I Am a Hero (Mangá) – Você seria um herói nesse mundo?
Bom, I Am a Hero é um mangá já finalizado (fevereiro de 2017) com 22 volumes e 264 capítulos. Foi publicado pela revista Big Comic Spirits (Oyasumi Punpun, Uzumaki, 20th Century Boys, etc), possui 4 spinoffs (sendo 3 que se passam no mesmo mundo mas em cidades diferentes: Osaka, Nagasaki e Ibaraki) e é comercializado pela Panini aqui no Brasil. Em sua obra, o autor Kengo Hanazawa trabalhou com os gêneros seinen, drama, horror, sobrenatural e psicológico. Sobre a história, inicialmente vemos algo nada inovador mundo afora: um apocalipse zumbi. Ok, vemos inúmeras histórias sobre isso em várias mídias diferentes (séries, filmes, animes e etc) e aí é que mora o questionamento principal: qual é o diferencial dessa obra? O que faz dela uma obra boa o bastante para ser recomendável?
Pois bem, de início já deixo claro que a história parece uma montanha russa no escuro. Sim, uma hora é rápida e acontecem várias coisas, fazendo você ficar doido para ler o próximo capítulo, e em outra hora nada relevante acontece e você fica na expectativa da próxima enxurrada de acontecimentos que felizmente conseguem surpreender. Comparações ruins a parte, a história segue Hideo Suzuki, um assistente de mangá malsucedido (chegou a escrever uma obra mas não deu certo), de 35 anos, que tem uma vida normal fadada à infelicidade. Sabe aquela pessoa que não conseguiu realizar nada daquilo que realmente desejava? Pois é, Hideo se enquadra nessa situação até o dia em que tudo muda.
Nos primeiros capítulos, o mangá tem uma abordagem um tanto diferente. Enquanto acompanhamos a vida de Hideo junto com seus problemas pessoais, suas críticas à sociedade e suas alucinações, a história vem introduzindo aos poucos o fato de que algo anormal está acontecendo no mundo. Isso particularmente deixa um pouco chata a leitura e pode afastar muitos leitores em potencial (sério, tem balões enormes por página em alguns capítulos), afinal, essa é a parte em que a montanha russa está ganhando velocidade antes da primeira “queda”, que ocorre no último capítulo do volume 1. E sinceramente eu recomendo que tenha paciência, pois até certo ponto sua espera valerá a pena.
Após isso, novos personagens, acontecimentos e detalhes sobre a situação são revelados de forma detalhada e cuidadosa. Hideo acaba tendo uma relação mais forte com apenas duas personagens durante a obra e infelizmente no fim de tudo as coisas não dão muito certo. Outro ponto que eu gostaria de destacar é que por mais que Hideo evolua e se desenvolva, essencialmente ele não muda e isso de certa forma fica “escondido” por trás de atitudes necessárias para sua sobrevivência. Já sobre as duas personagens, sendo uma delas uma enfermeira e a outra uma colegial, vale dizer que o relacionamento deles é confuso e complexo. A colegial conhece ele antes, e após alguns acontecimentos ela fica num estado em que não está morta, mas simplesmente não reage devidamente de acordo com as situações, como se tivesse algum problema mental e Hideo, por ser um cara minimamente responsável, acaba cuidando dela. Já a enfermeira ele encontra mais a frente e até se envolve com ele sexualmente, mas no fim, não dá certo.
E bom, a obra tem seu potencial mostrado no volume 2 em diante e desenvolve ele bem até certo ponto quando o autor perde o controle sobre a história. De uma história que envolvia zumbis (que na obra possuem outro nome, ZQN) e um otaku sobrevivente nesse mundo, temos a aparição de “alienígenas” que possuem objetivos estranhos e sem tanto sentido inicialmente. E desse ponto em diante a coisa só piora, pois Hideo vai perdendo tudo aquilo que ganhou de desenvolvimento durante a obra e no fim, temos um final completamente estranho, ruim e que te faz perguntar qual é o problema que o autor tem. Lembro-me do dia em que terminei a obra e estava no metrô quando apareceu a mensagem que era o último capítulo. Fiquei assustado achando que não tinha baixado o último capítulo e quando fui ver, havia de fato acabado. A obra havia terminado como começou, sem objetivo ou sentido algum, parecendo que o autor se espelhava no estado atual de seu protagonista: alguém perdido no mundo após tantas aventuras e perigos.
Enfim, os meios não justificam o fim, mas ele não tira alguns méritos que a obra possui em sua maioria. Vale lembrar que o mangá conta com uma arte simplesmente sensacional e há um cuidado em retratar bem as emoções e o modo de pensar dos personagens, fazendo com que você simpatize de alguma forma com eles. A obra conta também com uma adaptação live action recente e por fim, podem esperar muitas mortes, conteúdo sexual, comédia (relativa) e mordidas.
Fanny fanye
Ei terminei o mangá com muitas questões :/
Kiraht
Bom dia Fanny, tudo bom? Eu confesso que também fiquei, mas no seu caso, quais são as suas questões?