boa vontade, é um conjunto de coisas que precisam funcionar para que a pessoa logre diante das câmeras e fora delas, qualidades que a Fuuka conquistou com o tempo e naturalmente.
Flávio: O episódio vende a Ruka como esforçada e por isso seria merecedora de ter sucesso na carreira. Admito que acabei comprando a ideia, mas como você disse somente esforço, que é sim importante, não é o bastante para ter uma carreira bem sucedida em qualquer área.
JG: Não estou aqui para destruir, nem desmerecer a personagem, até porque eu acho que se a pessoa se dedica de coração e limpamente, merece sim uma oportunidade de conquistar seu lugar ao sol, mas tenho um certo incomodo com pessoas que tentam queimar etapas achando que estão fazendo o melhor por si mesmas.
Saber esperar a hora certa também é uma qualidade de um bom profissional, então acho que se a Ruka tivesse um pouco menos de desespero, ela possivelmente não teria as dificuldades que tem agora, porque seguiria no seu ritmo certo e sem as pressões que ela mesma se impõe e as pessoas acabam alimentando.
Flávio: Não pretendia falar da Kukuru nesta parte do artigo, mas a personagem também queria queimar etapas antes de estar pronta.
JG: Não podia ser mais oportuno, olha que exemplo maravilhoso e no mesmo lugar. Pois bem, o desespero dela também foi a sua cruz dentro do Gama Gama, e olha como ela está agora que precisou desenvolver seu lado mais equilibrado, depois que precisou desenvolver outros talentos – mesmo não querendo -, a menina finalmente pegou uma chance de ouro.
Flávio: Agora acho que a Ruka aprendeu uma lição que a tornará um profissional melhor ou quem sabe a carreira deslanche daqui pra frente. Ficou implícito que ela foi comparada ao pinguim (é uma fêmea não é?). O que achei legal porque tem a ver com a temática do anime. No começo do anime a Fuuka se comparou com um animal que se escondia nas pedras.
JG: Parando de falar na idol, porque já gastei bastante das minhas palavras, voltemos a Fuuka. Eu não canso de elogiar como ela é um ser único e nessa gravação isso é sentido. A preocupação com sua antiga kouhai angustiada e inexperiente, o cuidado com a pequena pinguim e a naturalidade para dominar todas essas variáveis com delicadeza diante do público, só ela faz isso.
Por sinal, que cena linda ela dando o apoio a Shiratama, e a bichinha meio que dialogando com ela através dos gestos, até receber a mão amiga dela para entrar na água, só esse momento já me ganhou pelo episódio inteiro. De fato teve uma comparação com a Ruka, porque a pinguim tinha preocupações como ela, por não saber direito como fazer, se devia, se não ia falhar – o anime conectou tudo e dava para perceber que a menina meio que sentiu essa ligação ao final.
Flávio: Não é a primeira vez que a Fuuka dá um empurrãozinho. A Kukuru foi e ainda é ajudada por sua fiel escudeira. A Chiyu também recebeu conselhos valiosos da ex-idol e agora a Ruka. Pena que a Fuuka não saiba nada de romance para dar um empurrãozinho no Kai que está precisando.
JG: Menino, é a única pessoa que falta receber essa mãozinha e espero que até o final do anime ela o faça, porque olha, ele está muito enrolado – e eu pensando que ele ia dar uns passinhos para frente, que coisa.
Penso eu que o anime deve pegar o próximo episódio para focar na nova problemática da Kukuru, já que ela está bem assustada com a possibilidade de assumir um novo setor e durante os momentos em que aparecia no episódio, ela fugia de seu chefe – que estava lembrando esse fato.
Flávio: Até o final a situação do Kai deve ser resolvida (ou não).
JG: Vamos ver o que será dos cinco episódios que nos restam, se irão resolver esse imbróglio romântico, ou se apenas vão focar na conclusão profissional da Kukuru e dos amigos.
Agradecemos a quem teve a paciência de ler nosso longo texto (risos) e até a próxima!
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