Ushio to Tora – ep 35 – Japão em chamas
Que episódio! Aconteceu muita coisa, e ao mesmo tempo aconteceu uma coisa só: a aliança contra o Hakumen no Mono, ao redor de Ushio, foi restabelecida! Quem já leu épicos de fantasia deve reconhecer o padrão. Eu li bem menos do que eu gostaria, mas isso me lembra conceitualmente O Senhor dos Anéis: a Última Aliança dos Povos Livres para mim é diretamente comparável à aliança entre humanos e monstros em Ushio to Tora. Que nossos heróis japoneses tenham mais sorte que elfos e homens!
O que é uma comparação imprópria, de todo modo. As duas alianças, as duas histórias são muito mais parecidas. Houve uma “última aliança” entre humanos e monstros em Ushio to Tora séculos atrás, Hakumen quase foi derrotado mas uma traição no final permitiu que ele continuasse vivo e lentamente recuperasse suas forças, e agora, como na história dos hobbits, a encarnação do mau retornou. Conhece O Senhor dos Anéis? Eu diria que esse episódio é equivalente ao acendimento dos faróis que ligam Gondor à Rohan, o que marca o começo da virada da sorte dos povos livres. Estou muito errado?
Esse episódio se chama “Esperança”, e o acendimento dos faróis no Senhor dos Anéis foi simbolicamente também o acendimento do brilho da esperança. Ushio to Tora encaixa em tudo não é? Três episódios atrás eu comparei o Hakumen no Mono a Cthulhu, e agora o estou comparando a Sauron. De um jeito ou de outro acho que está claro que nada de bom pode vir dele em hipótese alguma, não é? Ele entra no rol seleto dos vilões de ficção que são simplesmente o mal encarnado, ou que são tão maus que é até difícil dizer que sejam realmente “maus” na concepção humana do termo. Quero dizer, do ponto de vista de uma formiga, nós humanos somos todos hakumens em potencial, entende o que estou tentando dizer? Você já parou para pensar no quão mau você é da última vez que se divertiu matando formigas e destruindo formigueiros? Pois é.
E no entanto, quando se trata de ficção, sempre torcemos pelas formigas! Por isso foi tão divertido assistir o Ushio e o Tora lentamente construírem as bases de uma união capaz de derrotar o Hakumen no Mono na primeira temporada, e por isso foi tão sofrido assistir o Hakumen destruindo tudo isso nessa segunda temporada, culminando com a destruição da própria Lança da Besta, a arma amaldiçoada criada para o único propósito de derrotá-lo e, até onde se sabe, a única coisa nesse mundo capaz desse feito. É como se tudo o que foi feito até agora tivesse sido em vão.
Mas não foi! Se esse episódio fosse uma frase, ela seria “Nada foi em vão!”. Até mesmo o estilhaçamento da Lança da Besta teve um propósito, por mais que tenha sido o resultado de um dos pontos mais baixos do herói em toda a história. Os fragmentos da Lança desfizeram o tufão que Hakumen havia criado sobre todo o Japão e destruíram os hiyo que selavam as memórias das pessoas sobre Ushio e Tora. Com suas memórias restauradas os diversos aliados, pessoas e monstros que a dupla de protagonistas salvou desde o início do anime, inspiraram dezenas, centenas ou milhares de pessoas ao seu redor a confiarem no Ushio e no Tora, no humano e no monstro que elas conheciam e em quem elas confiavam.
Com discursos poderosos, verdadeiros juramentos de fé, injetaram de volta no coração das pessoas aquilo que elas haviam perdido: a esperança. Consequentemente mandando embora o medo que alimentava o Hakumen no Mono, a própria fonte de seu poder conforme ele mesmo disse. Os monstros recém derrotados e humilhados recuperaram seu propósito e agora avançam em uma revoada irresistível com Ushio na frente. A batalha final se aproxima. O Hakumen no Mono pode ter incendiado dezenas de cidades japonesas, mas Ushio incendiou milhões de corações.
Kondou-san
Este episódio compensou em tudo o que o anterior deixou por fazer, gostei da renovação das motivações do Ushio, ele finalmente se recompôs do baque emocional dos episódios atrás. Este episódio serve para provar, que se fizer-mos alguma coisa de bom para com os outros, haverá sempre retorno das nossas boas acções, gostei muito da parte onde o um dos muitos estilhaços da lança mata o servo do Hakumen que controlava a mente da Asako. Gostei bastante do esforço que os amigos do Ushio fizeram para demonstrar a bravura e a boa índole do Ushio para as outras pessoas, achei estas cenas bonitas. Também gostei do transtorno que os monstros sentiram quando recuperaram a memória e se perceberam que iam atacar o Hakumen sem o Ushio e o monstro dourado que o acompanha e aquela cena final onde os monstros seguem o Ushio foi épica (eles ficaram admirados por o Ushio não guardar rancor contra eles). Gostei da luta do Tora com o Hakumen, mas estava na cara que o Tora não tinha a mínima hipótese desde o inicio (aquela cena onde o Hakumen morde o Tora é de partir o coração).
Como sempre uma excelente matéria e boa continuação na escrita das matérias futuras (quando escreveres sobre Re:zero terás muito que comentar) e já agora a tua comparação deste anime com o senhor dos Anéis faz todo o sentido que viu a trilogia sabe do que falas. Já agora, costumas fazer matérias sobre animes curtos (neste caso os OVAS?)
Fábio "Mexicano" Godoy
Eu entendo que a história do Hakumen e do Tora, do episódio anterior, era necessária. É algo que deveria ser contado em algum momento antes da batalha final. Mas realmente ainda não estou convencido que aquele tenha sido o melhor formato para isso nem o melhor momento. Então se ter visto aquele episódio fraco depois de uma sequência de bons episódios foi frustrante, foi muito satisfatório agora assistir um bom episódio depois de um não tão bom. O lado ruim do episódio talvez é que ele acaba ofuscando o medo e a destruição causada pelo Hakumen, que foi enorme e por si só merecia o devido destaque. Mas bom, isso acabou servindo de fonte pra metáfora no final da minha matéria né, então nem vou reclamar muito =D
Sobre todo o resto, ainda preciso assistir Re: Zero (acho que farei isso hoje) e se eu conseguir manter meus cronogramas o artigo sairá na quinta ou na sexta. Eu já foi fanboy de Senhor dos Anéis, então sei bastante sobre o universo fascinante da Terra-Média ainda, eu poderia ter escrito um artigo inteiro comparando o clássico da fantasia medieval ao anime, mas preferi fazer apenas uma comparação superficial no começo do texto. E eu assisto todo tipo de anime, o difícil é arranjar tempo =D
Obrigado pela visita, pelo elogio e pelo comentário mais uma vez!
Kondou-san
Reparei que tens ficado um pouco interessado no universo de Gundam, vi a tua matéria sobre o Mobile suit gundam iron blooded orphans aqui no site e acompanho as tuas matérias semanais sobre todos os animes que vês no Otakupt e acho muito boas, por isso aconselho a veres os Ovas do Mobile Suit gundam Thunderbolt só tem 4 episódios de 18 minutos de puro épico, excelente soundtrack, história que dá 10 na cara do gundam Unicorn, personagens decentes, drama e muito drama e uma animação soberba (os personagens têm nariz acreditas nisto!), Code Geass que me perdoe mas os mechas e animação dos últimos gundams são muito superiores ao estilo que foi utilizado em code geass (se bem que a Sunrise quase detém o monopólio de animes mechas decentes por isso não faço juízos de valor).
Fábio "Mexicano" Godoy
Pesquisei aqui na Gundam Wiki e vi que Thunderbolt é na timeline UC, mesmo ano do Gundam original. O primeiro Gundam é o único necessário para eu entender direito o Thunderbolt? Eu tô perdendo milhões de referências no Unicorn por não ter assistido mais nada. O Orphans inaugurou uma timeline diferente então não depende de nada, só reconta alguns clichês mas isso é fácil entender. Estou adorando o Orphans e estou ansioso pela segunda temporada. O Unicorn é legal também mas fico direto com impressão que estou perdendo muita coisa porque não sei do que estão falando.
Kondou-san
Mesmo sendo na mesma timeline do Uc podes ver sem receio não é preciso ter referencias a história gira em torno dos dois protagonistas, o tema é sempre o mesmo e a guerra de Zeon com a Federação os 4 ovas são só sobre a guerra entre eles naquele sector de destroços chamado Thunderbolt.