Monster Musume – ep 4 – Uma garota grudenta
[sc:review nota=3]
Uma nova garota! Ela pode ser um pouco grudenta às vezes, e tende a dar um abraço de afogado quando menos se espera, mas pelo menos não é alguém que esconderia algo de você, mesmo se ela quisesse. Ela é uma pessoa transparente. Talvez seu maior defeito seja não gostar de tomar banho, mas eu não acho que seja porque ela não se importa de ficar suja, com a pele grudando, mas sim porque ela sabe que uma vez que entra na água ela não sai tão cedo. Talvez ela só queira economizar água ou não ocupar o banho por muito tempo enquanto todo mundo espera?
Melhor episódio até agora. Digo, “melhor” ainda faz parecer bom, e enquanto talvez esse episódio possa ter sido ligeiramente divertido e quase nada constrangedor, ao contrário dos demais, eu ainda não me sinto à vontade dizendo que alguma coisa em Monster Musume possa ser sequer remotamente bom. Mas sendo honesto, sim, esse episódio é remotamente bom. E se é para ser honesto eu vou dizer tudo: é bom porque foi o primeiro episódio que não envolveu alguém tentando trepar com o protagonista quase o tempo todo ou de alguma forma executando de forma constrangedora qualquer dos clichês do gênero harém. E já disse noutros artigos e digo de novo: meu problema não é com haréns, é com Monster Musume. Não vou me repetir além disso, os arquivos do blog estão aí com os demais artigos que já escrevi se quiser entender porque eu acho Monster Musume um harém ruim e um anime péssimo.
Ao invés desses tais clichês, o episódio se dedicou em grande parte à piadas com a mais nova monstra a entrar para o harém do protagonista: uma garota limo chamada Suu. Quero dizer, até onde eu sei ela não tem nome nenhum, foi a Papi quem deu esse nome para ela. E na verdade verdadeira, houve uma dose razoável de cenas tipicamente haremescas sim, mas como o episódio não foi composto exclusivamente por tais cenas, pela primeira vez elas não atrapalharam a história e algumas até agregaram um pouco de qualidade na média final. Com destaque para a cena do banho da Centorea.
Acho a Centorea feia, já disse e continuo achando. Mas para piorar ela sempre anda com aquela toalha de mesa por cima do lombo por nenhuma razão aparente. As costas dela não são as costas do cavalo, a menos que ela tenha duas costas, a barriga dela não é a barriga do cavalo, e assim por diante. Para quê esconder tudo? Cavalos costumam andar por aí nus e são bonitos assim. Cubra um cavalo e, a menos que estejamos falando de uma armadura medieval cheia de escamas metálicas e símbolos heráldicos, ele vai ficar igual a um móvel de mansão abandonada. Com uma cabeça de cavalo saltando para fora por um dos cantos. Ou, no caso da Centorea, com um corpo de uma garota realmente alta e com peitos impossivelmente grandes e com consistência de geleia. Pois nesse episódio ela teve uma bela cena de banho com o protagonista, e nem foi muito constrangedor, ele estava esfregando ela como um tratador de cavalos esfregaria um cavalo (eu acho). Claro que no final ela escorregou e ele caiu em cima dela, mas como ficou só nisso a cena ainda terminou no lucro.
E o episódio foi da Suu e quase não falei muito dela né. Bom, ela é mais feia que as demais garotas – basicamente porque tem uma cabeça esquisita, parecida com um gelouco da Coca-Cola. De corpo ela é bastante razoável, mesmo quando resolve inflar os peitos não fica tão absurda quanto a Centorea, e olhe que no caso dela inflar é literal, ou seja, ela teria desculpa para ter peitos do tamanho de bolas de pilates se quisesse. Mas felizmente ela não quer. Quero dizer, pelo menos até agora não quis, o que é bom. Ela também tem uma origem totalmente diferente das demais – parece ter vindo de onde quer que os monstros venham para o mundo humano por conta própria, tornando-a uma imigrante ilegal, razão pela qual a Miia e a Centorea querem informar a Smith para que seu precioso líder de harém não corra risco nenhum de ser punido por sabe-se lá qual seria a punição para abrigar imigrantes ilegais. Mas a Papi, a mais cabeça-de-passarinho, rapidamente se tornou amiga da Suu. Provavelmente porque a Suu tem ainda o mesmo nível intelectual que ela, não entendendo o idioma e não tendo nenhuma noção de comportamento e costumes sociais.
Felizmente ela aprende muito rápido, basicamente por imitação, e se mantiver o ritmo deve se tornar a mais inteligente daquela casa, do Japão, do mundo, descobrir a cura pro câncer, pra aids, a chave para a vida eterna, uma fonte de energia inesgotável e limpa, desenvolver tecnologia de viagem espacial suficientemente veloz para podermos passar as férias de ano-novo em Andrômeda, etc, isso tudo lá pelo episódio sete ou oito. Bom, como isso é um harém ela certamente não aprenderá tanto assim, o que é uma pena, mas acredito que deva começar a falar normalmente lá pelo meio do próximo episódio pelo menos. E sinto que me desviei completamente do assunto. Ah sim, imigrante ilegal. Bom, você já assistiu e já sabe o que aconteceu, não foi? No fim das contas a condição dela permitiu um episódio que focou em um drama sensível, verossímil, e foi possível estabelecer uma conexão não nauseabunda com uma personagem que é em essência ranho transparente, vivo e senciente. Suu melhor garota, vertebrados não estão com nada.