Esse arco não foi focado em algum plano para fomentar o turismo na cidade, e sim direcionado a questões relativas ao próprio lugar. Os temas trabalhados nos episódios 17 e 18 foram o transporte público e a inclusão digital.

O transporte público é um desafio que não diz respeito apenas aos grandes centros. Cidades menores também enfrentam problemas nessa área. Aqui no Brasil, por exemplo, as principais reclamações no setor de transporte nas zonas rurais são as condições precárias dos meios de locomoção, os preços das tarifas e o tempo de espera para pegar a condução, quer seja um ônibus, micro-ônibus, van, etc.

Aparentemente, Manoyama só tem um ônibus, significando que a demanda é baixa, o que deve dar prejuízo para a companhia de ônibus local. Mas se for comparar o único ônibus que serve essa pequena cidade com os ônibus que circulam na minha, a situação de Manoyama está melhor porque eles tem um ônibus de qualidade e com ar condicionado (algo que só há pouco tempo foi implementado pela prefeitura da cidade onde moro). Enfim, enquanto nas grandes metrópoles cada vez mais a demanda de passageiros aumenta, a situação da cidade que se passa o anime é oposta, pois o número de usuários do transporte público é menor. Isso tem diretamente haver com a baixa população da cidade.

Como estou falando sobre transporte, é importante comentar sobre o Takamizawa, que é o simpático motorista de ônibus local. Dentro do seu veiculo no qual garante o seu sustento, ele presenciou o declínio da sua própria cidade, e, agora, ele é uma das testemunhas do esforço das personagens principais dessa história para reerguer Manoyama. Quando houve a mudança de rota, no qual os moradores de um distrito distante do centro da cidade seriam prejudicados, o motorista apenas estava cumprindo a ordem da companhia de ônibus local. Ele parecia acomodado com a situação. A atitude tomada por ele, que contou com a ajuda das meninas, em arrumar uma alternativa para o transporte local, demonstra que ele não é apenas um passageiro do destino, o qual somente observa o que está acontecendo sem interferir. Do retrovisor de seu ônibus, ele já olhou diversas coisas, tanto boas como ruins, mas, no seu papel de “observador do cotidiano”, ele não se tornou indiferente ao que acontece ao seu redor.

A preocupação dele diante da tecnologia que pode ser uma ameaça futura para ele, lembra-me o caso dos cobradores de ônibus aqui no Brasil, que se sentem ameaçados de perderem seus empregos devido ao uso da tecnologia. As máquinas um dia poderão até roubar muitos postos de trabalho, mas existem coisas que só o ser humano pode fazer bem.

Visita das meninas à casa do professor

Outro assunto relevante tocado nesse arco foi a inclusão digital de pessoas idosas. O aumento de pessoas mais velhas tendo acesso a internet é evidente e relevante, pois o uso das tecnologias foi globalizado, portanto não importa o país, língua, classe social e idade, quase todo mundo tem acesso ao “mundo digital”. Se por um lado ensinar os idosos locais a usarem a internet foi bom, por outro lado até se criou uma confusão, mostrando que existem pontos positivos e negativos nas ferramentas tecnológicas, dependendo da forma como são usadas.

Não posso escrever esse artigo sem mencionar o professor que guardava um dos itens do antigo festival, que as garotas estavam procurando. Ele dedicou a vida inteira pesquisando e entendendo como os moradores do distrito que ele habitava viviam. O mesmo se mudou para aquele pacato lugar sem ter grande apreço pelo mesmo, mas, aos poucos, foi criando raízes e, consequentemente, passou a gostar de viver ali. O professor deixou sua marca no lugar onde viveu e deixou sementes para as gerações futuras plantar, ou seja, ele acabou ensinando uma lição muito importante para as garotas, em especial, à Sanae.

As conexões entre os moradores de um distrito distante e as meninas permitiram que elas aprendessem mais sobre a cidade onde moram, e que pudessem seguir em frente na suas rotas em direção ao futuro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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