Gangsta, Game of Laplace, Okusama ga Seito Kaichou! – Primeiras Impressões
Primeira rodada de primeiras impressões! Ao contrário das temporadas anteriores em que eu procurava escrever o máximo de artigos individuais para cada anime no começo da temporada, nessa eu vou agrupar os animes conforme eu for assistindo. Assim eu consigo escrever sobre mais animes, inclusive aqueles que há pouco a escrever ou que eu sei que não vou seguir depois escrevendo artigos episódio a episódio.
Nesse primeiro artigo, três animes completamente diferentes. Não posso dizer que gostei de todos, mas os três fizeram um trabalho muito bom em se apresentarem. O anime de gangues e máfia Gangsta, o anime de detetive estilo clássico Game of Laplace, e o ecchi (soft porn é mais adequado) Okusama ga Seito Kaichou!
Gangsta, episódio 1 – Não tão caótico, e um recomeço
Comparações com Black Lagoon não são exagero. A cidade de Ergastulum, onde a história se passa, é como Roanapur de Black Lagoon: uma cidade governada por gangues com uma polícia vendida mais preocupada com o próprio pescoço e em lucrar algo do que com a segurança dos habitantes. Mas ao contrário de Black Lagoon, a cidade não pareceu tão caricaturalmente caótica, como se todos seus cidadãos fossem bandidos ou assassinos em potencial armados até os dentes esperando uma chance de participar de um tiroteio qualquer por razão nenhuma. Os cidadãos mais normais que apareceram aqui (uma idosa e uma lojista de armas) parecem razoavelmente distantes da máfia e do mundo do crime em geral. Com um ar mais italiano e foco dos mafiosos e da polícia na “ordem”, imagino que Gangsta seja no geral mais “calmo”, e seria divertido vê-lo explorar o contraste entre uma cidade aparentemente comum e um submundo maior do que ela governado pelo crime.
Outra semelhança entre Gangsta e Black Lagoon salta aos olhos: esse primeiro episódio (o primeiro arco, no caso de Black Lagoon) dedicou-se à inclusão de um novo membro ao bando de foras-da-lei que vai nos guiar pela história. Alex, assim como Rock, se ressente de seus antigos patrões e escolhe a vida do crime. Bom, a diferença aqui é que Alex já fazia parte desse mundo e na posição mais baixa de todas, como uma prostituta, então a situação dela teve uma melhora objetiva, inegável. Eu gostaria de entender melhor os sentimentos dela pelo seu antigo patrão, por um instante achei que ela estivesse sinceramente enlutada por sua morte, ou talvez perdida por não ter para onde ir pelo menos, mas depois descarregou toda a raiva e frustração acumuladas e ficou muito bem, obrigado. Será que a história será contada do ponto de vista dela, como em Black Lagoon a história foi contada do ponto de vista de Rock? Seria muito interessante. O membro mais bizarro é o mais interessado por ela, e isso também me lembra de Black Lagoon. Vou continuar assistindo sem dúvida, e talvez eu escreva episódio a episódio sobre ele, o que acha?
Game of Laplace, episódio 1 – O detetive é o garoto que parece garota
Será que garotos que parecem garotas (não por serem bonitos, mas por serem fofos e com corpos femininos) são uma moda nova no Japão? Assassination Classroom tem o Nagisa, e Game of Laplace tem o Kobayashi. Mas isso não importa, até onde pude ver não interfere em nada na história.
Pela sinopse e tudo o mais eu achava que o detetive da história seria o Akechi, mas agora penso que não. Akechi é o detetive das histórias de Edogawa Ranpo, o escritor homenageado por esse anime, mas suponho que explorá-lo não seria muito interessante já que se trata de um personagem existente e bem estabelecido (e bem datado: Ranpo morreu há 50 anos; esse Akechi do anime deve estar pesadamente repaginado). Ao longo do episódio, acompanhando Kobayashi e vendo sua habilidade inata de raciocínio lógico típica de um detetive e o tamanho de sua animação e determinação, me ocorreu que, sendo ele o protagonista e sendo essa uma história de detetive, ele será o detetive. Com a ajuda providencial do Akechi, sem dúvida, que deve ocupar um lugar de mestre e guia, mais do que de detetive, acredito. Kobayashi tem até seu próprio assistente pé no chão: Hashiba, que está o tempo todo tentando tirá-lo do caminho do perigo mas que ele próprio tem uma boa perspicácia que pode vir a ser útil para o Kobayashi.
O caso inicial é bem complicado: o professor do Kobayashi e do Hashiba foi morto e esquartejado, e seu corpo foi montado em uma posição específica e colocado em exibição na sala de aula, onde o Kobayashi acordou pela manhã com a arma do crime na mão – o que fez dele o principal suspeito. Para complicar, o próprio professor era, descobriu-se em seguida, um assassino serial e as digitais de Kobayashi estão impregnadas nos instrumentos que ele usava para matar. O episódio encerra com Kobayashi sendo preso. Claro que ele não é o criminoso, e também não podem ser Hashiba, Akechi ou os policiais. Em uma história de detetive clássica, acredito que o criminoso já teria sido apresentado, mas isso significaria que só pode ter sido a nova professora deles, o que eu não acredito que seja o caso. No começo cheguei a considerar que talvez esse caso ficasse em suspenso e só fosse resolvido no final, mas com o Kobayashi sendo preso e com o Akechi dizendo que resolver esse crime é condição para aceitá-lo como seu assistente isso não é mais possível. Outra estreia fenomenal, quero ver mais.
Okusama ga Seito Kaichou!, episódio 1 – Isso foi mais longe do que eu esperava
Fechando o artigo, o que dizer? A premissa era boba, o início do episódio foi provocante e o final inesperado. Quero dizer, eles são noivos? Ah vá. Mas logo no início Wakana distribui camisinhas enquanto promete que se eleita irá lutar pela liberalização do amor no colégio. É apelativo, como os próprios personagens reconhecem, mas se as escolas japonesas forem como os animes sugerem (e nem preciso dizer que há toneladas de razões para duvidarmos disso), o fato é que há praticamente uma cultura de repressão sexual. Então, de um jeito que o próprio anime reconhece ser apelativo, ele estaria também transmitindo essa mensagem, esse manifesto.
Na prática a maior parte do episódio foi uma comédia romântica bem típica, com os dois protagonistas tendo sido “noivados” quando crianças por seus pais bêbados, e garota se “mudando” para a casa do garoto e etc. O final é que surpreendeu: ela pegar a mão dele e colocar em seu peito ainda se enquadra nos clichês do gênero, mas ele estourar (representado visualmente por um fio arrebentando, bem não sutil assim) e de fato deitar-se sobre ela e chupar seu peito (mostrou até o mamilo, e sem censura nenhuma) foi bastante inesperado. Principalmente porque a garota, apesar do discurso, é sim uma garota típica de comédias românticas ecchis e não tem experiência com nada e é bastante tímida, quem fez a diferença aqui foi o garoto, que não enlouqueceu constrangedoramente em uma situação onde qualquer adolescente normal teria reagido do jeito que ele reagiu. Não sei se vou continuar assistindo, mas pra quem só quer ver ecchi é mais do que recomendado. To Love-Ru cheio de censura e com um protagonista banana não é nada perto disso.