Vivy: Fluorite Eye’s Song – ep 5 – Correndo contra o tempo
Depois de duas missões bem sucedidas, era de se esperar que a Vivy e o Matsumoto tivessem avançado em seu projeto de salvamento, mas será que é isso mesmo? A cada passagem de tempo o problema parece se tornar maior e a vitória mais distante, então como a dinâmica dupla de dois dará a volta na sua complicada situação?
Se tem algo que este anime faz bem, é prender a sua atenção e te manter sempre na tensão de descobrir como as singularidades são alteradas, assim como os benefícios e malefícios que trarão, na tentativa de reparação desses 100 anos de história pré guerra entre humanos e I.As.
Assim como dissemos no começo, por estarem concluindo com sucesso os objetivos traçados, a lógica é que essas vitórias pontuais desacelerassem o processo de avanço das I.As e na verdade, vemos que embora eles consertem os eventos problemáticos, outros atos acabam dando continuidade a eminente guerra e com muito mais rapidez que na linha original – o que o Matsumoto inclusive pontua.
Na verdade é interessante notar como isso acaba até influenciando no modo como a Diva enxerga a sua grande missão – além de outros fatores, claro. Antes ela tinha várias dúvidas e questões que desalinhavam o seu trabalho conjunto com o robô, porém vendo que realmente as coisas não estão melhorando, fica perceptível que realmente não tem outro caminho que não a intervenção direta.
O arco da Estella também tem um papel valiosíssimo na construção dessa firmeza na personagem, porque foi graças a dedicação da androide que ela pode vislumbrar o quão importante é a missão e os sentimentos que cada uma delas carrega ao longo de sua vida – mesmo com todo o porém de serem máquinas que supostamente não teriam nada, se não a sua programação.
Durante o diálogo entre os dois protagonistas, o episódio traz na figura da torre algo muito simbólico e forte nessa guerra, porque ela é como um marco desse avanço tecnológico e da importância disso para aquela sociedade. Enxergamos essa construção como uma espécie de ampulheta do mal, que quanto mais se desenvolve, pior a situação fica.
Não sabemos se no futuro ela terá algum peso extra, ou quiçá acabe se tornando uma das singularidades a ser resolvida, mas dado o seu significado, imaginamos que lá pro final isso possa acontecer, porque a destruição dela representaria muito para o que é estabelecido naquele mundo.
Para quem observar com atenção, o anime pincela bastante como os humanos se tornam cada vez mais dependentes da tecnologia que criaram e constantemente aperfeiçoam – sem imaginar os resultados deastrosos -, logo, a torre que levantaram pensando nas I.As carrega essa mensagem consigo.
Um exemplo bobo, porém curioso, é a cena em que a Grace ao molhar as plantas, vê os vasos caminhando em sua direção para receber os cuidados, o que reforça ainda mais esse ponto da necessidade humana de criar ferramentas para facilitar sua vivência.
Falando na androide, ela é a companheira do professor Saeki e esse nos chamou atenção pelo seu histórico como antigo membro do grupo terrorista que combate os robôs. É engraçado ver que justamente o casamento de alguém contra esse desenvolvimento descontrolado – por motivos diferentes de seus colegas -, foi o propulsor que acabou mudando o destino de todos no caminho inverso em outra linha temporal.
O homem tem um conflito interno que embora ainda não tenha sido abordado em detalhes, tem tópicos bons de se trabalharem, como por exemplo a sua visão sobre o avanço da tecnologia e dos robôs, ao passo em que se relaciona com uma. Outro ponto é a construção dessa relação dada a natureza de sua parceira, com ele sabendo o que precisa ser feito, mas ao mesmo tempo tendo uma reticência por ela estar arrolada nesse processo.
Foi bom que a resolução firme da Vivy, mesmo com a ciência das possíveis e eventuais perdas de suas irmãs mais novas, serviu de apoio para que ele percebesse o que é mais importante, por mais doloroso que seja – coisa que o Matsumoto mostra desde o príncipio, ainda que não expresse da melhor forma.
A Grace também não foi muito desenvolvida, mas tem algo que já chamou atenção, uma vez que a placa mãe que comanda a Metalfloat se assemelha a ela. Seria uma irmã gêmea da placa mãe – como a Elizabeth era da Estella -, ou apenas uma androide idêntica e talvez conectada diretamente a ela? Ademais, o que ela carrega consigo?
Um outro elemento que nos surpreendeu na ilha, foram os robôs dali, especialmente o M. Como eles são menos desenvolvidos se comparados as I.As que já vimos, era de se esperar que tivessem um funcionamento mais “mecânico” e na verdade foi até bonito ver que assim como elas, os autônomos tem suas memórias e também tentam através de simples gestos como a música e a recepção, processar – ou replicar – os sentimentos que a Vivy tanto busca e no fundo já tem.
Tem um detalhe que o robô diz, sobre estar conectado diretamente a Grace placa mãe, e isso é importante não só para visualizarmos o porquê dos protagonistas não conseguirem neutralizar os “inimigos” com o vírus, como para ver de onde podem vir esses sentimentos que ele demonstra ter.
Seguindo a lógica natural, assim como todas as outras androides, a chefa da ilha tem a sua importante missão e os seus sentimentos que devem ser irradiados para os demais que habitam aquele lugar. É essa determinação que a fez sustentar seus companheiros contra o ataque da Diva, e quem sabe, ter partilhado ou ensinado algo que eles não podiam mensurar com tantas programações.
No meio de tanta coisa que já nos deixa em polvorosa, o ataque surpresa da Toak ainda traz de volta o bendito terrorista inimigo da Vivy, mas será que depois de ser salvo pela terceira vez, ele vai continuar se interpondo a ela? Provavelmente ele não deve mudar, mas não seria o caso de ele encontrar uma saída conjunta? Porque se de nada adianta o esforço, já está bom desse cidadão não escapar da morte que tanto cava com as mãos.
O anime agora nos deixa na expectativa de descobrir como a singularidade atual será resolvida, juntando todos esses personagens e o fracasso do plano inicial, enquanto paralelamente entendemos quem é a Grace verdadeira e como vai se externalizar a complexa motivação da placa mãe.
Agradecemos a quem leu e até o próximo artigo!