Avaliação final da temporada de outono de 2014
A temporada de outubro frequentemente é considerada uma temporada boa, ou pelo menos, uma temporada de estreias de peso. Sobre as estreias de peso sem dúvida que houveram. Mas a qualidade geral da temporada (avaliando pelos animes que assisti, naturalmente) não foi tanta quanto eu esperava que fosse. Fiquei um pouco frustrado sim. Apesar disso, não foi uma temporada ruim. Nesse texto exponho minha opinião final sobre os animes que terminaram nessa temporada e minha opinião parcial sobre os que continuam. Teço ainda alguns comentários sobre os animes que abandonei e sobre a enquete que realizei com os visitantes do blog sobre quais terão sido os melhores animes da temporada.
Esse texto ficou bem grande! Se quiser pular direto para seu anime preferido ou para uma sessão do artigo, use os links abaixo:
Animes encerrados na temporada de outono de 2014
Akame ga Kill!!, Amagi Brilliant Park, Gugure! Kokkuri-san, Hitsugi no Chaika Avenging Battle, Inou Battle wa Nichijou-kei no Naka de, Ookami Shoujo to Kuro Ouji, Psycho-Pass 2, Selector Spread WIXOSS, Shingeki no Bahamut, Terraformars.
Animes que passaram na temporada de outono de 2014 mas não terminaram
Akatsuki no Yona, Cross Ange, Fate/Stay Night Unlimited Blade Works, Garo: Honoo no Kokuin, Karen Senki (?), Kiseijuu, Sailor Moon Crystal, Sanzoku no Musume Ronja, Shigatsu wa Kimi no Uso.
Argevollen, Gundam Reconguista in G, Yowamushi Pedal Grande Road.
Enquete de melhor anime da temporada com os visitantes do site
Também pode achar interessante ler meus artigos episódio a episódio dos animes que acompanhei integral ou parcialmente:
Cross Ange, Fate/Stay Night Unlimited Blade Works, Kiseijuu, Psycho-Pass 2, Sanzoku no Musume Ronja, Shigatsu wa Kimi no Uso, Shingeki no Bahamut.
Ou meus artigos de classificação dos animes da semana.
Animes encerrados na temporada de outono 2014
Dos animes que assisti, dez terminaram na temporada. Um deles havia começado na temporada de verão (Akame ga Kill!!), um era segunda temporada (Psycho-Pass 2) e outros dois eram continuação de animes que começaram antes mas fizeram uma pausa na temporada de verão, retornando na de outono (Hitsugi no Chaika Avenging Battle e Selector Spread Wixoss). A maioria, contudo, foi de séries curtas, que começaram e terminaram na mesma temporada: Amagi Brilliant Park, Gugure! Kokkuri-san, Inou Battle wa Nichijou-kei no Naka de, Ookami Shoujo do Kuro Ouji, Shingeki no Bahamut e Terraformars.
Akame ga Kill foi uma decepção. Quando decidi assistir, o escolhi esperando nada mais que um battle shounen padrão com um pouco mais de violência que o normal no gênero, mas o que obtive foi um battle shounen chato, com enredo fraco, personagens estúpidos enquanto tentam parecer pretensiosamente legais, e com o que deveria ser o motivo de ser de um battle shounen, as cenas de ação, fracas. Teve sim uma luta ou outra mais interessante, mas no geral os personagens ficavam falando tempo demais e quando lutavam era poder pra um lado, poder pra outro, câmeras estáticas e foco no rosto dos personagens ou nas poses que faziam. A coreografia das lutas era horrível. Eu sei que muitos vão dizer que bom, battle shounen é isso! Olhe para Dragon Ball! Olhe para Cavaleiros do Zodíaco! A quem diz isso eu respondo: animes eram assim para diminuir custos, não porque lutas assim sejam mais bacanas. Com os recursos tecnológicos disponíveis hoje dá para animar muito mais gastando muito menos. O que não quer dizer que, mesmo assim, estúdios não economizem. Economizaram demais em Akame ga Kill por exemplo. Meu único consolo, no que diz respeito à temporada de outono, é que esse eu já vinha assistindo antes então não é como se eu esperasse muito de Akame ga Kill no último trimestre do ano.
De Psycho-Pass 2, por outro lado, eu esperava muito. E o que eu vi foi ridículo, medíocre. Banhos de sangue sem sentido guiando o caminho de um enredo extremamente forçado e que ignorou quase tudo o que Psycho-Pass havia criado e estabelecido em sua primeira temporada. Especialmente as melhores partes. Porém, se não tivesse havido a primeira temporada, teria sido um anime interessante até. Não por ter uma história muito inteligente ou personagens muito interessantes, mas por ter suspense e boas cenas de ação cheias de sangue e violência gratuita, desproporcional e desnecessária. Algo estilo Pulp Fiction. Só que Pulp Fiction nunca teve pretensão nenhuma, ao passo que Psycho-Pass tem a pretensão de discutir o bem e o mal, o certo e o errado através de uma imagem de um futuro distópico onde o crime foi quase eliminado e todas as pessoas são encaminhadas para uma vida que provavelmente fará delas o mais feliz possível. Essa segunda temporada foi um fracasso completo nesse sentido.
Hitsugi no Chaika Avenging Battle e Selector Spread WIXOSS são continuações diretas, apesar do nome diferente, de Hitsugi no Chaika e Selector Infected WIXOSS respectivamente, ambos da temporada de primavera. Nos dois casos, eu assisti a primeira parte da história e achei interessante o suficiente para querer assistir o resto, mas não achei nenhum deles especialmente bom. Expectativa baixa costuma ser bom para evitar frustração, mas não teve jeito. A segunda parte de Hitsugi no Chaika foi apenas estúpida. Demorou tempo demais para chegar à parte importante da história, que era, francamente, pouca coisa. Desistiu completamente de qualquer desenvolvimento de personagem embora houvesse potencial. E a batalha final foi tão decepcionante que foi engraçada a sucessão de ruindades e clichês idiotas que a compôs. Já Selector Spread WIXOSS foi um pouco melhor em termos de consistência, houve algum desenvolvimento de personagem, embora tenha sido menos que na primeira metade, e o final foi satisfatório. O problema é que a maioria dos episódios foi entediante demais mesmo. Os personagens só falavam e falavam sobre as mesmas coisas sempre. Teria sido bem mais interessante se tivesse sido um suspense desde o começo e os detalhes sobre a vilã final fossem pesquisados pelos personagens e descobertos aos poucos ao longo da série.
E puxa, parece que eu não gostei de nada, hein? Ora, eu disse lá no primeiro parágrafo que a temporada havia sido frustrante. Deixe eu tirar do caminho então as duas séries que começaram e terminaram na temporada e que mais me frustraram: Terraformars e Ookami Shoujo to Kuro Ouji. Terraformars eu já tinha lido e ouvido muito sobre o mangá, a ideia parecia muito interessante. Não para uma história profunda, claro, mas para uma ficção científica cheia de lutas bacanas. Bem, o que dizer? É uma ficção científica cheia de lutas bacanas. Acredita que mesmo assim conseguiram condenar a série? Esse é um caso raro onde os produtores ativamente buscaram tornar sua série ruim, só pode ser. E qual foi o problema? Muito simples: os personagens e seus poderes super legais eram apresentados, eles lutavam e morriam em seguida, no mesmo episódio ou no episódio seguinte. A história não avançou absolutamente nada e esse padrão se repetiu durante a temporada inteira. Qual o propósito de explicar detalhadamente os poderes e contar em tom dramático o histórico de um personagem que o espectador não conhece, as vezes nunca viu antes, só para matá-lo na cena seguinte? No melhor caso, para matá-lo ao final do episódio, depois dele mostrar como seu golpe é super legal mesmo mas as baratas são infinitas e eventualmente o sobrepujam? Não é sequer um anime que trate sobre desesperança, porque se fosse o caso teria cumprido seu papel com louvor. O espectador está em uma posição fria, cínica, assistindo os personagens com quem ele não se importa serem mortos por baratas antropomórficas. Já Ookami Shoujo to Kuro Ouji é apenas mais um clássico romance shoujo onde a protagonista é frágil porém perseverante e se apaixona por um rapaz bonitão mas com personalidade horrível que a maltrata a cada oportunidade que tem (e até cria oportunidades só para poder maltratá-la) mas ele só faz isso porque tem um trauma de infância e a garota resolve curá-lo com o poder do amor. Pode ter seu apelo, mas mais do que isso tem uma mensagem horrível para garotas adolescentes.
Os animes medianos que começaram e terminaram nessa temporada foram Amagi Brilliant Park e Inou Battle wa Nichijou-kei no Naka de. Curiosamente, ambos eu decidi assistir apenas por causa do estúdio. AmaBura por causa do estúdio Kyoto Animation (Haruhi Suzumiya, Another, Hyouka), e Inou Battle por causa do estúdio Trigger (Kill la Kill). O KyoAni pelo menos entregou o que é seu cartão postal: os personagens de AmaBura são muito bonitos, a animação é boa e há um romance platônico de fundo nunca tratado na história. Já o Trigger ficou em grande parte devendo combates insanos e personagens coloridos e absurdos, mas bom, é difícil não perdoá-los quando Inou Battle era um anime escolar que tinha justamente o propósito de mostrar um grupo de pessoas normais que, no entanto, tem poderes para fazer combates insanos se quiserem. Amagi Brillant Park em sua sinopse dizia que seria um drama, e houve drama sim, mas apenas no arco final, que foi bastante corrido. Faltou desenvolvimento de personagem. Mas a comédia foi muito boa, foi o segundo anime que mais me fez rir nessa temporada. Inou Battle eu não fazia ideia do que seria. E descobri que era um harém. Pois é, um protagonista cercado de garotas, eu deveria ter imaginado desde o começo, mas o que posso fazer, demorei muitos episódios para perceber que era um anime sobre o relacionamento do protagonista com as garotas ao seu redor. Tem lá seus momentos de comédia, mas o que eu gostei mais foi o drama pessoal de algumas das garotas. E os personagens de animes da Trigger e da Gainax que apareceram no episódio do parque aquático.
Por fim, os melhores animes que começaram e terminaram na temporada de outono de 2014 foram Gugure! Kokkuri-san e Shingeki no Bahamut. Gugure foi simplesmente a melhor comédia da temporada, com personagens bastante caricatos e divertidos. Só achei constrangedor o episódio em que o Kokkuri-san se transforma em mulher e isso é retratado de forma negativa, mas foi um escorregão só, passou. Além disso, Gugure em vários momentos dá piscadas para o drama, especialmente no que diz respeito à condição da Kohina, a protagonista que é uma criança que vive sozinha, não tem amigos e se convenceu de que é uma boneca para lidar com sua solidão. Infelizmente, Gugure não trata desse assunto até o final da série, se limitando a ser apenas uma comédia com dramas eventuais sim, mas de personagens coadjuvantes. Bahamut começou com uma expectativa bem baixa, afinal era só uma adaptação de um card game online. Mas tinha atrás de si o estúdio MAPPA, que tinha acabado de entregar o maravilhoso Zankyou no Terror, então eu tive que dar uma chance. E olha, a primeira metade do anime é sensacional! O primeiro episódio inteiro, bem como vários momentos noutros episódios, é de tirar o fôlego. Mas na segunda metade deixaram a bola cair. Cresceu muito o número de personagens e consequentemente de linhas de enredo e não conseguiram amarrar tudo isso de forma interessante. O final foi bom, o anime na média foi muito bom, mas a queda de qualidade perceptível nos episódios após a metade da série me impedem de considerar esse um dos melhores animes do ano. Talvez com mais episódios tivessem conseguido fazer algo muito melhor. Uma pena.
Animes que passaram na temporada de outono de 2014 mas não terminaram
Há oito animes que eu assisti e se encontram nessa situação. Um já havia começado antes (Sailor Moon Crystal). Outro fez uma pausa mas irá continuar na temporada que vem (Fate/Stay Night Unlimited Blade Works). Os demais começaram na temporada de outono e ainda estão passando nessa temporada: Akatsuki no Yona, Cross Ange, Garo: Honoo no Kokuin, Kiseijuu, Sanzoku no Musume Ronja e Shigatsu wa Kimi no Uso.
É digno de menção aqui Karen Senki, que começou na temporada de outono e eu não sei se acabou. Quero dizer, faz tempo que não sai episódio, né? É como se tivesse terminado. Mas o último episódio não teve nada parecido com um fim. Não teve sequer um “The End” na tela ou algo parecido, sei lá. Tampouco há qualquer informação de que ele será continuado em algum momento em alguma outra temporada. De todo modo, Karen Senki foi ruim. A proposta era boa, a animação 3D foi fantástica para uma série para TV, o design dos personagens era muito legal, mas o ritmo da história foi um caos. Ela ia para o passado e para o futuro sem nenhum aviso e o espectador que se vire para entender. Não ajudou também o fato dos episódios terem apenas dois minutos.
Sailor Moon Crystal é o remake de Sailor Moon que era há tanto tempo esperado. Como passa só um episódio a cada duas semanas é difícil de acompanhar e frequentemente esqueço em que ponto a história parou. Há pessoas reclamando das adaptações sendo feitas apesar do anime ser muito mais fiel ao mangá que a série original, mas como faz tempo que li o mangá nem reparo nisso. De todo modo, acho que estão focando demais nos sentimentos dos personagens e as lutas estão ficando chatas e previsíveis. Nada contra sentimentos, adoro sentimentos e eu próprio tenho vários deles, o problema é que Sailor Moon não é só um romance, mas também uma série de ação. Em termos de ação está bem fraco. Mas eu gosto dos personagens, ponto positivo.
Isso eu já não posso dizer de Fate/Stay Night Unlimited Blade Works. O anime, que parou no meio mas só volta na temporada de primavera, não fez nada para que eu gostasse, entendesse, me identificasse ou sequer suportasse o Shirou, seu protagonista. A maioria dos demais personagens é rasa, alguns são insuportáveis mas porque foram feitos para isso, e a única personagem com um pouco mais de história é a Rin, que durante quase toda a temporada foi mera coadjuvante do Shirou. E a mesma crítica que fiz para Sailor Moon também faço para Fate: a série é de ação, ainda que não seja só de ação, então deveria ter tido mais ação. Diferente de Sailor Moon, contudo, a ação de Fate é muito boa, uma das melhores da temporada, o problema é que é muito pouco, ocorre muito raramente. A maior parte dos episódios consiste nos personagens (principalmente o Shirou) conversando. Muitas vezes sobre coisas que o espectador já sabe, ou sobre coisas que seria mais interessante contar para o espectador de outra forma que não um diálogo monótono na tela. Fate/Stay Night Unlimited Blade Works não chegou a ser ruim, mas foi medíocre. E minha expectativa era muito maior do que isso antes da série começar.
Se com Fate a expectativa era alta e a série não foi ruim, o que dizer de Cross Ange? Embora a sinopse seja interessante, era só assistir um trailer e ver apenas garotas pilotando mechas com pouca roupa para saber que não seria lá grande coisa. A expectativa era baixa e a série é ruim pra caramba! A protagonista é estuprada nos dois primeiros episódios, é presa e escravizada em uma base de trabalhos forçados onde tem que derrotar dragões extra-dimensionais ou morrer! Uma história da qual se possa dizer tudo isso não necessariamente é ruim, se houver crítica há tudo o que de errado a série retrata, mas claro que Cross Ange não faz isso. Isso tudo só está lá para chocar o espectador. Devo dizer que funcionou. Tenho certeza que é tudo de propósito, a cada chance de fazer algo bom os produtores escolhem, ao invés, fazer algo ruim. Mas bem, pelo menos choca, né? Ou chocava. O anime ainda está em andamento e parece que a história vai ser muito mais suave agora, fazendo Cross Ange perder a única coisa que tinha, que eu não chego a dizer que é bom, mas vá lá, pelo menos era um diferencial. Agora tende a se tornar só mais um anime ruim como qualquer outro.
Falar em apelação me faz pensar inevitavelmente em Shigatsu wa Kimi no Uso, ou KimiUso para abreviar. Um romance entre dois adolescentes músicos onde o garoto tem trauma e não consegue mais tocar seu piano. Também pode ser resumido como um garoto pianista cuja pessoa amada (a mãe), que também era música, ficou gravemente doente e ele tocou por ela até que ela morreu. Mas antes de morrer, conforme aumentava seu próprio sofrimento, ela abusou e maltratou o garoto até deixá-lo traumatizado. As circunstâncias entre eles no momento em que ela morreu pioraram o trauma e o fazem se sentir culpado além de tudo. Dois anos depois, ele conhece uma garota e se apaixona por ela. Ela não é como sua mãe, mas também é violenta e o maltrata com frequência. E ele ainda não sabe, mas ela também está com uma doença que, se não for mortal, pelo menos vai tirá-la da música em breve. É uma história cruel para uma criança viver duas vezes em menos de 15 anos de vida, não é? Mas esse não é o problema. O problema é que a violência e o abuso da garota por quem ele se apaixona são tratadas como piada (como de praxe em animes, de todo modo; mas imagine o contrário, garotos sendo cruéis dessa forma com garotas e pense se isso soaria aceitável) e o tratamento dado ao trauma é mais uma vez o de um mero recurso de roteiro. Traumas não se curam assim, principalmente traumas graves como o de Kousei, mas ele já está começando a curar o seu. Só com a força do amor. Pelo menos o visual é deslumbrante e os episódios musicais são quase sempre muito bons.
Essa também foi a temporada de estreia de Sanzoku no Musume Ronja, a primeira série para TV do estúdio Ghibli que adapta um livro infantil sueco e é dirigida por Goro Miyazaki, filho de Hayao Miyazaki. Além de primeira série para TV, é o primeiro anime totalmente em 3D do estúdio também. Se grandes nomes e novidades técnicas fossem suficientes para fazer uma boa história, Ronja seria um dos melhores animes da temporada. Como as coisas não são bem assim, Ronja pena. É um bom anime, cheio de lições de moral para crianças (é baseado em um livro infantil, afinal) bem contadas e momentos que vão de divertidos a emocionantes, mas o ritmo é péssimo. Parece que a série foi animada de uma vez só como se fosse um filme especialmente longo e cortada em partes iguais. O resultado é que os arcos começam no meio de episódios, acabam no nada, é bem esquisito de acompanhar. E como nem todos os arcos são bons (mas há muitos arcos bons) isso pesa ainda mais contra o anime.
Outro anime com problema de ritmo é a fantasia e aventura shoujo Akatsuki no Yona, onde a protagonista era uma princesa mimada que viu o primo (que ela amava) matar o próprio pai e tomar o controle do reino. Fugiu com a ajuda de um general fiel a seu pai (e que a ama, porque triângulos amorosos são legais) e descobriu com um monge que ela é sucessora do lendário Rei Dragão e deve encontrar os quatro Guerreiros Dragões, e ela parte nessa jornada. Só que em uma temporada inteira ela encontrou apenas um dos guerreiros! Estão planejando que Yona dure um ano? Tudo bem, justificaria. Mesmo assim continua sendo chato vê-los andando pelo mato episódios à fio. Gosto dos personagens e da história, contudo, só a lentidão que está me matando.
E chegamos à nata dos animes que começaram na temporada de outono de 2014 e continuam até agora: Kiseijuu e Garo: Honoo no Kokuin (marcado pelas chamas). Kiseijuu é uma história de terror publicada em mangá no começo da década de 1990 e há muito encerrada, é mesmo incrível que esteja agora ganhando um anime. O drama psicológico e todo o simbolismo contidos no anime são sensacionais. Estou acompanhando esse anime com artigos semanais e sugiro que leia-os para entender do que estou falando. Já Garo faz parte de uma franquia que até então possuía apenas séries com atores, sendo a primeira história da franquia em formato animado. O traço é uma delícia, diferente de todo o resto sem parecer esquisito. O protagonista me lembra personagens de séries antigas das décadas de 1960 e 1970, mas os demais personagens têm traços atuais, apenas diferentes da estética anime comum. Mas o orçamento da animação não deve ser lá grande coisa e as lutas não são tão boas quanto eu gostaria. São apenas competentes, no máximo. O que realmente torna Garo um anime excelente é o desenvolvimento de seus personagens, particularmente o protagonista. Ele passa por uma verdadeira jornada do herói (aliás, ainda está passando), sem depender demais de clichês e sendo sempre imprevisível a cada nova batalha, a cada novo desafio, a cada novo arco. Ao contrário de um battle shounen mediano, que poderia ser comparável a Garo, em Garo eu nunca me sinto seguro. Pelo contrário, tenho sempre certeza que algo pode dar muito errado a qualquer momento. O anticlímax do último episódio na temporada de outono foi o momento que mais me surpreendeu de todos os animes de toda a temporada. Garo ainda está passando, eu sei que você não está assistindo porque ninguém está assistindo, então arranje os episódios passados e assista tudo agora, ainda está em tempo!
Animes que abandonei
Quase abandonei Akame ga Kill, mas fui forte e assisti até o fim. Esses outros, contudo, não deu: Argevollen, Gundam Reconguista in G e Yowamushi Pedal Grande Road.
Depois da primeira metade na temporada de verão muito fraca, não consegui assistir mais nenhum episódio de Argevollen. Pelo que andei lendo por aí, contudo, parece que a série melhorou durante a temporada de outono. Talvez um dia eu tente maratonar o resto, quem sabe. Yowamushi Pedal: Grande Road teve sua primeira parte, chamada apenas Yowamushi Pedal, durante a temporada de inverno de 2014. O começo eu achei muito bom! O ritmo era bom, os personagens eram interessantes, a forma didática como o ciclismo era apresentada é muito legal também. Mas aí veio o arco de treinamnto. E foram muitos episódios que, no fundo, eram todos iguais. Aquela droga daquela corrida não acabava nunca. E não é como se tivesse muita variação. Quero dizer, durante uma corrida de bicicleta não há muita variação. Não é como um esporte de equipe em que há muito o que se possa fazer, em ciclismo você apenas pedala. Ok, há vários detalhes técnicos, jeitos e jeitos de pedalar e usar o corpo para obter o máximo rendimento, etc, mas mesmo assim fica chato quando são vários episódios seguidos assim. Mas eu persisti, esperançoso que estava com o torneio intercolegial. Mas que droga! É mais chato ainda! Mais infinito ainda! E dúzias de personagens são apresentados, todos caricatos demais para que eu me importe. E o pior de tudo: jogam a técnica para o ar e começam a inventar “magia” no ciclismo. Quando um anime esportivo começa a inventar movimentos humanamente impossíveis (e bicicletamente impossíveis também, nesse caso) ele me perde irremediavelmente. Nem sei dizer direito porque eu comecei a assistir a segunda metade, que começou nessa temporada. É uma droga igual. Gundam Reconguista in G foi a minha primeira tentativa com o universo Gundam. Assisti só o primeiro episódio (que é duplo) e não achei ruim, até gostei, de verdade. Mas foi ficando para trás nas minhas prioridades e quando vi tinha acumulado episódios demais para retomar, então apenas desisti. Talvez um dia maratone também.
Enquete de melhor anime da temporada com os visitantes do site
Não vou especular sobre as motivações dos meus visitantes, me limitarei a apenas exibir abaixo os resultados da enquete que realizei. Mas no geral, tenho a impressão que vocês quiseram me contrariar. Vocês quiseram me contrariar, não foi? Pode confessar. Eu não vou ficar bravo, juro. Bom, só incluí na enquete animes que terminaram na temporada de outono de 2014 e que eu assisti. Considero fazer diferente em temporadas futuras.
Resultado:
- Akame ga Kill!! (22%)
- Inou Battle wa Nichijou-kei no Naka de (20%)
- Ookami Shoujo to Kuro Ouji (11%)
- Amagi Brilliant Park e Terraformars (9%)
- Gugure! Kokkuri-san, Psycho-Pass 2, Selector Spread WIXOSS e Shingeki no Bahamut (6%)
- Hitsugi no Chaika Avenging Battle (5%)