Houkago Saikoro Club – ep 2 e 3 – Em cada jogo, uma história para ser contada e vivida
Reunir os amigos/colegas para jogar qualquer tipo de jogo, além de ser um momento de descontração também pode ser um momento para viver experiências e criar fatos que serão contados nas rodas de amigos/colegas. Eu mesmo tenho um caso para contar, embora não seja ligado a jogos de tabuleiros (tema do anime), que é algo que raramente jogo. Há muito tempo, jogando futebol (PES 2010) no playstation 2 com colegas, quase houve uma briga na minha casa envolvendo dois colegas que eram rivais um do outro. Um deles ficou zoando e o que foi zoado não gostou e por pouco minha casa não foi destruída.
Dependendo dos amigos reunidos, o clima pode variar desde algo bastante descontraído a um ambiente mais sereno.
Uma das principais características desse anime (e uma das que mais gosto) é a inserção de alguma história tendo o jogo apresentado em cada episódio como pano de fundo.
No ” poker da barata” mostrado no episódio dois, um garoto apaixonado interagiu com a amada jogando junto com ela. O garoto enfrentou o dilema entre não perder e proteger a Aya (seu alvo amoroso). No fim não deu certo a tentativa do nobre guerreiro, mas toda essa história serviu para dar alguma tensão ao episódio. Mas convenhamos que o garoto está no anime errado, pois num anime de garotas fofas fazendo coisas, o mesmo jamais terá alguma chance.
O que complicou a situação do Shouta foi que ele queria usar a oportunidade de jogar com as personagens principais para se aproximar da garota que ele está apaixonado, o que não está errado, mas dava para ele separar a diversão do amor, pelo menos naquele instante.
A Miki embora seja tímida e tenha dificuldade de interagir com as pessoas, consegue fazer leitura comportamental das pessoas. Ela notou o esforço (que era transparente como água) do rapaz de evitar que a Aya perdesse. Como o blefe era fundamental na estratégia, quem tem dificuldade de mentir estaria em desvantagem.
No terceiro episódio tivemos uma história mais densa do que no episódio anterior, só que ainda assim contada com leveza. O jogo apresentado foi uma espécie de metáfora da vida da protagonista. Enquanto ela estava jogando, a mesma tinha que confrontar com situações passadas que ela própria não queria lembrar e que a incomodava como se fossem fantasmas.
Toda a história contada foi bem construída, desde o pesadelo até o desfecho que ela consegue não só superar o desafio do jogo, mas também dela mesma.
Pessoas tímidas são cautelosas e introvertidas com relação a interações sociais, e que as vezes pode vir acompanhado do sentimento de medo. Aliás, existem pessoas que farejam o medo e o usam para fins nada nobres. A Maki falou uma coisa cruel (que pessoas como a Miki atraem bullying) mas que tem um fundo de verdade, pois o bully só vai mexer com as pessoas que são fracas e que transparecem tal fraqueza.
No jogo apresentado, o jogador tinha que arriscar e não ter medo de perder. Ali tinha uma dualidade entre cautela e ousadia. Dava para ganhar optando por uma ou outra característica.
A certa altura do jogo, Maki atacou o psicológico da menina usando intimidação para que ela não arriscasse, assim se assegurando que não pudesse ser ultrapassada por mais ninguém, e ficando com a vitória no jogo.
Miki percebeu que não pode ter uma postura passiva o tempo inteiro, e que agora ela não está mais sozinha, portanto, não há mais motivo para se sentir amedrontada quase o tempo todo.
O final teve um desfecho surpreendente, pois havia uma insinuação de que Maki poderia ter praticado bullying com a Miki no passado, mas foi o contrário, ela foi a salvadora da menina numa certa ocasião passada. Vale dizer também que a timidez e reclusão da protagonista não foi causada pelo bullying, porque ela já era assim quando esse incidente traumático aconteceu.
Obrigado a todos que leram este artigo, e até próxima!