O começo do episódio pode parecer banal. Mas não é. O que ele faz é apontar o dedo e dizer “está vendo aquilo? Vê o local indicado, bem em frente a seus olhos? É para lá que história irá se dirigir”, e ainda conclui “quer você queira ou não…”. Tudo porque a explicação de como os detetives são contratados traz segurança a narrativa. Mas vamos ao episódio. Deixemos isso para o fim.

No final das contas, após Watson atropelar Sherlock, ambos acabaram em companhia um do outro. Porém, como um cobrador que cobra sua dívida, e um devedor que cabisbaixo o paga, nota por nota. Não viraram parceiros. Tanto que Sherlock claramente se aproveita da boa vontade do ingênuo médico. Mas ainda assim, ele demonstra uma intimidade que não teria com alguém que não fosse de sua consideração.

A Mary Morstan é apresentada nesse episódio, e sinceramente é uma personagem bem interessante. Mary Morstan é o nome da esposa de Watson, então é óbvio que um romance entre ela e Watson é esperado. Ela é COMPLETAMENTE diferente da Mary do original. É uma personagem nova. E uma boa personagem. Gostei dela.

Mas que beleza de pei… pe-pessoa!

O mistério nesse episódio é muito interessante. Uma mulher dona de uma floricultura… bem, se tu não sabe disso, então vai ver o episódio.

🙂

Né?

(Enfim)

Esse mistério é inspirado no conto A Liga dos Ruivos, mas tem mudanças nas partes que compõe o mistério, ainda que mantenha sua essência. Citarei só três. Primeiro, no conto é um homem que é contratado pela cor de seus cabelos (vermelho fogo). Segundo, seu trabalho é transcrever a Enciclopédia Britânica. E terceiro, os criminosos escavavam um túnel. Muito mais cabível que o rombo claramente visível feito pela Saori.

Saori, a pedreira

Sherlock entra em desacordo com Watson depois do doutor ser enganado por Mary. Pobre Watson. Até as crianças de Baker Street enganam o coitado. Aliás, gostei da forma em que as estão utilizando. Até o Moriarty que eu estranhei a princípio, se mostrou um personagem interessante.

A revelação desse mistério me pareceu meio apressada. Na realidade a forma como a investigação seguiu para mim foi um tanto quanto descuidada. Não dando tempo para o espectador compreender as pistas e saborear o mistério como se este derretesse em sua boca.

Mas o episódio foi bom. Não focou no mistério, mas focou em várias coisas, e no geral apresentou algo satisfatório. Enfim, Watson salvou Sherlock (Moriarty guiou ele até lá) e esse o aceitou novamente. Dívida paga, centavo a centavo.

Para arrematar o episódio tivemos a revelação de que o irmão da Mary é na realidade uma irmã. Até eu fui surpreendido por essa. E sejamos sinceros, ver Watson sendo encurralado cada vez mais foi uma das cenas mais engraçadas desse episódio.

Foge Watson, FOGE!

Agora sabemos como irá seguir a história. Tudo está claro, como um cômodo escuro sendo iluminado por uma lâmpada que se acende repentinamente.

Esse anime vai seguir um ritmo episódico. Talvez alguns mistérios tenham mais de um episódio. Talvez. Eles serão em grande parte adaptados dos contos, mas talvez tenham uma ou outra história original. E sempre alimentando a personalidade própria da obra.

(E que ending linda…)

Por fim, a competição dos detetives e talvez um futuro desenvolvimento dos mesmos, tragam um brilho próprio a obra. Óbvio. Pessoas querem detetives, temos detetives. Pessoas trazem seus mistérios, e detetives trazem suas mentes afiadas. Não tem como ser diferente.

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