Nami yo Kiitekure – ep 9 – Nas ondas da rádio, observe a vingança de Schrödinger
Um episódio sem programa de rádio, mas com direito a ponto de virada proporcionado pela percepção de mundo bastante característica da Minare, uma mulher que, como qualquer outra. tem pontos fracos, e um desses é justamente ter uma quedinha por caras de boa lábia que parecem precisar dela. O problema é quando o cara é um cafajeste, aí ela precisa estar “vacinada” e foi mais ou menos o que vimos em sua vingança de Schrödinger!
Tem um detalhe que esqueci de comentar episódio passado, e é a hora em que a Minare recebe a mensagem do ex, 4:44. Ao que se associa o número quatro na língua japonesa? Sim, a morte. o que se deve a pronúncia das palavras, é idêntica. No Japão o número é culturalmente associado ao mau presságio, então a hora foi um detalhe proposital sim, e só esse pequeno detalhe já indicava o que qualquer telespectador atento deveria aguardar.
A Minare já é uma adulta e na vida adulta não é nada raro alguém querer se aproveitar de alguém em um relacionamento, ainda mais esse alguém sendo a Minare, uma mulher relativamente esquisita, mas que no território do romance não se difere muito de tantas outras. Não é por acaso que dizem que os homens são conquistados pela aparência, enquanto as mulheres se apaixonam com as palavras, é porque o estereótipo sempre funciona.
Digo, costuma me parecer crível quando é aplicado a ficção, afinal, de que outra forma uma mulher madura como a Minare se acostumaria a uma relação em que paga mais coisas para o namorado. e faz mais por ele no geral, não fosse sua habilidade de envolvê-la? Não que ache feio uma mulher pagar algo para um homem, mas o normal é existir um equilíbrio, o que a surpreendeu quando experimentou no início do encontro.
Eu já tinha todos os motivos para desconfiar do Mitsuo, mas sabe o que me fez ter ainda mais certeza de que ele era um canalha já nos primeiros minutos em que apareceu? A forma como a Minare se derretia com as coisas que ele dizia e fazia. Não poderia ser por acaso que andava com outra e desapareceu tomando dinheiro emprestado. O mundo está cheio de cara aproveitador, que nem precisa ser bonitão, como o Mitsuo realmente não é!
Isso significa que a Minare é uma bobona? Não exatamente, ao menos não após o término, porque ela também só foi capaz de dar o troco, porque em vários momentos ao longo do encontro ela raciocinava sobre as ações, os velhos truques, dele. Mesmo assim flertou com a possibilidade de ser enganada de novo, verdade, mas seu olhar afiado a salvou na hora H. Antes tarde do que nunca. Deixar para mais tarde estragaria a ansiada vingança.
Achei o episódio todo bem divertido, pois de outra maneira ele também não teria tanta graça, se a Minare não ficasse balançada, se tivesse se mantido convicta o tempo inteiro, não haveria muito o que fazer, o público não teria a oportunidade de vê-la dissecando as coisas que o Mitsuo fazia, meio que desconstruindo o personagem que ele apresentou a ela, algo que justifica muito bem toda a carga emocional atrelada a esse relacionamento.
Ninguém gosta de ser enganado, ainda mais quando se faz tudo pela pessoa. É fácil entender as saudades que a Minare sentia da relação dos dois (ele sumiu, eles terminaram, ela não pôde pôr a prova a honestidade dele), como também é fácil entender o que a levava a manter o pé na dúvida durante o encontro. A Minare aprendeu com a experiência que não deveria confiar cegamente e que precisava observar tudo para só assim ter certeza.
Talvez a certeza de que poderia mesmo acreditar nele e perdoá-lo? Ao menos parte dela queria isso, e acho isso normal, tem pessoas que têm um coração mole, que se deixam tapear dentro de certas circunstâncias e esse teria sido o caso dela, não fosse o quanto a vida a calejou para chegar até ali. Trabalhar na rádio realmente a fez bem, pois de outra forma talvez nunca reencontrasse o ex e não conseguiria virar a chave no último minuto.
E virar a chave com um suplex de coxa para lá de criativo e inusitado. Aliás, só eu senti que a Minare tem mesmo sex appeal? Passo o tempo todo rindo das macacadas dela que esqueço se tratar de uma bela mulher que até já transou. Sério, é o mínimo que espero se o anime se propõe a ser realista, não que seja realista salvar o ex com uma transmissão de radio na madrugada. O nível de absurdo foi demais ate para Wave, mas dá para relevar, né.
A cena da “coincidência” rolou no próprio episódio do piloto do programa e é o tipo de absurdo que a gente já viu antes no anime, todos relacionados a Minare, obviamente. Sendo assim, eu consigo apenas seguir na onda e aproveitar o divertimento provocado pelo anime. Uma comédia cheia de exageros e zoeiras, mas como poderia ser diferente tendo uma protagonista tão distinta feito a Minare? A matraca com um coração mole sem igual.
Digo, que era mole para cafajeste, mas não deve ser mais. Eu acho que a Minare aprendeu sua lição e deve se focar em crescer na profissão. Namorar é bom, mas não tá com nada se a pessoa só quer sugar o que você tem a dar com pouco ou nada para dar em troca. Toda pessoa, por tabela toda mulher, precisa ter seu orgulho próprio, só assim para conseguir viver a vida dignamente e com alegria, sem dar brecha para não ser passada para trás.
Por fim, a vingança da Minare pode não ter sido completa, afinal, não reouve todo seu dinheiro (não à toa fiz o trocadilho com Schrödinger mesmo sem ter muito a ver), mas ao menos deu o troco com estilo e evitou que ele enganasse outra pessoa para pagar a dívida com ela (pensando em se aproveitar dela ainda mais, certeza). Acho que isso compensa o dinheiro perdido, se livrar de encosto não tem preço, a experiência é enriquecedora haha.
Até a próxima!