Lançado na última temporada de 2019, esse anime de comédia nonsense chegou sem fazer muito barulho – principalmente por conta do seu gênero bem “seletivo” -, mas acabou se provando uma opção divertida para ocupar 4 minutinhos do nosso tempo a cada semana.

Quem não adora um grupo de gente boba e com uns parafusos em falta, “se amostrando” ao mundo como são? Bom, eu gosto e é por isso que estou aqui para defender essa joinha, então vamos lá.

Acho que a primeira coisa legal da série em si, é que ela assim como algumas outras, explora na ficção um grupo real e isso é interessante porque não só dá identidade ao conjunto – aguçando fãs -, como abre portas para que essas figuras ganhem ainda mais notoriedade aos olhos dos que sequer sabem da sua existência como eu.

A banda UraShimaSakataSen é um grupo de quatro marmanjos, conhecida no pop japonês por suas músicas, com alguns trabalhos em aberturas e encerramentos de animes – incluindo o atualmente exibido Bungou to Alchemist -, além de covers na internet e afins.

Com o incentivo crescente dado a alguns artistas independentes, eles entraram na lista dos que ganharam a oportunidade de ouro de estrelar sua própria saga e pelo que pude apurar, a Niconico vem ajudando bastante a muitos nesse sentido graças a sua visibilidade.

Entrando no que é a história em si, a obra nada mais é que aquilo que o seu título sugere, o dia a dia desse quarteto incomum porém em um fundo escolar. As piadas confiam muito no carisma de seus personagens e todos tem uma dinâmica boa – são amigos bem trolls -, então se suas personalidades reais forem iguais as retratadas, devem ser pessoas hilárias.

Os meninos são bem tontos e atrapalhados, passando a maior parte do seu tempo debochando e aprontando um com o outro – as vezes com os colegas – por conta das diferenças entre si e são essas macaquices que vão movimentando os episódios. Urata é mais sério, Sakata doido, Senra é o bonitão burro e Shima o palhacito que todo mundo gostaria de ter por perto.

O anime se desenvolve no que seria a introdução do grupo, o começo de tudo, com o primeiro encontro e como eles se aproximaram, não se utilizando de uma história direcionada e deixando apenas o caos entre eles fluir em cena para justificar a sinergia natural deles.

Como todo núcleo principal precisa de um bom apoio, tem alguns personagens extras que tem o seu devido destaque, como o professor e o delinquente apaixonado, responsáveis por alguns dos melhores e mais bizarros momentos.

Talvez essa falta de foco afaste quem procura uma comédia mais “sólida” e que tem um fio condutor, porém acredito que a fórmula usada funciona e diverte. Aqui o objetivo é ser bobo e pastelão mesmo, sem esconder os excessos dos personagens nas coisas mais simples, como sei lá, pentear o cabelo.

Na parte técnica eu não tenho nada que me incomode, na verdade acho até que acertaram em bastante coisa, começando pela dublagem que envolveu os cantores reais, o que deixou o resultado bem mais legal, já que além serem vozes bem singulares, eles claramente parecem a vontade se interpretando, mesmo com a inexperiência no assunto.

O visual faz o seu papel e é bem bonitinho, se dividindo entre o molde “chibi” de sempre e alguns poucos momentos em um visual normal, tudo sempre visando os momentos certos para cada piada. Falando nisso, vale a curiosidade de que o anime foi produzido por um estreante, um dos três sub estúdios do famoso e extinto Gainax, o Gainax Kyoto.

Enfim, penso que de um modo geral essa foi a porta de entrada perfeita para esse estúdio novato, pois como um anime de comédia ele se provou bom do começo ao fim, não havendo um episódio em que eu não estivesse entretido. Se a intenção desse curta sem pé nem cabeça era ser engraçado sendo inocentemente idiota, ele conseguiu sem esforço.

Agradeço a quem leu e até a próxima!

Comentários