Egao no Daika é um anime de aniversário, uma produção original feita para comemorar os cinquenta e cinco anos do tradicional estúdio Tatsunoko. E o que o anime entregou em sua estreia?

Uma trama de fantasia na qual a humanidade trocou a Terra por outro planeta e é comandada por uma Princesa de menor em regime análogo a escravidão. Okay, não é bem assim, mas o que “é” comentarei agora.

O anime começa com uma interação saudável e clichê entre dois amigos de infância, até aí tudo bem, mas a Princesa dessa monarquia por acaso é uma idol? E pior, por que ela tem que assumir seu lugar no trono aos 12 anos de idade?

O povo dela tem tecnologia de ponta, mas se prende a tradições tão retrógradas que chega a parecer forçado só para ela ser mais nova do que faria algum sentido. Se só focar na forma ridícula como ela se apresenta ao povo que vai governar – as luzes pareciam as de um show e as palavras dela foram bem rasas – eu já enxergo um problema, mas pior é ela só ter 12 anos, e isso justificar sua personalidade, mas não porque entregaram o trono a uma moleca.

Por mais que ela tenha sido preparada para isso, onde crianças de 12 anos são capazes de tanto? Isso é Cavaleiros do Zodíaco em que os moleques têm cerca de 13 anos e lutam como muitos adultos jamais lutariam?

Todo mundo fica nervoso antes de um show, não tem jeito.

Enfim, e a garota ainda age irresponsavelmente ao tirar uma folguinha as escondidas, o que alguém não deveria fazer se tem um cronograma apertado e bate o martelo final sobre as questões de toda uma nação, mas vamos lá, ela tem 12 anos!

Essa cena constatou algo mais preocupante e que rolou em outros momentos do episódio: a animação instável. Não chegou a uma situação de deformação alarmante, mas hey, isso é uma estreia, se já há cenas mal acabadinhas assim, imagina no restante?

Voltando ao Palácio, mas não o do Planalto a cena dela dizendo que não sabia o que fazer e queria ajuda teria sido bacana se ela não fosse a Chefe de Estado. Repito, custava esperar ela fazer, sei lá, uns 16 anos pelo menos? Até então o país ia tão mal que precisava mesmo uma criança assumi-lo?

Bacana testarem a “índole” dela, mas ela já havia sorrido tanto antes e parecia o tipo de protagonista que diria algo do tipo. Não foi tão surpreendente.

Depois embutem no diálogo dos militares algo que faltou o episódio todo; uma explicação melhor sobre o mundo, sobre as circunstâncias que fizeram a humanidade se desenvolver ao ponto de conseguir sair do planeta Terra, mas, em contrapartida, não ter condições de manter sua estadia.

Só falam que há uma fonte de energia pela qual os pais da Yuki morreram. Aliás, podiam ter explorado um drama sobre isso, mas nem tentaram. Devem esperar até o público se apegar mais a personagem? Talvez. Devem esperar até que a obra tenha um propósito?

Acho bem chato quando metem explicação e não sabem nem disfarçar direito.

Tive que checar a sinopse mais uma vez para ver do que realmente se trataria esse anime, ainda mais após ter visto o encerramento e nele aparecer uma moça dividindo a canção, e o tempo de tela, com a Princesa.

Então vou dar um desconto quanto a esse episódio não ter apresentado algo concreto de objetivo, de foco, mas não posso dizer que me agrada começar uma estreia desse jeito.

Sim, foi uma apresentação da Princesa, daqueles a sua volta e da nação aos seus cuidados, mas será que não dava para ter feito isso de maneira melhor? Ao menos a batalha simulada deu uma agitada, foi boa de ver.

Podiam ter terminado o episódio mostrando pelo menos a cara da co-protagonista, né?

Acho que fez sentido o cavaleiro/amigo de infância/claro interesse amoroso – ainda que, repito, eles tenham apenas 12 anos – desafiar os gêmeos, apesar de ter achado isso meio bobo e desnecessário, e gostei da forma como os dois sincronizaram bem seus movimentos e, assim, chegaram a vitória.

Só achei estranho o tal do Joshua não se incomodar com a ajuda dela, e nem digo isso porque ele podia ser machista, mas porque não acharia incoerente ele querer defender a honra dela ele mesmo, ainda mais porque também serviria como um teste de suas habilidades como cavaleiro de elite de 12 anos.

Aliás, os mechas – dá para chamar de mechas, né? – não foram mal animados. Com certeza a batalha simulada foi o ponto alto deste episódio, só não me empolgou tanto porque não havia qualquer risco de vida real. Acredito que no próximo episódio deve haver e espero que ele seja melhor.

A Princesa é uma estrategista até muito eficiente no final das contas, mas acho que isso nem deve ser relevante já que a sinopse indica que o anime deve focar na relação de amizade das duas moças e não em guerra, apesar dos mechas terem potencial para proporcionar boas batalhas.

Enfim, não foi uma estreia ruim como um todo, mas ela apresentou alguns probleminhas aqui e acolá que atrapalharam na qualidade daquilo que poderia ser entregue. Pode melhorar? Sim, mas não espere muito. Até o próximo artigo!

Eu votaria por mais dessas lutinhas se nesse anime houvesse uma democracia…

  1. O que dizer desta estreia, eu pensava que fosse ser bem pior para dizer a verdade.
    Egao no Daika pela sua sinopse não me dizia nada e este seu primeiro episódio também não (tirando a parte expositiva onde mostra de relance o porquê da morte dos pais da princesa).
    Antes de passar mesmo ao episódio, só tenho que frisar que a animação deste anime parece muito semelhante à animação utilizada no Macross Delta, o que me gerou alguma confusão (em especial no design do Joshua). Outra coisa, foi impressão minha ou o pai da princesa se parece muito com o Kaisar de Rage Of Bahamut, na cena onde a princesa visita a estátua dos seus pais, só consegui pensar que o Kaisar tinha ido para o futuro e deixado a sua vida de caça-recompensas.
    Deixando estas ideias doidas de lado, até que gostei da parte da luta entre o Joshua e a Yuni, o design dos mechas não era grande coisa, mas deu uma sensação de movimento a um episódio que começou meio cliché com a festa de aniversário da princesa.
    Os personagens de Egao neste primerio episódio mostraram ser meio que interessantes, o Joshua parece ser meio influenciável pelo que dizem da princesa (o que é normal, pelo visto ele e a princesa foram criados como irmãos), mas o guarda costas pessoal de uma regente não pode ser absorvido pelos seus sentimentos. A Leila faz o contraponto com o Joshua sendo a voz da razão da princesa e pressionando a Yuuki a se acostumar com os deveres de uma princesa. O Harold meio que parece um tutor da princesa, a forma como ele fala e interage com a princesa é muito natural.
    Agora a princesa, ela tinha mesmo que ter 12 anos, nem na antiguidade nem na Idade Média uma criança subiria ao trono sem pelo menos ter um regente ao seu lado (por exemplo um avô, um tio, agora sozinha nunca). Mesmo a Yuuki ainda sendo uma criança, ela até que se comporta bem e tem capacidade estratégica, em contraponto ela é meio tapada para a realidade, deu para ver bem que ela não entendeu os motivos da Yuni no momento em que esta confrontou a princesa, a ideia geral de reinado da princesa Yuki não pode ser chamada de possível, é mais uma Utopia. Gostei de ver a princesa a ajudar o Joshua, a sincronia entre os dois é muito boa.
    Na questão da animação, este episódio já mostrou que Egao no Daika vai sofrer com animação inconsistente, este episódio já teve uns frames duvidosos (em especial quando a câmara foca ao longe na face dos personagens).
    Por fim, gostei da música usada no encerramento deste episódio. Tal encerramento me deixou com interesse na garota que aparece ao lado da Yuuki.
    Excelente artigo de primeiras impressões de Egao no Daika Kakeru17.

  2. Que bom que você até gostou do episódio e do artigo. Lá pelo meio dele confesso que estava desanimado, mas a luta final foi bem bacana e a perspectiva de melhora que pode vir quando a co-protagonista for apresentada ajudou também. Se visto com as expectativas baixas Egao no Daika pode ser uma boa opção, e foi só o primeiro episódio, há espaço para melhora. Que a obra não faça feio como comemoração do aniversário de um estúdio tradicional como o Tatsunoko.

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