Dr. Stone – ep 3 – As armas da ciência
Dois lados se definem e é estabelecido um conflito para decidir o que vai ser da civilização. Utopia versus ciência. Qual será a vencedora dessa disputa?
Taiju não poderia ter tido um timming pior nesse episódio, mas sejamos honestos, quando a gente menos quer que algo seja revelado não é incomum aparecer alguém para desembuchar tudo.
Parece uma provação divina para aqueles que têm algo a esconder, mas como bem mostrado na cômica cena do Buda mais a frente, Senku é um cientista, em sua vida não há espaço para a sorte ou o azar, o fantasioso ou o indeterminável, apenas para uma forma de pensar que extraia o que de melhor seu conhecimento científico pode lhe oferecer.
E é sabendo disso que ele despista Tsukasa e desperta Yuzuriha ao lado de Taiju. Em uma cena bonitinha e emocionante dentro daquilo que a urgência da situação permitia, mas principalmente útil para o que vem a seguir.
Yuzuriha é amiga do cientista e seu braço direito, mas, acima disso, é alguém confiável e que não vai corroborar com a utopia construída a base de pedregulhos de Tsukasa.
Aliás, fazer isso compactuaria com o assassinato de adultos como seu pai e sua mãe. Se ela chora por sentir saudades, como poderia se livrar das pessoas assim tão fácil? Diria que dos quatro ela é a que mais deve se sensibilizar com os humanos petrificados.
Sim, ela também é o interesse amoroso do Taiju e pode acabar no papel da donzela em perigo em algum momento, mas peço que confie em Dr. Stone e no poder da ciência para lidar com os clichês.
A breve cena de ação entre Tsukasa e Taiju ficou legal dentro do que eu espero do estúdio e do próprio anime, mas claro que ela foi bem absurda. Dr. Stone não poupa esforços em exagerar quando o momento não denota uma resposta científica; e se duvidar exagera um pouco mesmo denotando.
Mas eu tenho 10 bilhões por cento de certeza de que dá para engolir o Tsukasa parar uma flecha depois de ter matado um leão com as mãos nuas. É esse o nível de perigo que ele representa e a resposta mais lógica para isso novamente é atribuída por Senku por meio de um blefe fajuto, é verdade, mas não teria como ser de outra forma.
Ao menos não quando Tsukasa não tem apenas os músculos, a força e a ambição, mas também a astúcia e uma inteligência razoável. Ele não matou as aulas de ciências na escola e sabe que precisará de tudo o que conhece para enfrentar Senku. O Taiju devia passar o tempo todo pensando na Yuzuriha e por isso é tão bobão, mas não julgo, ela é uma graça mesmo.
Enfim, o circo está armado, mas para entrar de vez no picadeiro o time da ciência precisa de armas para derrotar Tsukasa, as armas da ciência, que são nada mais que avanços tecnológicos conquistados ao longo de muito e muito tempo.
Senku vai trapacear, Senku pode trapacear para pular etapas e obter o que de mais sofisticado pode se criar com o mais primitivo que o mundo ao seu redor tem a oferecer.
De forma alguma ele está errado e o bacana da saída lógica encontrada por ele é que ela nos lembra de algo que é o cerne do anime e também da sociedade como a conhecemos: a amplitude imparcial da ciência.
As armas que possuímos hoje só puderam ser produzidas devido a avanços científicos de eras e como qualquer outra conquista científica, não tem uma natureza benigna ou maligna, depende de como as pessoas utilizam.
O maior exemplo disso é a energia nuclear, que pode ser usada tanto para produzir uma bomba atômica capaz de assassinar milhões, como para evitar a emissão de gases do efeito estufa, já que se trata de energia limpa.
A ciência em si não é boa nem má e isso a gente pode afirmar pelo próprio Senku. No fundo ele é uma pessoa de boa índole e por isso não usa a ciência para prejudicar os outros intencionalmente, mas trata tudo como um jogo, apostando seu orgulho como cientista na briga para decidir os rumos da humanidade.
Aliás, é uma motivação mais honesta e fácil de associar com as motivações das pessoas para fazerem qualquer coisa na vida real. O altruísmo e a crença no impossível são descartados aqui, o que sobra é um protagonista que concilia à subjetividade da bondade comum a objetividade da razão científica.
Que venha a pólvora e que venha Tsukasa para cima do time da ciência. Tenho certeza de que a força do conhecimento é o que falará mais alto no final, pois conhecimento é poder e sei que você deve estar curtindo poder ver um anime tão bacana.
Até a próxima, agora em clima de guerra!
#PrayforKyoAni