Shadowverse teve uma estreia melhor do que eu esperava, muito boa para o tipo de anime que é. O card game mobile simboliza a evolução do segmento. Sei que muita gente, principalmente jogadores de longa data, preferem cartas físicas, mas mesmo eles já devem estar se rendendo a mídia digital.

Não sou um assíduo jogador de card game (sou mais um órfão do fim do sucesso de Yu-Gi-Oh!), mas gosto de alguns animes que exploram esse tipo de jogo (inclusive, tenho que colocar Cardfight!! Vanguard em dia) e dentre os que vi acho que essa foi uma das melhores estreias. Por quê? Leia abaixo!

Na história acompanhamos Hiro, um garoto que não tem smartphone (por incrível que pareça) e quer um de presente do avó para jogar Shadowverse, um card game que se joga por app de celular. Ele parece ser órfão e isso não parece ser relevante, o importante é que ele ganha um celular misteriosamente (presente de uma entidade mística, sempre tem uma nesse tipo de anime, né) e vai se divertir, e vencer, muito jogando Shadowverse.

Acho que o primeiro detalhe digno de nota é o mundo em que se passa a obra, pois ainda que a história seja contemporânea, a tecnologia parece avançada o suficiente no campo da holografia para tornar as batalhas mais “reais” que um simples jogo de cartas em cima de um tabuleiro ou uma disputa online usando o celular poderiam proporcionar. Não é só para jogar que a holografia é usada e isso fica claro no trajeto de ônibus do garoto.

Apesar das conveniências se amontoarem, nenhuma delas é incongruente, tirando o elemento místico adicionado a história. Inclusive, o Hiro não o questiona como poderia, mas, honestamente, achar isso ruim é reclamar no vazio. Não foi algo nitidamente relevante nessa estreia, mas sim, a tendência é de que faça a diferença com o prosseguimento da história.

No geral foi tudo muito dentro do que se podia esperar; um protagonista apaixonado pelo jogo e bom nele, um personagem antagônico que é só a ponta do iceberg para uma trama maior, uma partida encurtada, quase que um compacto de seus melhores momentos, para concluir a apresentação, etc. Acho que a única coisa que me “surpreendeu” foi o celular da menina não ter sido devolvido e ter se chegado logo ao grande rival.

Na verdade, aquele que deve ser o primeiro grande rival do Hiro, porque duvido que seja o único. Enfim, posso não ter entendido tão bem a mecânica do jogo, mas curti o desenrolar das partidas e as características do card game; do campo portátil e do campo do estádio, da holografia sofisticada na projeção das imagens (satisfatória mesmo no campo portátil) e da forma como o smartphone é adaptado para jogar no estádio.

Shadowverse compreende as características do card game “clássico” por assim dizer, enquanto adapta isso para o meio digital. Inclusive, não é à toa que os monstros podem evoluir, é muito mais fácil fazer isso com dados, não é como se papel fosse se transformar ao longo de uma partida, né.

Só escrevi sobre o jogo porque qualquer coisa fora ele não foi muito interessante, menos mal que os designs são bonitos, a animação foi boa o suficiente e a abertura do Penguin Research um agrado para os ouvidos. As faixas instrumentais não me marcaram, mas isso é pouco relevante, o importante é as lutas se desenvolverem bem, empolgarem, e acho que isso foi razoavelmente bem feito com a partida principal dessa estreia.

Shadowverse pode não ser nada de novo para quem costuma acompanhar esse tipo de anime, mas pode sim ser um anime divertido de acompanhar se você ainda não se cansou do gênero ou ainda não viu muitos animes com essa proposta. A Crunchyroll está por conta do streaming no Brasil e o anime tem tudo para ter muitos episódios.

O jogo você encontra para baixar na playstore, ele é da Cygames, a mesma empresa por trás de Granblue Fantasy, Uma Musume: Pretty Derby, Shingeki no Bahamut, entre outros sucessos. As referências são boas, né?

Até a próxima!

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