Um episódio final para o qual estou sem palavras e comentários – mentira, tenho os dois se não esse artigo não seria feito. A jornada dos protagonistas que tentavam dar um novo rumo a suas vidas através da música, chega ao fim e com uma belíssima vitória, cujo troféu maior certamente não foi aquele de ouro que receberam.
Nunca uma fala de um outro anime fez tanto sentido num título, como essa faz agora em Kono Oto Tomare. A célebre frase originária da Cure Heart – protagonista de Doki Doki Precure -, representa bem o que esse episódio buscou e toda a intenção por trás do som executado brilhantemente pela Tokise.
Se alguém achava que essa obra não poderia surpreender mais, ela passou a rasteira em todos, porque o que foi mostrado certamente a consolida entre as três melhores da temporada – e para mim, a melhor mesmo.
Sempre que chega a fase da competição em um anime, já ficamos ansiosos para ver que tipo de motivação haverá por trás de cada participante, aquilo que irão mostrar frente ao público dentro da sua arte, e como tudo isso vai ser conduzido, de modo que faça sentido na história que está sendo contada.
Os dois episódios concentram forças nas poderosas escolas Himesaka e Hakuto, uma conhecida pela sua técnica, trabalho em equipe e força, enquanto a última surpreende com os seus talentos naturais e a expressividade única de seu som. Ambas são rivais que demonstraram a capacidade de acabar fácil com qualquer sonho, ou determinação meia boca que nossos protagonistas pudessem ter – o que não é o caso aqui, felizmente.
E finalmente chegamos no grande evento dessa segunda temporada – e que espero não ser a última -, as eliminatórias da competição. Os grupos de koto que já se enfrentaram anteriormente no festival de música, surgem com mais sangue nos olhos do que nunca para poder agarrar a mísera e única chance de competir no nacional.
Diferente do outro evento, no qual a equipe não tinha muito a oferecer e ainda estava estabelecendo suas bases e mudanças, agora eles estão com o nervosismo a flor da pele. Todos sabem o quanto lutaram e aprenderam para estar ali, então a vitória para eles não é mais uma questão individual, de auto-reconhecimento ou qualquer outra coisa do tipo, mas é um objetivo coletivo formado por aqueles que receberam uma segunda chance na vida em vários aspectos.
Eis que vem um episódio delicioso de assistir, repleto de “conclusões” agradáveis para quem buscava evoluir, e com os devidos pagos a quem merecia uma bela lição. Uma vez que a parte técnica tem melhorado substancialmente, é chegada a hora em que a turma do clube precisa descobrir o seu eu no koto. Mas do que se trata esse encontro pessoal? Leiam abaixo!
Essa segunda temporada só tem elevado o nível de excelência da obra a cada episódio, e neste último em especial, acredito que se fecha todo o desenvolvimento da Akira. Aquela que começou como uma rancorosa erva daninha, agora se devolve a sua bela e floral forma original.
Desde que se inseriu na história, a professora de koto demonstrou seu rancor sem muitos esclarecimentos, apenas sinalizando que se sentia diminuída. Agora, vemos que mais um coração foi ferido por uma das dicotomias mais antigas e tradicionais que rege o mundo dos animes. O sentimento de inferioridade dela tem algum fundamento, mas até onde será que se estende?
Que a Akira tinha vindo para criar problemas eu já tinha percebido, mas o que ainda não dá para calcular, é o tamanho do estrago que ela pretende causar no clube por conta dos seus sentimentos negativos em relação a Hozuki. Felizmente o episódio também mostra que nem só para o mal a chegada da garota serve, e o que ela queria ferrar pode acabar “ferrando” ela.
O passado não some da vida de ninguém e infelizmente em algumas situações a sua lembrança é bem dolorosa, mas é possível aceitá-lo e com isso criar um novo futuro. A Hozuki agora mostra que entende muito bem essa realidade e começa uma nova trilha, rumo ao avanço que já tinha iniciado quando decidiu abrir seu coração para o clube e o koto.
Graças as mudanças comportamentais das garotas, o clima segue “pesado” no clube de koto, ficando Chika e Takezou completamente alheios e perdidos ao que está acontecendo – só sabendo que por alguma razão estão sendo vítimas de suas colegas. Tanto Hozuki quanto Kurusu estão na fase do amor inocente – um mais intenso que o outro – e se quiserem manter a ordem do clube, vão precisar conciliar esse fator com a necessidade do grupo, para assim alcançarem a vitória que buscam.