[sc:review nota=3]

 

 

Rokudou é um shinigami… Ou algo do tipo. Ah, mas ele também é um humano… Ou algo do tipo. Não sabemos o que ele é, e nem o que pretende, nem no que trabalha. Deve ser algo realmente sério e importante, que ele quer guardar apenas para si e que demoraremos muitos episódios para descobrir… ou algo do tipo. Ele até que contou sua história de vida mais rápido do que eu esperava: sua avó se apaixonou por um humano cuja alma ela deveria levar. Então, fez um acordo para que ele vivesse por mais 50 anos, e os dois ficassem juntos. Só que haviam pequenos detalhes nesta transação que ele não contou, e nem eu contarei agora. Só o que importa é que ele está morando sozinho no mundo humano e que não é remunerado por seu trabalho como shinigami. Vamos seguir a cronologia do episódio, para descobrirmos mais partes dessa história de vida confusa.

Enquanto está raciocinando sobre Rokudou, Sakura recebe uma ligação de sua amiga Miho. Ao voltar à escola para pegar algo que esquecera, ela jura que viu uma chama flutuando em uma das janelas de um prédio em desuso. Mesmo assustada, ela quer companhia para averiguar isso. Na noite seguinte, três garotas estão caminhando até o fatídico lugar. E não é que a garota estava certa? Um gato monstruoso surge, à luz do dia, para apavorá-las. Sakura não se impressiona até perceber que as amigas também enxergaram a aparição. Segundos depois, o shinigami adolescente surge e o espanca até que ele se vá. Coisa diária.

 

Rotina do Rokudou, parte 1.

Rotina do Rokudou, parte 1.

 

Na volta pra casa, a garota se depara com um gatinho preto machucado e resolve levá-lo para casa. Além de clichê, é tanta coincidência que me surpreende que alguém como ela, que é constantemente atormentada pelo sobrenatural, não tenha ao menos ficado desconfiada. Mas ela toma conta dele, faz curativo e serve comida… Que ele rouba e foge pela janela. O que é que Sakura faz? O que ela tem feito desde que ela é criança: o segue e atravessa um portal. O gatinho ladrão, correndo sob duas patas e segurando uma tigela de arroz, muda parcialmente de forma ao longo do trajeto, vindo parar justamente no prédio de clubes abandonado na escola da garota. Ela ouve a sua voz (e outra muito conhecida) e vê a suposta chama de espírito tremulando na janela que Miho apontou, e vai descaradamente investigar. Preciso estabelecer se essa garota é mesmo corajosa ou simplesmente desinteressada e inconsciente do potencial perigo que a cerca. Ao abrir a porta, surpresa: é Rokudou quem está lá com o gato. Claro que é ele. Aliás, é lá que ele está morando atualmente. Não dá vontade de aninhar essa criança?

O nome do gato youkai é Rokumon, e ele vem de uma linhagem de parceiros de shinigami, estando atualmente insistindo para que o garoto feche um contrato com ele. Rikudou já negou, mesmo com toda a insistência e ameaças e inclusão de brindes do bichinho, e sua paciência está no limite. Após expulsá-lo (e tendo de levar a donzela descalça de pijamas para casa via portal), ele diz que não o quer como ajudante porque foi enviado por Tamako, a avó dele, mas certamente o verdadeiro motivo é porque ele não pode pagar a alta taxa do contrato. Quando o garoto volta pra “casa”, Rokumon se esgueira para dentro do quarto de Sakura e conta as partes da história do garoto que estavam ocultas: Para que o homem que ela amava ficasse vivo, Tamako precisaria trabalhar dez vezes mais do que o combinado. Caso ela não fosse capaz de cumprir sua cota (o que não foi), seu neto o faria. Além disso, ela ganhou permissão para viver no mundo humano enquanto estivesse casada e, agora que seu marido se foi, ela precisou voltar para o mundo espiritual. Ou seja, Rokudou sempre viveu entre humanos, mas agora que o avô finalmente morreu (e reencarnou como uma sardinha), ele preferiu continuar aqui sozinho do que ir com a avó para o mundo espiritual. Além disso, por não ser um shinigami puro, ele tem dificuldades em executar seu trabalho e precisa de ferramentas o tempo todo, vindo daí a sua constante falta de dinheiro. Sem contar a solidão. Mas porque o neto, e não o filho de Tamako, herdaria o seu trabalho? E os pais do garoto, onde estão? Nem ele mesmo sabe, nunca os conheceu. Muito mal contada essa história, não tô engolindo.

 

A irresponsável Tamako em em ação.

“Na riqueza e na pobreza, na vida, na morte, no mar e no trabalho multiplicado?”

 

Rokumon não desistiu de seu contrato, e tem um plano: ele assombrará a escola e Rokudou o exorcizará, se tornando assim muito popular e requisitado. No entanto, há problemas mais graves: estão planejando destruir o prédio em que o garoto está morando! Ele teria tido sérios problemas se não fossem o espírito de dezenas de ratos fugindo e atacando tudo o que eles veem pela frente, se transformando em um rato gigante e apavorando todos os estudantes e adultos do local. Quando estava prestes a usar um item que custava absurdos 500 ienes (dinheiro emprestado, obviamente), Rokumon vai pra cima do rato gigante e o derrota. Fascinado pela economia proporcionada pelo mascote – e também por descobrir que ele na verdade fora demitido, e não enviado por Tamako, ele volta atrás em sua decisão e assina o bendito contrato com o gato. Desde que ele consiga a própria comida, claro. Bonzinho, pode até ser, mas o orçamento vem sempre em primeiro lugar.

 

A rotina de Rokudou, parte 2.

A rotina de Rokudou, parte 2.

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