Dr. Stone – ep 15 – A ciência venceu mais uma vez
Esse décimo quinto episódio foi tão especial que mesmo atrasado com a cobertura do anime não pude evitar de escrever um artigo só para ele. Dr. Stone fecha um arco de forma excelente já indicando o que acontecerá no próximo. É hora de Dr. Stone no Anime21!
A resolução do torneio me divertiu bastante e não me pareceu nada inadequada, já que a reação do Ginrou não foi assim tão inesperada pensando no personagem e o Chrome já estava liquidado mesmo.
O clichê do protagonista vencer o torneio funciona aqui não só porque tal vitória veio com suas “manhas”, mas porque ele não se importou com o título.
O conhecimento não carece de poder irrestrito, não por acaso o primeiro objetivo era o álcool para fazer a sulfa. Com isso superado aí sim o objetivo “maior” será beneficiado pela posição que o Senku obteve.
O divórcio mais rápido da história dos animes me divertiu e é algo que me agerada, pois mesmo se fosse o Chrome o ganhador, se considerarmos que parece que a Ruri também gosta dele, a ideia de obrigação atrelada ao casamento seria real.
Com isso sendo ignorado a Ruri deve escolher com quem quer casar no dia em que ela quiser se casar. Sem pressa, afinal, tem coisa mais importante para esses personagens fazerem nessa história, né.
Os passos para a produção da sulfa e a coca finalizada do Gen foram momentos pelos quais eu já esperava e que aproveitaram bem os elementos cômicos do anime, mas também o poder “contemplativo” da ciência.
Eu que não bebo refri faz anos fiquei ao menos um pouquinho emocionado vendo o Gen se refrescando com um dos produtos supérfluos mais populares da história da civilização e é claro que seria emocionante ver o remédio da Ruri pronto após tantos meses; para nós e dentro do próprio anime.
Mas é aí que chegamos a pôlemica cena da Ruri tomando a sulfa. Uma escolha visual evitável? Sem sombra de dúvidas (no mesmo episódio depois ela aparece tomando a sulfa de um modo não sugestivo).
Mas aqui faço a pergunta, uma cena tão breve (sem qualquer relevância para a trama) joga pelo ralo o bom (acho até que ótimo) episódio entregue? Acho que não e muito menos é algo que me provoca desânimo para continuar a assistir o anime.
Sejamos honestos, você e eu sabemos que grande parte da indústria de animação, e até mesmo da de mangá (não lembro se tem essa cena lá e se é tão sugestiva), é formada por homens que tem seus fetiches e os transportam para o trabalho que fazem.
Se eles externam isso por meio de uma cena ou outra, mesmo em uma obra que não dá muita abertura para isso, e isso incomoda tanto você, então ou você pisa em ovos para ver anime ou faz vista grossa quando lhe conver (quando estiver curtindo demais a obra).
Nâo sou fã nem de uma nem da outra forma de lidar com isso, me parece mais honesto admitir que sim, o machismo ainda está demasiadamente impregnado nesse meio. Assim como praticamente em todos os outros.
Mas nem tudo é digno de tal “repulsa incondicional”, assim como há pequenos detalhes a se elogiar, que, infelizmente, não são via de regra por aí, como o modo que o lance do casamento foi resolvido.
Acho até que isso incomoda mais porque Dr. Stone faz um trabalho bacana no que se refere ao aproveitamento das personagens femininas e a exploração da ideia de que o gênero da pessoa não é um fator limitante para nada na vida.
Isso torna a cena decepcionante? Para os mais severos talvez. Eu prefiro questionar tendo a consciência de que esse tipo de artíficio não é bom, mas não é o suficiente, não se tiver apenas o apelo visual e este for bem momentâneo, para gerar críticas maiores.
Enfim, ter um rato doente por perto foi bem conveniente para respaldar a dedução do Senku, mas, sinceramente, esse detalhe é praticamente irrelevante.
Prefiro escrever que mesmo antes de saber qual era a doença da Ruri ao ler no mangá já esperava que fosse a pneumonia e que isso é uma coisa boa se pensarmos no histórico da doença e na relevância que ela tem na sociedade, assim como ela é comum, talvez a doença mais comum dada a sua gravidade.
A pneumonia acompanha a história da humanidade, assim como a história da medicina, e é o tipo de enfermidade que encaixa bem com as limitações que o reino da ciência tem.
O tratamento é delicado, depende da administração do remédio e dos cuidados que o Senku indicou, de tempo para curar também, mas tem cura, o que qualquer um deveria esperar que acontecesse. Matariam a garota agora a troco de que, né?
O importante é que toda a situação da cura dela foi emocionante e recompensou o trabalho duro dos personagens, assim como o tempo gasto pelo público assistindo.
Além disso, é por esses momentos em que a ciência se faz essencial para superar as mais diferentes adversidades que o público vê o anime (acredito que ao menos a maior parte dele veja por isso).
Com isso o arco da vila Ishigami se fecha e o próximo vai explicar porque a vila carrega o nome de família do Senku. Um mini-arco a parte dividido em dois episódios que devo comentar em um artigo só também.
Por fim, posso comentar que gostei demais desse episódio. Da comédia boba, das conquistas possibilitadas pelo conhecimento científico e do equilíbrio entre situação clichê e desfecho nem tão clichê assim.
Nem acho que esse foi o melhor episódio do anime até então, mas certamente foi um dos mais gratificantes, um dos mais prazerosos, de se ver e representou uma virada vinda em boa hora para a trama.
Dr. Stone continua muito bem e mal posso esperar para ver e comentar o arco de background que liga ainda mais o Senku a vila. Eu sei, é muito conveniente ele ter cruzado caminho com uma moradora justo desse vilarejo e ter se integrado a ele, mas esse é o nível de predestinação que eu não me importo em aceitar, não quando o anime é tão bom.
Até a próxima!